Hoje em dia os grandes festivais de música como Lollapalooza, Rock in Rio e Primavera Sound são uma grande vitrine para as marcas no Brasil e no resto do mundo. Por trás das grandes estruturas, existe uma necessidade massiva de conquistar o consumidor por meio de experiências únicas e inimagináveis. Ainda que a Geração Z e os Millenials tenham suas diferenças, ambos são conhecidos, principalmente, pela presença online e sua conexão com as redes, os jovens nascidos entre 1985 e 2010 também têm como característica, em sua maioria: gostar de grandes aglomerações, ambientes instagramáveis e experiências individuais. E não à toa, é o público principal desses eventos. "As marcas entenderam que conseguem se comunicar de forma criativa com o seu público, principalmente em função do momento e clima, que são propícios para isso. O público dos festivais está lá para enfrentar horas de filas, receber brindes e ser impactado pela marca", explica João. O número de patrocinadores só aumenta. O Lollapalooza começou lá em 2012, com sete principais patrocinadores. Hoje em dia, já tem quase o dobro e a aposta é que até o ano que vem, chegue ao triplo do primeiro evento. João Camargo, CEO e fundador da Scope Media falou sobre o foco da experiência estar cada vez maior nesse tipo de evento. Dentre algumas ativações marcantes ele destacou: Beefeater - Primavera Sound 2022 - No Primavera Sound no ano passado, a Beefeater apresentou, pela primeira vez, a campanha global "The Spirit of London", convidando todo mundo a viver o inusitado através do improvável. E foi assim que a marca criou a Beefeater Station, um espaço imersivo, com música, recriando - com fones de ouvido - uma balada dentro do festival. Doritos - Lollapalooza 2022 - Já ficou super comum uma ativação de marca ter diferentes partes, e com a Doritos não foi diferente. Ela já vem ocupando o espaço dela no Lollapalooza já faz um tempo, mas ano passado, além da estrutura incrível, rolava um sorteio para saber qual seria a ativação a ser feita. E é claro, isso acontece para que as pessoas tenham uma experiência mais dinâmica e voltem várias vezes ao mesmo espaço. Entre as ativações disponíveis havia uma caverna de Doritos, uma foto em uma sala invertida e até mesmo uma foto em movimento 180º. Heineken - Rock in Rio 2022 - A tirolesa da Heineken já virou uma tradição nas edições do Rock in Rio. Sucesso absoluto, ela esgota em minutos e é uma vista privilegiada para o palco mundo. Mesmo que só dure alguns minutos. Além disso, a estrutura é montada no Heineken Lounge, um espaço com 12 bartenders, que oferecem exclusividade àquele momento para qualquer um. Ipiranga - Rock in Rio 2022 - Outra experiência inesquecível do festival é a famosa montanha russa. No ano passado, o brinquedo foi patrocinado pela Ipiranga, que foi assinado pelos pilotos da equipe Ipiranga Racing, em um cross de patrocínio com a Stock Car. Confira o bate-papo com o especialista. Mundo do Marketing - Em festivais de música o público já espera por experiências das marcas, principalmente pelo que ocorre no Rock in Rio. Em outros eventos, como esportivo, essa entrega robusta de experiência ainda é menor. Como você avalia essa categoria e por que ainda não há o mesmo empenho? João Camargo: O Rock in Rio e os demais festivais têm adaptado os seus espaços para serem cada vez mais interativos. Algumas estruturas contam com DJ, dinâmicas e muitos brindes. É bem comum ver as pessoas fazendo fila para participar dessas estruturas - até mesmo durante grandes shows. No Rock in Rio tem montanha russa, no Lollapalooza, temos roda gigante. Alguns outros colocam elevadores e outros brinquedos similares para atrair a galera. Mas quem tem mais visibilidade mesmo é a marca que aposta em presentinhos como bucket hats, copos, eco bags e chaveiros que vão andar com diversas pessoas durante os dias de festival. É uma publicidade massiva o tempo todo! O mundo esportivo ainda é muito fechado para esse tipo de investimento. Lidamos com dirigentes, instituições e grupos do meio do esporte o tempo inteiro, mas tudo que recebemos de feedback só mostra o quanto o esporte ainda não está preparado para receber os influenciadores por conta do pensamento retrógrado de alguns dirigentes. Empenho é o que não falta da nossa parte tendo em vista que o esporte é o maior meio de inclusão e visibilidade do Brasil e do mundo. Seria um prazer poder trabalhar nesse meio e abriria muitas portas não só pra mim, mas como pra vários outros empresários"
Mundo do Marketing - O The Town será um festival de experiências, segundo a própria organização. Como as marcas podem inovar e se destacar para que suas atrações sejam tão esperadas quanto o artista no palco? João Camargo: Primeiro, eu começaria com uma estratégia breve de antecipação, as marcas já podem começar a postar nas redes sociais quais serão as experiências que eles trarão nos festivais e também por que as pessoas devem ir lá, para não ficar algo que se limite apenas uma surpresas, eles podem trabalhar com estratégia de surpresa, começar a dar alguns spoiler e contrataria alguns influenciadores. Mundo do Marketing - Que dicas você daria para marcas que ainda pensam em entrar em festivais? A aposta nos festivais menores e locais é um primeiro passo? João Camargo: Depende do budget da marca. Se é uma marca que tem um budget menor e ela nunca participou de algum festival, eu recomendaria que a marca começasse em festivais menores que consequentemente o custo de investimento é menor para que ela consiga ter uma certeza dos resultados. Se a marca já tem um budget legal, mais abrangente e eles já estão acostumados com esse formato, já pode ir de cara em um festival maior. Leia também: A estratégia do The Town para se tornar referência no cenário de eventos
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