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Profissionais brasileiros ganham espaço e respeito no exterior

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Tempo de Leitura 6 min

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1 de set. de 2008

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Reportagens

<p class="titulomateria">Profissionais brasileiros ganham espa&ccedil;o e respeito no exterior</p> <p>Por Thiago Terra<br /><a href="mailto:thiago@mundodomarketing.com.br">thiago@mundodomarketing.com.br</a></p> <p>Trabalhar no exterior n&atilde;o &eacute; privil&eacute;gio somente para os atletas brasileiros que se destacam em suas categorias. Atualmente, cresce o n&uacute;mero de profissionais de Marketing com carreira internacional e est&aacute; se tornando comum encontrar um brasileiro trabalhando no departamento de Marketing na sede de grandes empresas multinacionais.</p> <p>Um dos grandes problemas para falar destes profissionais talvez seja encontr&aacute;-los. Fuso hor&aacute;rio diferente, muitas tarefas e reuni&otilde;es dificultam a vida de quem quer conhecer um pouco mais sobre a hist&oacute;ria destes profissionais. Os executivos de Marketing que vivem no exterior sabem da import&acirc;ncia de adquirir experi&ecirc;ncia fora do Brasil, mas n&atilde;o esquecem a comida e sentem saudades do clima tropical.</p> <p>O que se nota atualmente &eacute; que no Brasil as empresas caminham no mesmo patamar que as companhias internacionais em estrat&eacute;gias de Marketing e, para alguns, &eacute; superior em criatividade, por&eacute;m os brasileiros ainda precisam investir mais em estrutura. Hoje, os profissionais brasileiros que est&atilde;o ganhando a vida no exterior s&atilde;o muitos e o maior problema &eacute; encontrar espa&ccedil;o em suas agendas para uma entrevista.</p> <p>Alguns profissionais brasileiros procurados pelo Mundo do Marketing n&atilde;o tinham espa&ccedil;o para entrevistas por conta de seus compromissos. Entre eles, Reynaldo Naves, que assumiu recentemente o cargo de Diretor Internacional de Marketing e Comunica&ccedil;&atilde;o Corporativa da Accor Services, empresa do grupo <a href="http://www.accor.com.br" target="_blank">Accor</a>.</p> <p>Al&eacute;m dele, Paulo Kakinoff est&aacute; comandando da Alemanha um comit&ecirc; de desenvolvimento de Marketing para a <a href="http://www.volkswagen.com" target="_blank">Volkswagen</a> em todo o planeta e Ricardo Fort completa&nbsp;10 anos de Coca-Cola Company, onde ocupa o cargo de diretor de Marketing da <a href="http://www.cocacola.com.br">Coca-Cola</a> Brasil&nbsp;desde setembro de 2006,&nbsp;depois de&nbsp;quatro anos na matriz da companhia, em Atlanta, EUA. L&aacute;, Fort&nbsp;ocupou&nbsp;por &uacute;ltimo&nbsp;o cargo&nbsp;de diretor Global de Futebol.</p> <p><span class="subtitulomateria">Diferen&ccedil;a social dita comportamento<br /></span><img class="foto_laranja_materias" style="float: right;" title="Profissionais brasileiros ganham espa&ccedil;o e respeito no exterior" src="images/materias/Carlos_Werner_Samsung.gif" border="0" alt="" width="194" height="254" />Um dos fatores de maior evid&ecirc;ncia entre os mercados do Brasil e de pa&iacute;ses estrangeiros desenvolvidos &eacute; a diferen&ccedil;a na pir&acirc;mide social. No Brasil as classes C, D e E s&atilde;o a maioria, sendo mais influenciados por publicidade na TV. Na Inglaterra, por exemplo, as classes A e B comandam o consumo e os clientes ingleses s&atilde;o mais bem informados, mais exigentes e convivem em um mercado mais maduro.