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Profissão influencer: o que as marcas querem e esperam nas entregas

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Tempo de Leitura 5 min

DATA

10 de abr. de 2024

CATEGORIA

Reportagens

A nova geração de criadores de conteúdo conquistou a atenção de milhões de seguidores em diversas plataformas online, tornando-se protagonistas na disseminação de ideias, produtos e serviços. A relação com que marcas e influenciadores atuam hoje alcança um novo patamar de colaboração e maior profissionalismo. A Creator Economy não é apenas uma moda passageira, mas sim um fenômeno que tem transformado a forma como as marcas se relacionam com o público e como os consumidores tomam decisões de compra.

Por isso, a busca por perfis que lidam com o Marketing de Influência de maneira profissional e não por hobby vem aumentando. Uma pesquisa da Influency.me mostrou que 18% das marcas não contrataram influenciadores, no último ano, devido a experiências negativas. A pesquisa contou com mais de 350 respondentes que atuam no setor e acrescenta outras questões que levam as marcas a desistirem de contratar influenciadores, como seu posicionamento político e não emissão de nota fiscal.

Rodrigo Azevedo, CEO da Influency.me, afirmou que experiências negativas com influenciadores acontecem, em especial, quando não se tem conhecimento de todo o fluxo para criação de uma campanha. Por exemplo, o planejamento da campanha deve ser realizado antes da seleção dos influenciadores mais adequados. Pular ou inverter etapas pode levar a resultados inesperados.

Para André Brandt, Co-fundador da Farra, o influenciador ter uma postura mais profissional abre ainda mais portas para as marcas, uma vez que ele consegue captar e entregar um material natural e que atenda o público e a empresa. “Realizar roteiro, fazer um bom storytelling e seguir uma linguagem que siga a essência da pessoa e ainda entregue o que foi pedido é tudo que o mercado espera. Quem tem essa visão de negócio tem muito mais chances de fechar bons trabalhos”, pontuou ao Mundo do Marketing.

Conteúdo espontâneo e UGC

Mas e quando o influenciador está começando e ainda não possui recursos suficientes para contratar uma equipe ou ser agenciado? A espontaneidade no início chama a atenção e a constância vai dizer se aquele engajamento tem o potencial de virar um produto no futuro. Para Fabio Gonçalves, Diretor de Talentos Internacionais da Viral Nation Talent, o nano influenciador também consegue fazer tudo isso sem custo. Para que esse consiga abrir essas portas, ele precisa fazer um trabalho de qualidade. Pensar muito em estratégia, como desenvolver o seu conteúdo e fazer algo bonito.

“Eu sempre recomendo entrar em contato com as marcas via DM. Manda uma mensagem falando que gosta da marca, se podem apresentar a pessoa do comercial. É importante também se credenciar em empresas que fazem seeding de produtos, para eles receberem os produtos, para poder testar. Tendo como exemplo influenciadores do ramo da beleza ou de lifestyle, talvez, eles acabem tendo que investir um pouco, afinal, precisam dos produtos para gerar conteúdo”, indica.

Fábio fala sobre como o UGC vem sendo uma importante estratégia para quem está começando e que já dá bons resultados. “O influenciador acaba tendo que criar o UGC para a marca o notar. É gratuito, o que complica um pouco o mercado, mas, infelizmente, é uma estratégia de crescimento que tem que ser feita e as marcas se aproveitam disso. Então, sim, é imprescindível criar, mas tem que ser o mais orgânico possível e sem que seja uma propaganda, tem que ser dentro do conteúdo. Existem hoje, inclusive, agências e marcas só para o UGC, focado nisso. Tem criadores que só fazem  UGC, que são posts muito mais baratos e que a marca usa para ads e entre outros”, afirma.

Fabio Gonçalves

Artistas saem na frente como exemplos 

A visibilidade que as plataformas digitais dão às pessoas é enorme e o retorno financeiro acaba compensando mais do que um trabalho tradicional. Por isso, muitas personalidades vêm investindo em ações em suas contas que movimentem e gerem engajamento mesmo quando não possuem nenhum trabalho artístico em evidência. É um modelo cíclico: para aumentar propostas de trabalho off, fazem fama na internet, ao mesmo tempo que o trabalho off naturalmente já abre portas no digital.

É o caso do ator Julio Rocha, que já era conhecido por seus trabalhos na TV e teatro, mas durante a pandemia começou a gravar vídeos curtos cômicos de situações rotineiras. O artista viralizou e foi contratado por diversas marcas para publicidades. Assim como indicado por André Brandt, Julio reforça que ter uma noção de roteiro e cortes de cena ajudou a entregar bons trabalhos e a fechar ainda mais parcerias.

“Éramos uma equipe familiar, fazia tudo por aqui e as ideias surgiam naturalmente. Hoje já possuo uma equipe que ajuda a realizar materiais de alta qualidade para que tenha o impacto esperado. É preciso gerar uma conexão com o público e ser natural. Então, mesmo variando anunciantes, tudo está dentro do espectro que me rodeia, seja família, casamento, rotina de trabalho ou qualquer outra coisa que eu esteja vivendo”, contou o ator ao Mundo do Marketing.

Julio Rocha ator

O profissionalismo de Julio Rocha passa, inclusive, por escolher quais marcas trabalharão com ele. “Nada contra quem vende joguinho ou apostas, mas eu tenho uma ética e penso muito na minha família quando fecho um contrato. Precisa fazer sentido para mim e para meu público, pois isso gera uma conversa e eles percebem quando não está alinhado ao que sou e proponho”, afirma.

Para Fabio Gonçalves, o caráter e a imagem transmitida pelo influenciador são muito mais valiosos e importantes que o valor de qualquer job. “Afinal, o nome deles é o que de mais importante eles possuem e, em uma era de cancelamento, qualquer deslize pode significar o fim de uma carreira”, conclui.

Leia também: Uso indevido de imagem dos influenciadores gera indenização

Spark - Clube Mundo do Marketing

 

 

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Bruno Mello

Fundador e Editor Executivo

Fundador e Editor Executivo do Mundo do Marketing, Jornalista com MBA em Marketing.

AUTOR

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