O relatório “The State of Financial Inclusion post COVID-19” (O estado da inclusão financeira pós-COVID-19), divulgado pela Mastercard, trouxe dados alarmantes sobre o acesso a produtos financeiros na América Latina.
Dados levantados pelo documento indicam que, embora a maioria dos latino-americanos tenha conseguido acesso a produtos financeiros básicos entre 2020 e 2023, período marcado pela pandemia, 21% deles continuam excluídos desta realidade.
Do outro lado da moeda, no grupo dos 79% que obtiveram acesso à serviços básicos durante o período, perdura uma lacuna que dificulta formas mais avançadas de inclusão financeira.
A realidade se desdobra na aquisição de serviços de crédito, por exemplo. Enquanto 58% dos latino-americanos possuem um cartão de crédito, apenas 30% têm acesso a outras formas de crédito, como empréstimos, seguros ou produtos de investimento. Neste recorte, os brasileiros têm mais acesso a cartões de crédito (75%), mas estão abaixo da média continental em relação aos empréstimos (28%).
Digital contribui para a inclusão
Embora o dinheiro continue a ser o método de pagamento diário mais utilizado no continente, a escolha da opção física decresce ano após ano. Antes do início da pandemia, 25% dos latino-americanos utilizavam dinheiro em espécie para arcar com mais de 75% das suas despesas mensais - em 2023, este número caiu para 15%.
Atentas ao surgimento de uma nova tendência, 92% das empresas latinas já aceitam algum tipo de pagamento digital. O método de pagamento mais aceito é o P2P (pagamento pessoa a pessoa) ou transferência bancária (82%), seguido do mercado online (33%) e do código QR (32%).
Neste panorama, os smartphones dominam o setor, atingindo 80% de penetração na região. Em função disso, 88% dos entrevistados indicaram que usam seus telefones celulares para fazer transações, enquanto a maioria (55%) disse preferir usar um dispositivo móvel para abrir uma nova conta.
Conclusões e desafios
O relatório divulgado pela Mastercard concluiu que o acesso a diferentes formas de crédito ainda é um componente essencial para a inclusão financeira no continente, mas não o único.
Os entrevistados salientaram que o acesso à educação financeira é igualmente importante, e reforçaram que a inclusão financeira não se trata apenas da oferta de produtos, mas exige das empresas do setor a compreensão de populações sem acesso bancário para a entrega de benefícios específicos às suas necessidades.
Partindo do mesmo princípio, Marcela Carrasco, Chefe de Inclusão Financeira na MasterCard América Latina, ressalta que a inclusão financeira é uma prioridade que vai além do acesso. Para terem sucesso de fato, os serviços financeiros precisam ajudar pessoas e comunidades a subir a escada da inclusão financeira para alcançar novos níveis de prosperidade econômica.
O que fazer? Pensando em contribuir para o aumento da inclusão financeira no continente, os provedores de pagamento na América Latina precisam se concentrar em cinco áreas-chave, que abrangem etapas diversas.
Primeiramente, eles devem priorizar a personalização, oferecendo soluções customizadas para determinados segmentos atrasados no processo de inclusão, usando ferramentas de open finance e de gestão de finanças pessoais para agregar valor e relevância.
Em segundo lugar, é necessário canalizar o desenvolvimento de produto para o crédito, criando soluções que ofereçam um acesso mais fácil a empréstimos pessoais e cartões de crédito e que impulsionem uma pontuação de crédito inovadora ou modelos criativos de garantias.
Os provedores também precisam reformular o conceito de educação financeira, afastando-se dos cursos e workshops tradicionais para fornecer educação financeira invisível e gamificada, adaptada à capacidade financeira de cada segmento.
Além disso, as empresas do setor devem aproveitar a conveniência e criar incentivos, concentrando-se na economia de tempo, adotando uma abordagem ecossistêmica que resolva vários problemas ao mesmo tempo e produtos de investimento simples que ofereçam liquidez.
Por fim, uma parceria contínua entre o setor público-privado é essencial para melhorar a inclusão financeira. Os provedores de pagamentos devem priorizar os subsídios, o transporte público e as políticas financeiras proativas para a redução do uso do dinheiro em espécie. Dinheiro na mão das pessoas Em bate-papo com o Clube Mundo do Marketing, Thaís Passarella, Superintendente de Marketing, Marca e Comunicação da TecBan – Banco24Horas, trouxe insights sobre maneiras de fazer com que o dinheiro chegue até as pessoas de forma mais simples e humanizada, reduzindo discrepâncias sociais.
A Superintendente de Marketing também falou sobre as estratégias de distribuição dos caixas eletrônicos da marca e como a TecBan explora o potencial publicitário dos equipamentos.
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