<p><strong>M&uacute;sica digital: Ind&uacute;stria fonogr&aacute;fica se rende &agrave; Internet</strong></p><p>Por Thiago Terra<br /><a href="mailto:thiago@mundodomarketing.com.br">thiago@mundodomarketing.com.br</a></p><p>O mercado fonogr&aacute;fico sofreu um grande golpe nos &uacute;ltimos anos e o motivo pode ser resumido em apenas uma palavra:&nbsp;Internet. Com esta nova tecnologia, as gravadoras sofreram um impacto negativo relevante principalmente no n&uacute;mero de vendas de CDs. Sempre motivo de discuss&atilde;o, o pre&ccedil;o de um CD nas lojas de todo o pa&iacute;s ainda &eacute; visto como algo exorbitante e fora dos padr&otilde;es e do or&ccedil;amento para a maioria da popula&ccedil;&atilde;o brasileira, o que tamb&eacute;m abre espa&ccedil;o para a perda de mercado para a pirataria.</p><p>Mas n&atilde;o &eacute; s&oacute; no Brasil que as gravadoras est&atilde;o vendo a revolu&ccedil;&atilde;o digital ganhar a cada dia novos milhares de adeptos ao download de m&uacute;sicas e &aacute;lbuns rec&eacute;m lan&ccedil;ados ou antigos sucessos. Em Londres, a gravadora EMI anunciou este m&ecirc;s um corte de 1.500 a 2.000 empregos em conseq&uuml;&ecirc;ncia da revolu&ccedil;&atilde;o provocada pela internet e pela queda na venda de CDs. O an&uacute;ncio foi feito pela Terra Firma, um fundo de investimento que &eacute; propriet&aacute;rio da gravadora desde 2007, quando pagou 3,2 bilh&otilde;es de libras, cerca de 12,4 bilh&otilde;es de reais, pelo selo da terceira maior gravadora do mundo.</p><p>De acordo com o jornal brit&acirc;nico The Guardian, j&aacute; era esperado que o novo chefe da empresa, Guy Hands, anunciasse a redu&ccedil;&atilde;o dos gastos de Marketing, administrativos, al&eacute;m do fechamento de algumas das 40 marcas do grupo. Este projeto fez com que estrelas da gravadora amea&ccedil;assem n&atilde;o entregar seus novos &aacute;lbuns at&eacute; terem garantias sobre o investimento em promo&ccedil;&atilde;o e na distribui&ccedil;&atilde;o de material, como o astro Robbie Willians e a banda ColdPlay. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Estrat&eacute;gias diferenciadas para os novos tempos</span><br />O single tocado em r&aacute;dios de todo o pa&iacute;s e conhecido como m&uacute;sica de trabalho sempre foi a principal estrat&eacute;gia das gravadoras antes da Internet. Trinta dias antes de um lan&ccedil;amento, l&aacute; estavam elas tocando nos r&aacute;dios, dando uma pr&eacute;via ao p&uacute;blico do que as bandas prepararam para um novo disco. A imprensa, programas de TV e a&ccedil;&otilde;es de merchandising em lojas completavam o ciclo de divulga&ccedil;&atilde;o tradicional da ind&uacute;stria fonogr&aacute;fica para seus artistas. E assim se vendia centenas de milhares de c&oacute;pias.</p><p><img class="foto_laranja_materias" title="M&uacute;sica digital: Ind&uacute;stria fonogr&aacute;fica se rende &agrave; Internet" height="289" alt=" " hspace="6" src="images/materias/reportagens/mario_portela_mkt_fonografi.jpg" width="200" align="right" vspace="2" border="0" />De acordo com Mario Portela (foto), Gerente de Marketing Nacional da EMI Music, hoje em dia esta estrat&eacute;gia n&atilde;o &eacute; mais uma regra e n&atilde;o vale mais para todos os lan&ccedil;amentos devido &agrave; percep&ccedil;&atilde;o cada vez mais lenta do consumidor em rela&ccedil;&atilde;o a um disco novo de um determinado artista, principalmente por conta do bombardeio de informa&ccedil;&otilde;es. &ldquo;Hoje utilizamos a&ccedil;&otilde;es diferenciadas na internet, ferramenta fundamental para divulga&ccedil;&atilde;o, shows promocionais e at&eacute; parcerias para despertar o desejo no consumidor em adquirir um novo produto&rdquo;, explica Portela em entrevista ao Mundo do Marketing.