Após acompanhar, por meses, como as consumidoras descrevem experiências com produtos jelly — elogios, expectativas e sobretudo as frustrações mais recorrentes — a equipe de Quem Disse Berenice? (QDB) entendeu que havia espaço para criar algo que respondesse diretamente a essas percepções.
Nasceu, assim, a campanha de lançamento do Blush Jelly, iniciativa fortemente pautada por conteúdos criados pelos próprios usuários da marca (UGC). Em vez de construir um discurso de marca para ser empurrado ao público, QDB decidiu que o Blush Jelly circularia pela voz de quem usa maquiagem todos os dias.
Os três passos
Buscando criar um fluxo constante de conteúdo espontâneo, reviews sinceros, comparações diretas e demonstrações de textura, a marca colocou o TikTok como eixo central e adotou formatos nativos da plataforma. O Generation Leads foi o principal ponto de partida: usuários selecionados receberam o Blush Jelly diretamente em casa e foram convidados a compartilhar suas percepções em seus próprios termos.
Sem script ou quaisquer formatos de interferência da marca, o formato gerou autenticidade e ajudou a despertar confiança entre potenciais compradoras. O envio funcionou como catalisador: as primeiras impressões dispararam uma corrente de novos vídeos, análises, comparações e tutoriais.
A marca ampliou essa corrente com outro movimento decisivo: um envio massivo e estratégico para creators especializados em UGC. Nesta etapa, a QDB apostou em perfis reconhecidos pela comunidade por fazer testes detalhados, gravações caseiras, avaliações diretas e zero maquiagem no discurso. Na avaliação da marca, esses creators têm autoridade justamente porque não parecem parte da engrenagem publicitária.
A terceira camada da estratégia reforçou a lógica da escuta ativa. A marca enviou o Blush Jelly para creators que, no passado, haviam registrado insatisfações públicas com produtos jelly de outras marcas. O gesto funcionou como demonstração de confiança no próprio produto e como sinal de que a marca estava disposta a responder aos problemas reais apontados pela comunidade. A abordagem gerou engajamento imediato e atraiu novos públicos curiosos para ver se, desta vez, a categoria finalmente tinha evoluído.
A soma dessas frentes fez o conteúdo circular com velocidade. As avaliações ressaltavam a textura gelatinosa, o acabamento fresh, a multifuncionalidade e, principalmente, o fato de que o produto entregava aquilo que o público havia cobrado. Em poucas semanas, o Blush Jelly já aparecia em tutoriais, comparativos entre tonalidades, testes de durabilidade e vídeos de primeiras impressões, sempre em formatos espontâneos, sem roteiros visíveis.
O resultado consolidou um aprendizado-chave: quando o UGC deixa de ser um adendo e passa a orientar produto, narrativa e distribuição, ele se torna uma ferramenta de construção de marca, não apenas de awareness. QDB transformou o lançamento do Blush Jelly em uma demonstração prática de como o comportamento da comunidade pode guiar uma estratégia inteira e ainda reposicionar uma categoria no mercado.
Segundo Felipe Pacheco, diretor de criação da agência que assina a campanha, o ponto de partida foi reconhecer que o jelly já era um formato conhecido, mas precisava de uma evolução real para se adaptar ao mercado brasileiro: um refresh. A partir de um estudo profundo de social listening, gaps de categoria foram identificados e transformamos em direcionamentos concretos para a narrativa.
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