Experiência é algo que me fascina e quando você nem percebe que está vivendo uma, é mais instigante ainda. Em 1999, eu então repórter no início de carreira do jornal “O Dia”, fui convidada para embarcar em uma aventura: viajar para Miami a bordo do Airbus A330 da TAM. Era o lançamento da nova aeronave e eu estava entre os jornalistas convidados para testá-la.
Mas não era apenas um bate e volta. Vivenciamos um dia de Fórmula Indy na pista de Homestead, tendo como anfitrião Emerson Fittipaldi e um time parrudo de pilotos, entre eles, os brasileiros Hélio Castroneves, Felipe Giaffone e Gualter Salles.
Foi meu primeiro contato com o esporte e todo o seu glamour. O mundo deu voltas e fiz a transição do Jornalismo para o Marketing, carregando a paixão do fã. Duas décadas depois, o automobilismo voltaria ao meu caminho, mas com uma missão diferente: promover o retorno da Fórmula 1 à Band e reacender essa conexão emocional com o consumidor brasileiro.
Em 2021, a F1 vivia um momento de baixa no Brasil, mas a BAND tinha um trunfo: o recall do público com “o canal do esporte”, um legado deixado por Luciano do Valle que carregamos até hoje. Paralelamente, a Liberty Media, com Stefano Domenicali na presidência, inovou na gestão global, usando séries documentais e eventos para atrair um novo público (jovens e mulheres), provando o poder do storytelling no Customer Engagement.

A BAND montou um time forte de jornalistas e especialistas e o público cresceu. Mas o engajamento total precisava ir além da tela.
Fora das transmissões, o desafio era criar pontos de contato que levassem a emoção da F1 para o dia a dia do amante da modalidade, gerando engajamento orgânico e identificação imediata. Nossa estratégia multicanal foi desenhada para surpreender o fã onde ele estivesse:
Intensificamos a presença no digital, com uma linguagem próxima ao usuário, e nas rádios do Grupo, com forte interação do ouvinte.
Demos protagonismo à Mariana Becker, trazendo o público feminino para perto e gerando muita conversa.
No mês do GP São Paulo, uma réplica inspirada na McLaren de Ayrton Senna, pesando 200kg, foi içada a 40m do chão na Usina São Paulo, que podia ser vista da Marginal Pinheiros ou pela Bandeirantes com Nações Unidas, gerando muito buzz.
Levamos promotores caracterizados de mecânicos para simular a troca de pneu em sinais de trânsito pela cidade de São Paulo, em uma dessas ações, com a surpresa e participação do piloto Rubens Barrichello.
Colocamos uma réplica de carro de F1 em um caminhão vitrine, rodando pela cidade com o som do ronco do motor, transformando o trajeto em experiência imersiva.
Em parceria com a Red Bull, levamos simuladores para vários pontos do país, oferecendo interação direta com o produto.
Trocamos a voz de estações do Metrô que fazem conexão para chegar ao Autódromo de Interlagos pela do narrador Sergio Mauricio.
Em parceria com o Waze, gravamos textos divertidos com Sergio Mauricio e Reginaldo Leme, simulando a narração da F1 na Band e inserindo-os no aplicativo para o público final.
Mas o verdadeiro pulo do gato do engajamento veio da escuta ativa e da resposta às necessidades do consumidor. Entendemos que o admirador da categoria pedia a experiência completa, além da corrida. Ouvimos, cruzamos dados e decidimos ampliar a entrega, transmitindo desde os treinos de sexta, passando pela sprint de sábado, até o encerramento da transmissão após o pódio de domingo.
O resultado não poderia ter sido melhor: o espectador se sentiu ouvido e valorizado, transformando a audiência em uma comunidade engajada e leal. No próximo domingo nos despedimos do ciclo F1 após 5 anos com a certeza da missão cumprida e uma entrega de valor que vai muito além do produto principal.
E, por obra do destino, a Fórmula Indy está de volta à tela da Band. Que venha 2026.
COMPARTILHAR ESSE POST


















