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Esqueça o funil: aprender, ajustar e engajar virou regra

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Tempo de Leitura 6 min

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28 de out. de 2025

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Reportagens

Em meados dos anos 2000, o Inbound Marketing redefiniu as bases da comunicação digital. O conceito de atrair consumidores por meio de conteúdo relevante e relacionamento contínuo se tornou o alicerce de uma nova mentalidade de mercado. 

Durante as quase duas décadas que sucederam a criação da disciplina, o funil — da atração à conversão — guiou profissionais e empresas em todo o mundo. Mas o avanço da tecnologia, o surgimento dos grandes modelos de linguagem e a descentralização dos canais digitais romperam pouco a pouco o sólido desenho.

Hoje, a antiga trajetória linear perdeu eficiência. As buscas orgânicas, que sustentavam o inbound, já não geram o mesmo retorno: mais de 60% das pesquisas no Google terminam sem clique. As interações se deslocaram para ambientes conversacionais, algoritmos de recomendação e sistemas mediados por inteligência artificial. 

Por consequência, a lógica de levar o público até o site deixou de ser suficiente. O Marketing que precisa ir até o público, em tempo real, em múltiplas plataformas e com consistência de voz. E é desse deslocamento que nasce o Loop Marketing, modelo proposto pela HubSpot para reorganizar a prática de comunicação na era da IA.

O conceito do Loop Marketing

Representando a ruptura com o modelo linear que sustentou o inbound, o loop transforma o processo de atração e conversão em um ciclo contínuo de aprendizado. “As marcas que entenderem esse movimento vão deixar de medir o sucesso pelo número de cliques e passar a medir pela qualidade das interações”, explica Camilo Clavijo, vice-presidente da HubSpot na América Latina, em entrevista ao podcast CMO Agenda.

O ciclo proposto pela companhia se organiza em quatro etapas: verbalizar, orientar, ampliar e refinar (VOAR) — que formam um sistema de aperfeiçoamento constante. O primeiro passo, verbalizar, exige que a empresa conheça a própria voz: a identidade, o tom e o propósito que a tornam reconhecível. Sem isso, a inteligência artificial opera sem direção. 

O segundo estágio, orientar, transforma o conhecimento sobre o cliente em personalização ativa, reunindo dados de CRM, e-mails, histórico de suporte e comportamento digital. Na terceira fase, ampliar, o desafio é ocupar novos espaços de relacionamento. O público se deslocou, e as marcas precisam acompanhá-lo. Hoje, a interação acontece em redes sociais, aplicativos de mensagem, fóruns e até plataformas baseadas em IA, que se tornaram intermediárias entre consumidores e conteúdo. 

“A conversão não é mais o ponto final, mas o resultado natural de um diálogo permanente entre marca e cliente. O ponto de contato não é mais o site corporativo. É a conversa que acontece nos lugares em que o consumidor já está e que, muitas vezes, nem pertence à marca”, adverte o Vice Presidente.

A última etapa, refinar, fecha o ciclo com a análise contínua dos resultados. A inteligência artificial observa padrões, testa abordagens, ajusta mensagens e devolve aprendizado ao processo. O ciclo, então, recomeça. O Marketing deixa de ser estático e passa a funcionar como um sistema em movimento, guiado por dados, mas calibrado pela percepção humana.

Viabilidade do modelo

Essa nova estrutura só se tornou viável porque a inteligência artificial deixou de ser ferramenta e passou a agir como agente estratégico. Os processos que antes exigiam reuniões, análises e decisões humanas são agora executados de forma autônoma, cruzando bilhões de pontos de dados em poucas horas. “Hoje a IA faz o trabalho enquanto você dorme. Ela testa, compara, aprende e oferece respostas que antes levariam semanas”, sintetiza o executivo.

A automação, porém, traz um risco: o de esvaziar a autenticidade das marcas. A facilidade de gerar conteúdo em escala cria a ilusão de presença, mas nem sempre de relevância. Clavijo chama atenção para essa armadilha: “A tecnologia pode produzir volume, mas não substitui o propósito. O que diferencia uma marca é a clareza de quem ela é e o que representa, não a quantidade de postagens que consegue publicar”, complementa Clavijo.

Nesse contexto, o papel humano ganha nova centralidade. A IA executa, mas é o pensamento estratégico que define a direção. O loop não elimina a criatividade; ele a reposiciona. A tecnologia assume o papel de extensão do raciocínio criativo, não de seu substituto. O diferencial passa a ser a capacidade de dar instruções inteligentes à máquina: o de construir, em linguagem e dados, o reflexo fiel de uma identidade.

A transformação proposta pela HubSpot também exige uma mudança de cultura dentro das empresas. O ciclo não se sustenta se Marketing, Vendas, Produto e Atendimento operarem isoladamente. É preciso construir pontes entre as áreas, compartilhar dados e reconhecer resultados coletivos. 

“Quando uma campanha dá certo, o crédito não é apenas do Marketing; é de todos que ajudaram a entender o cliente. A empatia interna é o que mantém a inteligência externa funcionando”, pontua o Vice Presidente.

Conceito que redefine

O retorno à dimensão humana, aliás, não é uma contradição, mas uma evolução. O uso da IA obriga as empresas a resgatar o sentido das relações, a compreender que o dado é um meio, não um fim. As marcas que tratam a tecnologia como substituta da sensibilidade acabam perdendo relevância. O aprendizado técnico precisa vir acompanhado da capacidade de interpretar contexto, emoção e timing.

Essa leitura mais ampla também redefine a liderança. O CMO deixa de ser apenas o guardião da comunicação e passa a atuar como orquestrador da experiência do cliente. O cargo se aproxima da figura do Chief Experience Officer, com responsabilidade sobre toda a jornada, do primeiro contato à fidelização. Criatividade e análise tornam-se forças complementares. 

“O Marketing do futuro será liderado por quem souber unir imaginação e leitura de dados. Os dados contam histórias. Saber interpretá-las é o que cria vantagem competitiva”, afirma Clavijo. 

Na América Latina, o cenário é especialmente favorável à adoção desse novo modelo. O mercado brasileiro se destaca pela maturidade digital e pela disposição em testar. Felizmente, o custo de entrada já não é o principal obstáculo. “O problema não é o orçamento, é a postura diante da tecnologia. O que determina o avanço é a mentalidade. Essa abertura cria um terreno fértil para a experimentação, e o loop se adapta bem a culturas que valorizam a curiosidade”, adverte o executivo.

Aprendizado contínuo é, aliás, o núcleo do sistema. O modelo pressupõe testar, errar e ajustar, de forma rápida e cumulativa. Clavijo defende que as empresas tratem o aprendizado como indicador de performance. “Gostaria de ver nas organizações um KPI de quantas horas por semana as equipes dedicam a aprender sobre IA, comportamento e novas linguagens. Estamos em um mercado que muda em meses, não em anos. Quem aprender primeiro terá vantagem”, finaliza.

Leia também: UGC e EGC: o novo ciclo da autenticidade nas marcas que deve movimentar US$ 515 bi até 2033

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Ian Cândido

Repórter

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