As mudanças climáticas intensificam os riscos à saúde da pele, tornando a proteção solar mais importante do que nunca. O aumento da radiação ultravioleta (UV) devido a condições climáticas e ondas de calor ocasionais eleva a exposição a níveis prejudiciais, mesmo em estações tradicionalmente mais amenas. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a elevação dos índices UV ao longo de todo o ano torna a proteção solar uma necessidade constante.
Em resposta a esses desafios, a indústria cosmética tem inovado em produtos de proteção solar. As formulações atuais apresentam texturas mais leves e toque seco, adequando-se ao clima brasileiro, onde a oleosidade da pele é uma preocupação comum. Além disso, protetores solares com maior durabilidade mantiveram a necessidade de reaplicações frequentes, mantendo a eficácia mesmo com suor e contato com roupas. Há também produtos multifuncionais que, além de proteger contra os raios UV, oferecem benefícios como hidratação, controle da acne e ação anti-idade.

Uma inovação emergente no mercado é a proteção solar ingerível, segundo informações do Cosmetic Design Europe. As empresas europeias têm desenvolvido suplementos que prometem aumentar a resistência da pele aos danos causados pelos raios UV. Por exemplo, a Tosla Nutricosmetics apresentou o Lumina 365, um ingrediente com extratos naturais e vitaminas, que, em estudos clínicos, demonstrou aumentar em 23,8% a dose mínima de eritema (MED) após oito semanas de uso diário.
Além disso, observou-se uma redução de 46,2% na resistência da pele 24 horas após a exposição ao UVB. Outros, como o francês Jaldes e o espanhol Cantabria Labs, também lançaram suplementos contendo antioxidantes e extratos vegetais para auxiliar na proteção interna contra os danos solares.

Nanotecnologia em alta
A nanotecnologia tem sido uma forte aliada na criação de protetores solares mais eficazes. Pesquisadores destacam que a aplicação dessa ciência permite o desenvolvimento de produtos com alto fator de proteção solar (FPS), boa espalhabilidade, sensorial agradável e alta resistência à água. A utilização de nanopartículas possibilita uma distribuição mais concentrada dos filtros na pele, aumentando a eficácia e reduzindo a necessidade de altas concentrações de filtros físicos. Entretanto, é crucial garantir que essas nanopartículas tenham tamanhos adequados para evitar a permeação na pele, garantindo a segurança dos produtos.
Outra tecnologia inovadora é o CapSol, um emulsionante à base de oleossomas de sementes de cártamo, que facilita o desenvolvimento de protetores solares por meio de processos a frio. Essa tecnologia permite a redução de até 80% na quantidade de filtros UV orgânicos necessários, mantendo altos níveis de FPS e proporcionando um sensorial agradável. Além disso, os oleossomas nutrem a pele, acrescentando benefícios adicionais ao produto final.
A Mintel destacou que algumas marcas inovadoras também estão inovando com formulações ecologicamente corretas e seguras para os recifes. Um exemplo que chamou a atenção foi o Mineral FPS30 Reef Safe Sunscreen Lotion da Everyday California, que se orgulha de ter uma fórmula segura para a vida selvagem dos recifes. Inclui ingredientes como algas marinhas e vitamina E e exclui parabenos ou filtros UV. “Olhando para o futuro, as marcas na indústria de protetores solares precisam olhar além da proteção da pele”, apontou em relatório.
Leia também: Cosméticos Verdes: Já fez sua contribuição ao planeta hoje?
COMPARTILHAR ESSE POST