O jeito de pensar em design nos negócios transformou startups em companhias gigantes, com milhões de dólares de faturamento anual. Nos últimos dez anos, as empresas centradas no design mostraram um crescimento 200% maior, mas aquelas que centram o cliente juntamente com o design são as que mais se tornam promissoras.
Empresas de todos os tamanhos podem fazer contato direto com as pessoas por meio de comércio eletrônico e mídia social, permitindo que criem conexões mais profundas com seus usuários finais. As pessoas têm mais opções e podem facilmente procurar produtos que atendam de forma holística às suas necessidades e desejos.
Para Mauro Porcini, diretor de design da PepsiCo, quando usado com cuidado, o design fornece as melhores soluções possíveis para satisfazer as necessidades e desejos das pessoas enquanto orienta e inspira os negócios.
“Com todas as empresas em pé de igualdade, as marcas que terão sucesso estão focadas em oferecer os melhores produtos e serviços aos seres humanos. Se você não os entregar, alguém encontrará uma maneira de fazê-lo em seu nome e tomará seu lugar. Enquanto olhamos para o novo ano, aqui estão três dicas para incorporar o design com sucesso para criar produtos extraordinários que sejam significativos para as pessoas”, afirmou o especialista em artigo.
Para o executivo alguns pontos precisam estar no radar das marcas:
Concentre-se no foco humano
Para Mauro Porcini, o foco no ser humano não é definido por um processo, uma metodologia ou uma forma de trabalhar. Esses são apenas facilitadores. “O humanismo é, antes de mais nada, uma forma de cultura. É uma cultura de amor genuíno pelas pessoas. É uma cultura que prioriza o valor humano sobre o valor comercial. Nessa cultura, sabemos que o crescimento financeiro hoje é consequência direta de um autêntico cuidado com as pessoas”.
“Como designers, inovadores e empreendedores, temos uma oportunidade única, mas também uma imensa responsabilidade de projetar produtos para um futuro melhor e promover o bem-estar de todo um planeta”, afirma.
Leve o design thinking para toda a empresa
Para ser eficaz, o design thinking deve fazer parte da cultura da organização ou falhará. Por exemplo, muitas vezes as empresas realizam um workshop único de design thinking e falham em revisitar e enraizar as práticas na cultura. Ou contratam um consultor que vai e vem sem implementar permanentemente as mudanças sugeridas. As ferramentas e metodologias para o design thinking são apresentadas à organização, mas as pessoas que as utilizam não são inspiradas e retidas.
Para Mauro, o verdadeiro design thinking requer o cultivo consistente de pessoas pensantes ou dos seres humanos por trás dos designs. Sua capacidade de analisar, sintetizar, falhar e aprender está enraizada na empatia. “Os designers são uma comunidade de embaixadores dessa cultura que impulsionará os negócios em direção ao foco no ser humano. Mas precisa ser mais do que apenas designers para pensar dessa maneira. É um esforço interfuncional que informa todos os outros departamentos, incluindo pesquisa e desenvolvimento, marketing, comunicações, recursos humanos e muito mais”, avalia.
Tecnologia flexível e útil
Cada vez mais o mercado está cercado por novas tecnologias, como dados, inteligência artificial, realidade virtual e impressão 3D, só para citar algumas, que podem acelerar o trabalho e torná-lo mais eficiente e eficaz. Mauro analisa que os líderes do futuro precisarão aprender a usar esses avanços não apenas para entender da tecnologia, mas de maneiras intencionais que criem soluções significativas centradas no ser humano.
Por exemplo, o papel da IA está crescendo e mudando, permitindo gerar soluções de design mais interessantes, mas muitas vezes aleatórias. “Será uma evolução aprender mais sobre IA à medida que ela se torna mais popular e entender seus melhores usos para criar soluções sob medida, combinando a tecnologia com a criatividade humana. Os dados nos darão uma imagem mais precisa do que os humanos querem e do que os designers precisam para criar soluções mais relevantes e significativas. Caberá a nós entender como usar os dados da forma mais impactante e combiná-los com nossa intuição e visão”, conclui.
Como a PepsiCo está fazendo isso?
A PepsiCo está aproveitando a tecnologia de maneiras inesperadas na indústria de alimentos e bebidas, provando que o design vai muito além da embalagem. Um exemplo é a Garrafa Gatorade Smart Gx, com um rastreador de hidratação personalizado em forma de garrafa com uma tampa iluminada inédita que lembra os atletas de atingirem sua meta diária recomendada de hidratação.
O produto funciona em combinação com um ecossistema completo de dispositivos feitos de aplicativos, pods e tecnologias vestíveis para usar e monitorar as necessidades fisiológicas. A empresa também desenvolveu o SodaStream Professional, uma solução de hidratação no local de trabalho que permite aos usuários personalizar suas bebidas com base em suas preferências e necessidades de ingredientes funcionais.
“Na PepsiCo, trabalhamos coletivamente com todas as equipes multifuncionais para garantir que o pensamento de design não apenas esteja profundamente incorporado em nossas mais de 40 marcas, mas também contribua de forma holística para o crescimento do negócio. incluindo pesquisa e desenvolvimento, marketing, comunicações, recursos humanos e muito mais”, explica Mauro Porcini, diretor de design da PepsiCo.
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