</p> <p>&ldquo;O brasileiro &eacute; acostumado a ser mal servido e os nossos pre&ccedil;os s&atilde;o mais caros. O leque de op&ccedil;&otilde;es de produtos na Inglaterra &eacute; maior, assim como o poder de compra&rdquo;, aponta Carlos Werner (foto), Diretor de Marketing da <a href="http://www.samsung.com.br" target="_blank">Samsung</a> em entrevista ao Mundo do Marketing. O executivo tem experi&ecirc;ncia de quatro anos na Europa, onde trabalhou na Ford e na Bosch.</p> <p>Werner chegou ao velho continente em 2000, na Fran&ccedil;a, e l&aacute; come&ccedil;ou a tra&ccedil;ar sua carreira internacional. O mercado europeu tem mais verba e op&ccedil;&otilde;es de a&ccedil;&otilde;es de marketing enquanto no Brasil o consumidor chega com menos informa&ccedil;&atilde;o sobre um produto no ponto-de-venda. &ldquo;Aqui no Brasil a TV tem apelo mais forte e a propaganda &eacute; mais popular. L&aacute; &eacute; dif&iacute;cil ter desequil&iacute;brio de pre&ccedil;o entre os PDVs, j&aacute; no Brasil &eacute; preciso pesquisar em diversas lojas porque a diferen&ccedil;a de pre&ccedil;os &eacute; grande&rdquo;, afirma Werner.</p> <p><span class="subtitulomateria">Brasil X Exterior</span><br /><img class="foto_laranja_materias" style="float: left;" title="Profissionais brasileiros ganham espa&ccedil;o e respeito no exterior" src="images/materias/Claudinei_Santos_ESPM.jpg" border="0" alt="" width="150" height="230" />Partindo do princ&iacute;pio de que o Marketing &eacute; global, no Brasil este setor est&aacute; inserido no primeiro mundo. De acordo com Claudinei Santos (foto), Diretor de opera&ccedil;&otilde;es e coordenador de gest&atilde;o estrat&eacute;gica da P&oacute;s-Gradua&ccedil;&atilde;o da <a href="http://www.espm.br" target="_blank">ESPM</a>, o estrangeiro que vem trabalhar no Brasil encontra mais dificuldade do que o brasileiro que vai se aventurar no exterior. &ldquo;N&oacute;s sabemos mais deles do que eles de n&oacute;s. A informa&ccedil;&atilde;o &eacute; a diferen&ccedil;a b&aacute;sica entre os mercados e isso nos d&aacute; um conhecimento maior&rdquo;, diz o professor ao site.</p> <p>A diferen&ccedil;a entre o comportamento do consumidor no Brasil e nos pa&iacute;ses estrangeiros varia de acordo com cada regi&atilde;o, principalmente pela disponibilidade e distribui&ccedil;&atilde;o de renda. &ldquo;N&atilde;o d&aacute; para comparar o comportamento do consumidor estrangeiro com o do Brasil porque cada pa&iacute;s tem uma realidade pr&oacute;pria, mas os h&aacute;bitos de compra s&atilde;o parecidos&rdquo;, acredita Santos.</p> <p>Segundo Carlos Werner, da Samsung, as diferen&ccedil;as aparecem em momentos diferentes, de acordo com o que levamos em considera&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Estamos fazendo trabalhos &agrave;s vezes mais completos e criativos do que eles. Mas l&aacute; o investimento ainda &eacute; maior que no Brasil&rdquo;, compara.</p> <p><span class="subtitulomateria">Novos tempos, velhos problemas</span><br />Preconceitos com brasileiros e profissionais latinos ainda existem nos mercados de pa&iacute;ses desenvolvidos economicamente. Mas esta realidade &eacute; bem diferente da que havia h&aacute; alguns anos. &ldquo;Na equipe da Bosch na Inglaterra havia diversos estrangeiros, quase todos da Europa. Trabalhei com indianos, africanos, homossexuais e mulheres atrav&eacute;s de um programa de aceita&ccedil;&atilde;o de outras culturas&rdquo;, conta o Diretor de Marketing da Samsung.