Ano após ano a Black Friday vem se consolidando na agenda do consumidor. De acordo com dados da Ecglobal, as mulheres são as que mais esperam a data para realizar compras. No quesito classe social, os pertencentes a A são os que de fato aproveitam o período para adquirir um bem. Já os jovens da Geração Z são os que mais engajam nas ofertas.
Os dados foram apresentados no Webinar Tendências geracionais e marketplace na Black Friday, que trouxe dicas e insights para que as marcas aproveitem melhor a data. Daniela Formaio, Diretora de Engajamento Humano e Insights da Ecglobal, explicou que esse ano o número de pessoas propensas a gastar na Black Friday caiu de 79% (2023) para 75% (2024). De olho nisso, é preciso pensar em estratégias que fisguem o consumidor e façam ele querer comprar.
Dentre os pontos apresentados por Daniela estão a jornada, a busca, a avaliação e a fidelização, além do preço. “Oferecer recurso de buscas estreita o relacionamento entre marca e cliente. Investir em personalização também destaca a marca e reduz o tempo de decisão de compra”, contou a executiva da Ecglobal.
Veja os insights apresentados:
Geração Z: a grande exploradora de ofertas
Apesar da Black Friday já estar consolidada no calendário do varejo, muitas são as pessoas que ainda acreditam que ela é uma fraude: três em cada 10 respondentes da pesquisa da Ecglobal desconfiam dos anúncios. Apesar disso, 68% veem as ofertas como verdadeiras. A Geração Z é a mais exploradora de ofertas e a que mais fica de olho para monitorar a variação de preços.
São esses jovens também os que mais se preocupam com a segurança da loja em que comprarão, realizando buscas para obter informações sobre a empresa. Nessas pesquisas incluem o interesse por cupons de desconto – algo também apreciado pelos Millenials.
Daniela Formaio explicou que o fator busca deve ser considerado pelas empresas, principalmente porque o planejamento das compras é antecipado – cerca de 30 dias antes da data para 38% dos respondentes. 22% pesquisam entre 16 e 30 dias antes e 14% de 8 a 15 dias antes da data oficial.
Influência ainda é relevante
O Marketing de Influência ainda segue como uma das principais apostas para a data. Isso porque as pessoas buscam indicações de pessoas que confiam. O que deve mudar este ano é o tipo de influencer que terá mais relevância. Todos aqueles que forem mais autênticos e positivos terão maior poder de conversão. Quanto mais o consumidor perceber verdade na indicação daquela oferta, maior a chance de ir atrás.
Daniela aponta que este ano a presença de atletas olímpicos deverá ser mais vista, já que eles estão no auge das conversas e dialogam com a vida real mais do que outras celebridades.
Um ponto de atenção são as lives ou shows de ofertas oferecidas por influenciadores ou utilizadas por marcas incluindo-os. Por si só, elas são mais apreciadas pela Geração Y, mas a Geração Z é a mais impactada pelos influenciadores. Uma estratégia conjunta tende a atrair um público maior.
Prazo de aquisição
A Black Friday vem se consolidando como um mês de ofertas e não um dia apenas. Por isso, cada vez mais pessoas já começam a adquirir itens ao longo do mês de novembro. “O consumidor quer facilidade e segurança. Se ele encontra uma oferta tentadora no início do mês, ele compra. As oportunidades para as marcas vão além da data. Muitos veem o mês e não o dia, e isso precisa ser explorado”, pontuou Daniela.
Essa questão tem a ver com a mudança de pensamento sobre a importância do preço baixo. Ele passou a perder relevância para 64% das pessoas. O que é considerado agora é o custo-benefício. “As pessoas querem saber as vantagens que terão: frete grátis, qualidade do produto ou serviço. Por isso, as marcas precisam destacar o que o cliente de fato está ganhando com aquilo. É preciso deixar visível para que ele entenda de forma clara que compensa comprar naquele momento”, contou a executiva da Ecglobal.
O ano dos grupos
O ano de 2024 será marcado pela ascensão dos grupos de ofertas. Sejam eles criados por influenciadores, amigos ou mesmo marcas, esse pertencimento de comunidade e vantagem vem sendo buscado por um número cada vez maior de pessoas. 66% querem ter acesso a cupons e 51% estão de olho em promoções relâmpago.
A criação de grupos VIPs de ofertas se destaca e expõe uma nova tendência: os consumidores especialistas. Eles querem ter acesso a recursos de busca e estreitar o relacionamento da marca com eles. Além disso, diminui o tempo de decisão de compra.
Black Pix: ame ou odeie
Assim como em 2023, este ano será maior o número de empresas que vinculam ofertas mais tentadoras ao pagamento via PIX. “Há um número cada vez maior de pessoas que estão se preparando financeiramente para pagar à vista, mas essa estratégia ainda gera conflito com outras pessoas que deixam para decidir em cima da hora. Não tem jeito, apesar de agradar uma parcela, outra vai ficar insatisfeita”, contou Daniela.
Os dados da Ecglobal mostraram que, entre aqueles que gastarão acima de R$ 100,00 na data, 70% pagarão as compras em cartão, 44% em PIX, 21% no débito, 13% em dinheiro, 11% utilizando meios de pagamento digital, 10% boleto e 9% cashback.
A classe AB é quem mais opta pelo crédito (74%), enquanto metade da classe C usa o método de pagamento (51%). Mais homens (46%) preferem o pix do que as mulheres (42%).
Fidelização ainda é rara
Um dos maiores problemas da Black Friday é a fidelização. Isso porque o estudo identificou que as pessoas não se sentem atendidas de alguma forma. A principal queixa está na entrega, já que muitas empresas não cumprem o prazo.
“Os clientes estão mais exigentes no pós-venda e querem ter informações de todo o processo da compra para se sentirem seguros que tomaram uma boa decisão”, contou Daniela.
Informações de acompanhamento do pedido pelo Whatsapp ou e-mail são boas estratégias, mas ainda assim, prazos mais curtos e cumpridos são os preferidos.
A hora e a vez dos apps
Mesmo com as movimentações da Amazon e Mercado Livre, que ganham destaque a cada ano no Top of Mind da Black Friday, a Americanas mantém a liderança em mais um ano do estudo da Ecglobal. O destaque da classe C é para a Shopee que cresce cada vez na classe C.
De acordo com o estudo, as compras via app devem somar 41% esse ano, contra 47% via site e 5% loja física. Quando questionados, no entanto, o que preferem, a maioria afirma ser aplicativo, pelas vantagens oferecidas: 43% (app), 39% (site) e 8% (loja).
O omnichannel e o período estendido da data oferecem mais oportunidades para as pessoas. “Pesquisar no site, conhecer o produto na loja e comprar no aplicativo está sendo comum. Isso oferece ainda mais oportunidades para as marcas”, finalizou Daniela.
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