Em um mundo cada vez mais dinâmico e hiperconectado, o design se consolida como uma ferramenta fundamental para transformar experiências individuais e coletivas. Marcas capazes de criar identidades vivas e evoluir narrativas relevantes em trabalhos visuais tendem a ganhar destaque e superar a concorrência.
Ambas os objetivos foram mapeadas como tendências de design na quarta edição do relatório PULSE 2025 - Useful Design Insights, elaborado pela agência CBA B+G. Ao todo, o levantamento aborda nove pontos que deverão estar no radar de marcas candidatas a recriar narrativas e abraçar mudanças nos próximos anos.
Veja, abaixo, as nove tendências mapeadas pela CBA B+G:
Identidades Vivas
O branding tradicional está na fronteira de uma reformulação, impulsionada pela adoção de identidades visuais flexíveis que se adaptam a diferentes plataformas e públicos. As Olimpíadas de Los Angeles 2028 materializam a tendência com seu logotipo de "A" intercambiável, que reflete a diversidade cultural da cidade.
A Coca-Cola, por sua vez, assumiu uma abordagem ousada ao incorporar versões não oficiais de sua identidade visual na campanha "Thanks for Coke-Creating", promovendo a criatividade espontânea de consumidores ao redor do mundo.
Resiliência Climática
A preocupação ambiental será um fator determinante nas decisões de design. O relatório aponta que as marcas estão reformulando suas estratégias para comunicar sustentabilidade de forma mais autêntica e acessível. Essas mensagens deverão ser vistas com mais ênfase em indústrias diretamente ligadas ao meio-ambiente, como a alimentícia.

O setor de alimentos e bebidas está abraçando práticas agrícolas regenerativas, com produtos pioneiros carbono-negativos, como a cerveja da Gypsy Hills Brews, ou o desenvolvimento de variedades de café resilientes ao clima, como feito pela Starbucks, para garantir cadeias de suprimentos sustentáveis.
Narrativas Sustentáveis
A integração digital e a narrativa criativa emergem como ferramentas-chave para a evolução sustentável. Marcas estão desenvolvendo métodos para rastrear e exibir seu impacto ambiental em tempo real, usando diferentes narrativas para tornar informações complexas sobre sustentabilidade mais acessíveis.

O design de embalagens, por exemplo, agora incorpora métricas ambientais claras e elementos interativos que educam enquanto engajam. Ambientes de varejo tornam-se vitrines de práticas sustentáveis, com escolhas de materiais e design criados para demonstrar o compromisso ambiental das operações.
Espaços de Conexão
Lojas físicas terão uma boa oportunidade para oferecer aos clientes um local analógico, caracterizado por experiências dinâmicas. Sua qualidade definidora é a capacidade de facilitar encontros regulares e informais que constroem um tecido social através de interesses e atividades compartilhadas.

Espaços culturais criados por marcas, como a House of Vans e a Casa Natura Musical, criam hubs vibrantes que unem diversos interesses sob um mesmo teto, promovendo a conexão entre os visitantes. Já a Capital One inova no setor financeiro mesclando serviços bancários com ambientes de café, valorizados entre as novas gerações.
Equilíbrio Consciente
Enquanto a tecnologia permeia a rotina das novas gerações, cresce também a necessidade de momentos de desconexão. A Geração Z, altamente digital, manifesta uma relação paradoxal com a tecnologia: ao mesmo tempo em que valoriza a hiperconectividade, também busca espaços analógicos para recarregar a mente.

De olho nesta tendência, a Heineken criou a iniciativa “Boring Phone”: o design do aparelho foi projetado para estimular interações sociais mais significativas, limitando o acesso a notificações constantes, que roubam o tempo das pessoas durante interações sociais.
Cultura da Longevidade
O conceito de longevidade será fortalecido nos próximos anos, influenciando setores que vão do esporte à alimentação. Gigantes do varejo, como a

, estão reposicionando sua identidade de marca em torno de conceitos como "Mover pessoas através das maravilhas do esporte", alinhando-se à crescente crença dos consumidores de que atividade física é crucial para saúde geral e longevidade.
Neste panorama, o mercado deverá investir no desenvolvimento e aplicação de tecnologias avançadas aplicadas nos dispositivos vestíveis, ou "wearables". Marcas como Whoop, Oura e Ultrahuman já desenvolvem produtos criados para oferecer métricas sofisticadas de saúde para monitoramento e aprimoramento pessoal.
Idades em Fluxo
A ascensão dos "kidults" – adultos que mantêm interesses e hábitos de compra tipicamente associados a demografias mais jovens – é exemplificada por marcas como a Sugarfina, que mescla produtos orientados para adultos com elementos lúdicos e nostálgicos. Seus doces de luxo com álcool e colaborações com ícones da infância atraem consumidores que buscam experiências sofisticadas com um toque lúdico.

Outro exemplo é a campanha "Adults Welcome" da LEGO, que atinge o mercado kidult oferecendo conjuntos complexos projetados para adultos, promovendo a ideia de que brincar não tem idade.
Explosão Lúdica
A explosão lúdica será uma estratégia interessante para engajar o público. Marcas apostam em designs irreverentes e narrativas bem-humoradas para se conectar com consumidores de forma espontânea e divertida.

No Reino Unido, a Who Gives a Crap inova ao transformar o mercado de papel higiênico com embalagens sustentáveis e mensagens bem-humoradas sobre impacto ambiental. No Brasil, a OMO lançou a linha OMO Vibes, que conecta fragrâncias de sabão em pó a estilos musicais, criando uma experiência sensorial alinhada ao universo digital da Geração Z.
Companheiros Digitais
A integração de companheiros de IA em espaços e objetos ganha força: TeddyGPT é um ursinho de pelúcia alimentado por IA que conversa e aprende ao interagir com crianças. Já a Moflin oferece alívio do estresse através de um pet com IA que desenvolve personalidades únicas, enquanto Wendy Storyteller cria histórias infantis personalizadas.
Essas aplicações demonstram como companheiros de IA estão remodelando experiências pessoais, profissionais e de desenvolvimento, destacando a necessidade de abordagens de design ponderadas que equilibrem avanço tecnológico com considerações éticas.
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