Na manhã desta segunda-feira (24), uma das aves mais famosas do mundo digital deixou de existir. Agora, no lugar onde cantava o pássaro azul do Twitter, se encontra a figura de um X, o novo nome escolhido por Elon Musk para a plataforma.
Até aqui, as mudanças, que prometem alavancar as promessas de tornar a plataforma em uma espécie de faz tudo movida por Inteligência Artificial, receberam críticas majoritariamente negativas, e os donos de comentários mais drásticos afirmam que “Musk destruiu o Twitter”.
Se as mudanças farão bem ou mal à plataforma, só o tempo dirá. Certo é que as mudanças executadas por Musk configuram um caso clássico de reposicionamento de marca - talvez, o mais relevante movimento realizado nos últimos anos, dada a relevância da plataforma como um meio global de comunicação.
Úteis para a adequação às novas demandas mercadológicas, para a implementação de novas diretrizes operacionais ou, em casos mais extremos, para a sobrevivência em cenários imprevisíveis, como a recente pandemia do coronavírus, reposicionamentos são comuns no mundo empresarial, e podem evitar que marcas e empresas caiam nas teias da zona de conforto, prejudiciais ao crescimento.
Ao Clube Mundo do Marketing, líderes de grandes empresas brasileiras, como Ipiranga e Grupo Cogna, abordaram o tema e explicaram a importância dos movimentos de reposicionamento para dar solidez a objetivos operacionais específicos. Confira:
Ipiranga
Após escrever 85 anos de história, a Ipiranga, dona de uma das identidades mais reconhecidas no País, enxergou a necessidade de dar início a um programa de reposicionamento para promover alterações na identidade visual e na estrutura de seus postos.
Comentando a etapa inicial do processo, a Vice-Presidente de Marketing do Ipiranga, Bárbara Miranda, relembrou que foi preciso considerar uma série de coisas: primeiro, os movimentos precisavam ter um bom motivo para acontecer, e só poderiam ser implementados caso trouxessem avanços significativos.
Por outro lado, o processo de reposicionamento de uma empresa consolidada pelo tempo exige a observação de limites traçados para preservar os ativos e diferenciais que, no caso da Ipiranga, levaram oito décadas para serem construídos.
Considerando riscos e benefícios, a Ipiranga optou por um caminho de evolução da marca no processo de reposicionamento. “Definimos, muito tranquilamente, que passaríamos por um processo de evolução e não de revolução, porque os riscos de se perder muito mais do que ganhar estavam na mesa”, afirma Bárbara.
Conheça os frutos da evolução da Ipiranga.
Cogna Educação
Detentor de unidades de ensino como Pitágoras, Anhanguera e Unopar, o Grupo Cogna Educação enxergou no rebranding a oportunidade para sobreviver ao caos da pandemia e reestruturar suas marcas e operações.
Naquele contexto, dois fatores foram essenciais para o rebranding do Grupo: a perda de força das unidades de ensino locais, imposta pela necessidade do Ensino a Distância (EAD), e os novos anseios dos alunos.
“O nosso produto principal era a graduação, mas, com o tempo, começamos a entender o que o nosso aluno queria. Ele não queria apenas estudar. Queria, além disso, ter um emprego e ter uma renda. Logo, o estudo é um meio para uma vida melhor. Quando entendemos o que cada indivíduo precisa, começamos a rever a nossa estratégia, o nosso produto e, consequentemente, a nossa marca”, explicou Léo Queiroz, Vice-Presidente de Crescimento do Grupo Cogna.
Para o Vice-Presidente, a adaptação das instituições de ensino ao modelo online fez com que a oportunidade de obter conhecimento fosse permeada pelo país inteiro. “Por isso, de acordo com a nossa estratégia, tornou-se importante ter uma marca única, que carregasse os ideais de ensino, renda e melhoria de vida, regendo vários produtos. A partir desse contexto, começamos o trabalho de rebranding de todas as nossas marcas”, explicou.
Entenda como o Grupo Cogna trilhou o passo-a-passo do processo de reposicionamento
Leia também: Getnet se reposiciona para aumentar o reconhecimento no mercado Twitter: polêmicas e críticas à rede social que foi decretada como a mais tóxica de 2022
COMPARTILHAR ESSE POST