</p> <p>Assim como em qualquer lugar do mundo, o brasileiro &eacute; visto com simpatia e com os profissionais deste mercado n&atilde;o &eacute; diferente. Por&eacute;m, o fantasma do preconceito ainda assombra os brasileiros menos capacitados. &ldquo;O brasileiro ainda n&atilde;o oferece m&atilde;o-de-obra t&atilde;o qualificada e, por isso, alguns acabam trabalhando em restaurantes ou conseguem empregos com remunera&ccedil;&atilde;o mais baixa&rdquo;, diz Werner ao site.</p> <p>Atualmente o fator que faz um profissional de Marketing brasileiro buscar horizontes estrangeiros &eacute; principalmente a experi&ecirc;ncia adquirida. Diferente de oito anos atr&aacute;s, quando Werner chegou &agrave; Europa. &ldquo;Quando fui para a Europa a convers&atilde;o da moeda estrangeira para a brasileira era de oito para um. Era muito dinheiro. S&oacute; que o aluguel l&aacute; &eacute; muito caro&rdquo;, lembra o executivo da Samsung.</p> <p><span class="subtitulomateria">Cultura congelada e sem sal</span><br />O tempero e o arroz com feij&atilde;o brasileiro podem at&eacute; ser oferecidos no exterior, mas a diferen&ccedil;a com o que &eacute; feito aqui &eacute; not&aacute;vel e faz com que a saudade aumente a cada garfada. &ldquo;O clima frio e a comida me davam muita saudade do Brasil. Fora isso, n&atilde;o sentia muitas dificuldades e o ambiente de trabalho foi muito bom. A falta de sol e o frio acabam afetando porque o inverno &eacute; muito longo e depois de seis meses de c&eacute;u fechado d&aacute; vontade de sair de l&aacute;&rdquo;, avalia Carlos Werner.</p> <p>A adapta&ccedil;&atilde;o &agrave; cultura local &eacute; o grande problema para os brasileiros no exterior, segundo o professor da ESPM, Claudinei Santos. As multinacionais s&atilde;o cada vez mais parecidas e o ingl&ecirc;s j&aacute; &eacute; uma l&iacute;ngua usual do mercado. &ldquo;O problema &eacute; adaptar-se a cultura local porque hoje o profissional j&aacute; domina a l&iacute;ngua. Somente os mais jovens podem encontrar maiores dificuldades&rdquo;, conta.</p> <p><span class="subtitulomateria">Marketing para todos os gostos</span><br />As diferen&ccedil;as com rela&ccedil;&atilde;o ao desenvolvimento das estrat&eacute;gias de Marketing tupiniquins e as que s&atilde;o feitas no velho continente, ou ainda da terra do Tio Sam, n&atilde;o chamam a aten&ccedil;&atilde;o no caso das multinacionais. &ldquo;As estrat&eacute;gias de Marketing das grandes companhias s&atilde;o muito parecidas tanto aqui como l&aacute; fora, assim como o lan&ccedil;amento de produtos. Comerciais internacionais s&atilde;o veiculados aqui tamb&eacute;m. Portanto, a pr&aacute;tica do Marketing no Brasil ou no exterior &eacute; muito parecida&rdquo;, analisa o coordenador da &aacute;rea de gest&atilde;o estrat&eacute;gica da ESPM.</p> <p>Pensar que a&ccedil;&otilde;es e campanhas desenvolvidas no Brasil n&atilde;o poderiam ser aplicadas em pa&iacute;ses desenvolvidos - e vice-versa &ndash; n&atilde;o s&atilde;o necessariamente verdades absolutas. &ldquo;O tema de uma campanha e a linguagem usada deve depender do pa&iacute;s e da cultura. Se lan&ccedil;arem uma campanha baseada em Samba num pa&iacute;s onde n&atilde;o conhecem o samba, n&atilde;o vai adiantar. As estrat&eacute;gias devem estar ligadas &agrave; cultura local&rdquo;, conclui Santos.</p> <p>*<em> Atualizado &agrave;s 15h30</em></p>

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