O número de consumidores online no Brasil cresceu mais de 27% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024, conforme apontam dados do estudo E-Consumidor 2026, publicado pela Nuvemshop. O estudo destrincha o mercado D2C (Direct To Consumer), modelo de vendas na qual a marca estabelece uma conexão direta com seus clientes, sem intermediários, por meio de uma loja virtual.
A análise identificou uma tendência de comportamento chamada neofobia. Quatro em cada dez consumidores relatam que o excesso de ofertas e informações torna a jornada de compra exaustiva, levando-os a buscar experiências familiares. Esse movimento sustenta as altas taxas de fidelização das lojas D2C, em que 46,5% dos clientes retornam para novas compras. Nos marketplaces, a taxa é de 30%.
Mais da metade dos consumidores prefere comprar em lojas virtuais quando prazo de entrega e preço equivalem aos do marketplace. Um em cada três afirma sentir-se mais valorizado nessas lojas, enquanto 46,6% retornam para novas compras nos sites das marcas, contrastando novamente com os 30% observados nos marketplaces.
Na avaliação de Alejandro Vázquez, presidente e cofundador da Nuvemshop, o novo consumidor é favorecido fortemente pela tendência D2C, por conta de sua natureza intimista de conectar o cliente diretamente ao lojista, sem intermediários. Esse modelo de negócio gera um potencial de conexão com os consumidores, construindo marcas sólidas e duradouras.
A percepção de segurança tem peso decisivo: 69% dizem confiar mais na originalidade dos produtos vendidos diretamente pelas lojas. Programas de lealdade também influenciam essa preferência, já que 60% desejam recompensas como parte da experiência. Além disso, 40% dos consumidores escolhem lojas virtuais pelos preços mais baixos que os das lojas físicas. Para 39%, o frete gratuito é determinante. A possibilidade de comprar de qualquer lugar foi citada por 28%, enquanto 22% destacaram a variedade de produtos como vantagem.

Entre os obstáculos, 57% apontaram fretes elevados e 35% mencionaram prazos longos de entrega, evidenciando a necessidade de maior investimento logístico por parte das PMEs. O desconhecimento da loja é motivo de receio para 22% dos consumidores, enquanto 19% relatam incômodo com excesso de anúncios e poluição visual, o que indica fragilidades de experiência ainda presentes no varejo digital.
O estudo mapeou, também, as preferências de promoção. Para 67,5% dos consumidores, o frete grátis é o benefício mais relevante; 33% priorizam programas de pontos; e 32,5% valorizam descontos cumulativos. A experiência negativa de compra está amplamente ligada ao medo de receber produtos diferentes do anunciado, percepção citada por 34%. Dificuldades de comunicação com a loja aparecem em 15,5% dos casos.
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