A revolução da inteligência artificial está transformando o Marketing e os negócios em geral, trazendo avanços significativos para a automação, eficiência e tomada de decisão baseada em dados. O cenário atual, no entanto, levanta um alerta: a crescente dependência das soluções oferecidas pelas big techs pode levar a um oligopólio tecnológico, limitando a competitividade e a autonomia das empresas.
Os benefícios das inteligências artificiais desenvolvidas por Google, OpenAI e outras gigantes são inegáveis. Elas permitem uma implementação rápida e eficaz, ampliam a capacidade analítica e otimizam processos operacionais, tornando-se praticamente indispensáveis para quem deseja se manter relevante no mercado. Contudo, o mesmo machine learning que potencializa os negócios também pode representar um risco.
"As empresas inserem dados estratégicos e sensíveis nessas plataformas, e essa informação alimenta os modelos de aprendizado das big techs. Isso pode resultar na absorção desse conhecimento por concorrentes que utilizam a mesma tecnologia, muitas vezes sem que as empresas percebam”, alerta Henrique Troitinho, CEO da Score Media.

Entre a dependência e a independência
Para mitigar esses riscos, Henrique afirma que algumas empresas tentam evitar o uso de IA das big techs, mas essa é uma solução temporária. Negócios sem um time de tecnologia robusto podem perder competitividade frente àqueles que já adotam a automação inteligente. “Restam, então, duas opções principais: assumir os riscos das soluções de mercado ou investir no desenvolvimento de uma IA própria”, pontuou ao Mundo do Marketing.
O executivo reforça que criar uma IA personalizada não é uma tarefa simples. Além do alto investimento em infraestrutura e equipe especializada, há o desafio dos dados. As big techs possuem bancos de dados gigantescos para treinar suas inteligências, enquanto empresas menores têm acesso a volumes muito menores de informações. Mesmo assim, uma IA proprietária pode trazer vantagens competitivas, garantindo maior segurança e reduzindo vieses nos resultados.
Foi essa a aposta da Score Media, que desenvolveu sua própria IA para atender demandas específicas de análise de mídia, relatórios online e automação baseada em dados proprietários. "Nossa solução melhora a eficiência interna e elimina os vieses característicos das ferramentas das big techs. Isso nos permite oferecer insights mais precisos e personalizados para nossos clientes”, explica Troitinho.
O que as marcas podem fazer?
Para empresas que estão avaliando suas estratégias de IA, algumas recomendações podem ser úteis:
Diversificação de estratégias: Nem tudo se resume à IA. Diferenciais como experiências físicas, atendimento humanizado e comunidades engajadas podem fortalecer a marca sem depender exclusivamente da tecnologia.
Capacitação e especialização: Investir no aprendizado sobre IA e machine learning pode ajudar a empresa a entender melhor os riscos e oportunidades.
Exploração de novos modelos: Buscar alternativas às soluções dominantes, como IA open-source ou desenvolvimentos internos, pode criar novas possibilidades de mercado.

Henrique lembra que o futuro da inteligência artificial está em construção, e a decisão sobre como utilizá-la determinará o grau de dependência das empresas em relação às big techs. "O ambiente criado pelas big techs, apesar de aparentemente aberto, pode restringir a competitividade devido à dependência tecnológica e às barreiras de saída", destaca Troitinho.
O desafio está lançado: competir com IA de terceiros ou desenvolver um caminho próprio? A resposta pode definir o sucesso das marcas nos próximos anos. "Para evitar um cenário de aprisionamento econômico, as empresas precisam refletir sobre suas estratégias e considerar soluções mais personalizadas."
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