</p><p>J&aacute; que o consumidor de hoje precisa ser atingido com mais freq&uuml;&ecirc;ncia e atrav&eacute;s de ve&iacute;culos relevantes para eles, as a&ccedil;&otilde;es que d&atilde;o resultado para as gravadoras s&atilde;o aquelas feitas com coordena&ccedil;&atilde;o e planejamento. &ldquo;Buscamos intera&ccedil;&atilde;o e sinergia entre todas as &aacute;reas de divulga&ccedil;&atilde;o com a&ccedil;&otilde;es feitas em conjunto para que o consumidor perceba que existe algo de novo no mercado&rdquo;, conta o Gerente de Marketing nacional da EMI.</p><p>Para comprovar a revolu&ccedil;&atilde;o digital na ind&uacute;stria fonogr&aacute;fica, a banda inglesa Radiohead inovou no lan&ccedil;amento do disco In Rainboew. No novo modelo de neg&oacute;cio, o &aacute;lbum s&oacute; p&ocirc;de ser comprado atrav&eacute;s da Internet no lan&ccedil;amento e&nbsp;era o consumidor quem decidia quanto pagar pela obra. Uma inova&ccedil;&atilde;o desta amplitude &eacute; capaz de agregar valor ao produto al&eacute;m da grande proje&ccedil;&atilde;o na m&iacute;dia. </p><p><span class="texto_laranja_bold"><img class="foto_laranja_materias" title="M&uacute;sica digital: Ind&uacute;stria fonogr&aacute;fica se rende &agrave; Internet" height="332" alt=" " hspace="6" src="images/materias/reportagens/Edson%20Zogbi.JPG" width="283" align="left" vspace="2" border="0" />Revolu&ccedil;&atilde;o digital na ind&uacute;stria fonogr&aacute;fica</span><br />A dissemina&ccedil;&atilde;o da informa&ccedil;&atilde;o proposta pela era digital pode ser a principal respons&aacute;vel pelo cen&aacute;rio atual na ind&uacute;stria fonogr&aacute;fica, representada principalmente pela internet, pelo Ipod, formatos mp3 e pelos gravadores de CDs. De carona com estas novidades, o pre&ccedil;o alto dos CDs em lojas ajudou no decl&iacute;nio da idolatria por eles, visto que o consumidor economiza dinheiro para poder comprar os que gostavam. &ldquo;Como as margens de lucro eram absurdamente altas para as gravadoras, para as distribuidoras e para o varejo, o consumidor alterou seu julgamento de valor e passou a preferir trocar os arquivos de m&uacute;sica com os amigos&rdquo;, afirma o especialista em Gest&atilde;o da Inova&ccedil;&atilde;o e Marketing de Varejo, Edson Zogbi (foto). </p><p>Uma das sa&iacute;das sugeridas para as gravadoras seria responder ao mercado na mesma moeda, com inova&ccedil;&otilde;es em suas estrat&eacute;gias e planos de marketing, mas um dos fatores que podem ter atrapalhado a ind&uacute;stria fonogr&aacute;fica no processo de inova&ccedil;&atilde;o &eacute; a comodidade das empresas ao alcan&ccedil;ar o sucesso, que passam a administr&aacute;-lo ao inv&eacute;s de ficarem abertas &agrave; inova&ccedil;&atilde;o. Segundo Edson Zogbi, com esta realidade, as pessoas de menor poder aquisitivo se conscientizaram de que estavam pagando uma fortuna por um CD. &ldquo;O fato principal &eacute; que o tempo deu o troco na gan&acirc;ncia das gravadoras&rdquo; acredita o especialista.</p><p>A ind&uacute;stria fonogr&aacute;fica precisa responder ao mercado, a si mesmo e aos consumidores, de forma clara, objetiva e moderna, sobre como sair do vermelho e ganhar credibilidade novamente. Para Zogbi, as gravadoras t&ecirc;m que mudar todo o conceito empresarial do ramo de entretenimento e precisam de inova&ccedil;&atilde;o de ruptura. &ldquo;A ind&uacute;stria fonogr&aacute;fica precisa aproveitar algumas compet&ecirc;ncias principais e come&ccedil;ar um neg&oacute;cio novo, praticamente do zero em termos de processos e sistema de trabalho&rdquo;, diz. Com criatividade, as empresas deste mercado ainda podem aproveitar as pessoas e o capital j&aacute; existentes e criar novas solu&ccedil;&otilde;es rent&aacute;veis com compet&ecirc;ncia para achar seus nichos.