<p class="titulomateria">Quais são os desejos contemporâneos dos consumidores?</p> <p>Por Bruno Mello<br /><a href="mailto:bruno@mundodomarketing.com.br">bruno@mundodomarketing.com.br</a></p> <p><img class="foto_laranja_materias" style="float: left;" title="Beth Furtado" src="images/materias/beth_furtado1.jpg" border="0" alt="" width="200" height="268" />O consumidor de hoje é o principal motor na engrenagem que movimenta as mudanças nas empresas, produtos, canais de distribuição, lojas e fornecedores. Por isso, entender os seus anseios é cada vez mais importante. Pensando nisso, a Diretora de Planejamento da QG Propaganda, Beth Furtado, analisou uma série de lançamentos de produtos nos últimos dois anos e fez uma ligação de que tipo de desejo os novos produtos e serviços procuravam atender.</p> <p>Deste estudo surgiu o livro “Desejos Contemporâneos”, lançado pela Gouvêa de Souza & MD. A obra pretende inspirar o leitor a criar inovação em seus negócios por meio dos exemplos de empresas que anteciparam ou decodificaram os sensíveis movimentos dos consumidores. Ao todo, são nove desejos que Beth comenta. “Poderia ter 18, 27... tem tanto desejo no mundo que é impossível mapeá-los, mas este grupo é mais recorrente”, afirma a publicitária em entrevista ao Mundo do Marketing.</p> <p>Os desejos de hoje, no entanto, têm várias facetas. “Tem dia em que o consumidor está preocupado com a forma física, vai à academia e não come chocolate. No outro dia, esta mesma pessoa está cansada, meio desanimada e come uma caixa de chocolate. Dentro de cada ser humano há desejos contraditórios”, aponta a especialista em consumo e varejo. A seguir, Beth Furtado comenta os desejos descritos em seus livros.</p> <p><span class="subtitulomateria">Desejo por originalidade</span><br />“Está havendo muitos lançamentos de produtos sazonais e com edição limitada. São coisas de curta duração que vão embora rapidamente, entre os mais variados tipos de produtos. Isso mostra uma tendência pela sensação, não pela posse. Cresceu muito o aluguel de produtos nos últimos anos. Você pode alugar uma bolsa de grife ou uma Ferrari. Antigamente, fazíamos coleções de LPs e CDs. Hoje tudo está no computador e no MP3. Tudo é muito rápido. A busca pela originalidade, por coisas efervescentes acontece em todos os segmentos.”</p> <p><span class="subtitulomateria">Desejo de estar onde a vida acontece</span><br />“As pessoas com 40 e 50 anos estão com a sensação de não fazer parte do melhor da vida. E aqui está uma oportunidade, pois a tendência é fazer com que uma pessoa de qualquer idade se sinta jovem. A Kopenhagen tem uma promoção que dá experiências como um safari na África e para isso não precisa de idade para participar. Marcas contemporâneas como Diesel, MTV, Red Bull, Puma e Apple transmitem uma sensação de juventude muito forte.”</p> <p><span class="subtitulomateria">Desejo de estar em movimento</span><br />“A percepção do tempo mudou e queremos as coisas numa velocidade diferente. Tem uma empresa na Turquia, chamada After 9, que só funciona à noite e faz tudo que o cliente quer nesse horário, desde conveniência, até buscar o cachorro em algum lugar. É um negócio que trabalha na madrugada para as pessoas que estão plugadas 24h ou que tem um tempo diferente das outras.”</p> <p><span class="subtitulomateria">Desejo de fazer diferença</span><br />“É um desejo de inclusão que não tem a ver só com as classes C e D. As pessoas que estão fora do que o mercado chama de média têm uma sensação de invisibilidade. A terceira idade está totalmente fora do mercado. Não há projetos para incluir este público. Há um supermercado na Áustria que é voltado para a terceira idade, com iluminação e corredores diferenciados.”</p> <p><span class="subtitulomateria">Desejo de singularidade</span><br />“As pessoas querem se sentir especiais. Por isso, caem por terra as coisas demográficas, como o desenvolvimento de produtos para uma classe social C, mulheres de 30 a 40 anos. Hoje há pessoas de 60 anos tatuadas que não têm nada a ver com o “vovô”. Este é um desejo de ser o que a pessoa quiser. Existem vários exemplos de lojas e hotéis baseados em estilo de vida. Nestes hotéis, um quarto não é igual ao outro porque procura atender a estas necessidades diferentes.”</p> <p><span class="subtitulomateria">Desejo pelo inesperado</span><br />“É o desejo do fora do comum. As coisas que saem do padrão. É o caso da gastronomia que desconstroem os pratos.”</p> <p><span class="subtitulomateria">Desejo de ser arrebatado</span><br />“São coisas como restaurantes nas alturas ou submarino. A Ikea, por exemplo, fez uma ação que convidava os clientes para dormirem na loja. Isso porque eles perceberam que muitos dos clientes viajavam de outros estados para comprar lá. Daí, durante a noite, eles faziam um tour pela loja e criaram um ambiente para criar uma sensação especial.”</p> <p><span class="subtitulomateria">Desejo de aconchego</span><br />“As pessoas estão perdendo a sensibilidade. Por isso vemos o crescimento do setor Pet, de animais de estimação. As pessoas querem aconchego e o animal transmite isso. É uma sensibilidade que está falando às pessoas.”</p> <p><span class="subtitulomateria">Desejo de esperança</span><br />“Aqui entra a sustentabilidade, com as empresas revendo as suas embalagens, lanchonetes com cardápio 100% orgânico e lojas que vendem produtos 100% reciclados. As pessoas estão iniciando um processo de conscientização desta importância e estão esperançosos de que o mundo melhore.”</p>
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