À medida que o Dia dos Namorados se consolida como uma das datas mais estratégicas para o varejo brasileiro — atrás apenas do Natal, Dia das Mães e Dia dos Pais —, o comportamento do consumidor revela um cenário multifacetado, onde emoção, representatividade, digitalização e experiências ganham protagonismo. A expectativa para 2025, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), é de que a data movimente R$ 22,14 bilhões no setor comércio e serviços.
As campanhas deste ano têm priorizado a diversidade de afetos e a vivência do amor em todas as suas formas. De acordo com análise da Rosh, agência especializada em dados e digital, as marcas estão apostando em campanhas com escuta ativa, que valorizam relações plurais e afetos fora da normatividade. Moda, beleza e shoppings têm liderado o movimento com ações que reforçam a inclusão, o propósito e o pertencimento. Segundo pesquisa da Globo, 71% dos consumidores esperam que as marcas celebrem todas as formas de amor, independentemente de gênero, orientação sexual ou modelo de relação.
Mas não é só o discurso que mudou. O comportamento de compra e o Marketing que o acompanha também passaram por transformações profundas. O Marketing de influência ganhou centralidade: 78% dos consumidores brasileiros confiam nas recomendações de criadores de conteúdo, e 73% já compraram por indicação deles, conforme levantamento da consultoria LOI. A influência digital se soma ao poder das experiências como fator decisivo na jornada de compra — seja no presente, seja na escolha do local para celebrar a data.

Olhares específicos
Dados da Tunad, especializada em inteligência de mídia, mostram que os investimentos publicitários na TV alcançaram R$ 26,5 milhões em 2024, com destaque para marcas como O Boticário, Vivo e Viva Sorte. A previsão para 2025 é de R$ 17,3 milhões, indicando uma possível readequação estratégica para diversificação de canais, como o digital e as ativações presenciais.
Nos supermercados, flores e itens de jardinagem vêm ganhando espaço estratégico, sinalizando uma nova abordagem sensorial e prática nas gôndolas. De acordo com o Índice Cielo de Varejo Ampliado, 11% dos casais devem optar por flores em 2025. Na avaliação de Valeska de Oliveira Ciré, Country Manager da IFPA e Head de Produtos da Francal, essa transformação não só atende às expectativas de praticidade, como também impulsiona valor agregado e diferenciação no varejo alimentar.
A experiência do consumidor é um vetor essencial também em outros ambientes. Restaurantes, por exemplo, registram picos expressivos de engajamento digital nas vésperas do Dia dos Namorados. Dados da Harmo revelam que apenas nos dias 11 e 12 de junho de 2024, foram feitas 37,7 mil ligações e mais de 30 mil pedidos de rota via Google. A reputação digital é decisiva: 96% dos consumidores leem avaliações online antes de escolher um restaurante, e 80% descartam estabelecimentos com nota inferior a 4,1 estrelas.

Redes sociais e mídia paga também desempenham papel de destaque na conversão. Segundo a 8D Hubify, quase 29% das empresas apontaram a mídia paga como principal fonte de ROI em 2024. O conteúdo bem alinhado ao momento, como vídeos, depoimentos de casais e promoções-relâmpago, tem alto poder de atração. A Geração Z, por exemplo, vem priorizando experiências ao ar livre e eventos diurnos, revelando novas demandas para o setor gastronômico e de entretenimento.
Por fim, a tecnologia aparece como aliada fundamental para garantir a excelência operacional em momentos de alta demanda. De acordo com a Zucchetti Brasil, a integração de sistemas de gestão, inteligência artificial e automações operacionais pode ser o diferencial entre oferecer uma experiência memorável ou perder um cliente para sempre. A pesquisa "Panorama dos Pequenos Varejistas" mostra, porém, que muitos negócios ainda operam com ferramentas simples, como planilhas, sinalizando um campo fértil para inovação.
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