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Planejamento e a Internet no cen&aacute;rio atual</span> <br />Na EMI, o planejamento hoje &eacute; feito com cautela e crit&eacute;rio para cada produto, mas com menores investimentos e receitas do que h&aacute; 10 anos. Desta forma, a margem de erro torna-se menor e a probabilidade de acerto cresce. &ldquo;O foco nas a&ccedil;&otilde;es de cada produto &eacute; fundamental para alcan&ccedil;armos o sucesso&rdquo;, aponta Mario Portela, da EMI Music. <br />&nbsp;<br />A internet democratizou o mercado da m&uacute;sica, j&aacute; que hoje em dia, mais pessoas t&ecirc;m acesso a muitos estilos e variados artistas que antes da revolu&ccedil;&atilde;o digital n&atilde;o seria f&aacute;cil conhecer. Atualmente, a Internet pode ser usada como aliada da m&uacute;sica no que diz respeito aos consumidores. A web ajuda quando vista como um term&ocirc;metro de tend&ecirc;ncias, segundo Portela, da EMI Music. &ldquo;Acredito que toda inova&ccedil;&atilde;o &eacute; v&aacute;lida, pois nos d&aacute; a oportunidade de criarmos, divulgarmos e comercializarmos nossas m&uacute;sicas para um n&uacute;mero maior de pessoas&rdquo;, diz. <br />&nbsp;<br />&Eacute; ineg&aacute;vel que a forma como a Internet nasceu na m&uacute;sica atrapalha a ind&uacute;stria fonogr&aacute;fica na vis&atilde;o dos profissionais do setor. De acordo com o executivo de marketing da EMI, o acesso livre &agrave;s m&uacute;sicas prejudica as receitas das empresas e, por isso, a ind&uacute;stria da m&uacute;sica est&aacute; fazendo esfor&ccedil;o para criar o h&aacute;bito no consumidor de pagar por aquilo que ele ouve e baixa na rede.<br />&nbsp;<br /><span class="texto_laranja_bold">Tend&ecirc;ncias do marketing fonogr&aacute;fico<br /></span>Em quase todas as companhias da m&uacute;sica hoje existe um departamento voltado apenas para a divulga&ccedil;&atilde;o digital de discos, com conte&uacute;dos segmentados, algo que n&atilde;o existia h&aacute; bem pouco tempo. Na EMI, esta &eacute; uma ferramenta de extrema import&acirc;ncia e parte integrante da estrat&eacute;gia de marketing para lan&ccedil;ar qualquer produto no mercado.<br />&nbsp;<br />Orkut, MySpace, SecondLife, sites especializados, entre outros meios de interatividade, s&atilde;o ferramentas fundamentais para o marketing das gravadoras. Quando bem feitos, a empresa cria um ex&eacute;rcito de divulgadores sem gastar ou investir verba. &ldquo;Atrav&eacute;s do marketing viral, as empresas alcan&ccedil;am pessoas que trocam informa&ccedil;&otilde;es sobre o seu produto, criando assim uma rede de divulga&ccedil;&atilde;o&rdquo;, explica Portela. <br />&nbsp;<br />Um recente exemplo desta estrat&eacute;gia &eacute; a banda Artic Monkeys, que come&ccedil;ou a divulgar seu produto na rede, e em pouco tempo foi contratada pela EMI Music com milh&otilde;es de vendas de c&oacute;pias do seu &aacute;lbum por todo mundo. Com esta realidade, as companhias fonogr&aacute;ficas entenderam que &eacute; preciso inovar e buscar na internet um aliado de peso para acompanhar as tend&ecirc;ncias do mercado da m&uacute;sica. A web e a ind&uacute;stria fonogr&aacute;fica afinam suas cordas, tornam-se parceiras para achar o tom ideal que agrade ao consumidor.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Acesse</span><br /><a href="http://www.emi.com.br" target="_blank">www.emi.com.br</a></p>
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