<p><strong>Marketing viral e de emboscada s&atilde;o ferramentas da Guerrilha</strong></p><p>Por Thiago terra<br /><a href="mailto:redacao@mundodomarketing.com.br">redacao@mundodomarketing.com.br</a></p><p><img class="foto_laranja_materias" src="images/materias/entrevista/gustavo_fortes.jpg" border="0" alt=" " title="Gustavo Fortes" hspace="6" vspace="2" width="250" height="318" align="left" />Para provar que o Marketing de Guerrilha tem crescido no Brasil, o Diretor de Planejamento da Ag&ecirc;ncia Espalhe, especializada neste segmento, Gustavo Fortes explica a ess&ecirc;ncia deste meio que tem como lema n&atilde;o comprar m&iacute;dia. O marketing de guerrilha &eacute; baseado literalmente no boca-a-boca gerado por pessoas ap&oacute;s um evento, feiras ou grandes concentra&ccedil;&otilde;es de pessoas.</p><p>O marketing viral, assim como o marketing de emboscada, s&atilde;o as mais utilizadas pelas empresas e alimenta cada vez mais a criatividade dos seus criadores. Nesta entrevista ao Mundo do Marketing, Fortes fala das ferramentas que utiliza para elaborar campanhas para marcas famosas ou novas.</p><p>Gustavo Fortes ressalta ainda a diferen&ccedil;a entre o marketing de guerrilha e a&ccedil;&otilde;es de pirataria, explicando que grandes empresas n&atilde;o perdem tempo &ndash; e nem dinheiro &ndash; com campanhas que possam gerar problemas judiciais ou arranhar a imagem constru&iacute;da de uma marca forte. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Estamos chegando perto dos jogos Pan-Americanos. As marcas que n&atilde;o s&atilde;o patrocinadoras do evento podem fazer marketing de guerrilha para aproveitar a repercuss&atilde;o do evento?</span><br />Sim. Isso pode ser feito atrav&eacute;s do marketing de emboscada. As empresas aproveitam grandes eventos e mobiliza&ccedil;&otilde;es, de forma absolutamente legal, para promover a sua imagem. &Eacute; diferente de pirataria, que seria usar a marca do PAN 2007, por exemplo, em camisas sem ter o direito de fazer isso. Em Copa do Mundo, Olimp&iacute;adas, isto tamb&eacute;m acontece bastante. O marketing de guerrilha n&atilde;o compra m&iacute;dia. Usamos o boca-a-boca. &Eacute; muito importante pegar carona no assunto que as pessoas j&aacute; est&atilde;o falando. O PAN &eacute; um evento muito grande, importante para o Brasil, para o Rio de Janeiro e muitas marcas est&atilde;o falando disso. </p><p>As marcas devem aproveitar de forma inteligente. Nas copas do mundo, a patrocinadora oficial sempre foi a Adidas. Depois de pesquisa global feita no mundial de 2006, as pessoas achavam que a patrocinadora oficial do evento era a Nike. Na copa de 1998, em Paris, voc&ecirc; s&oacute; via a&ccedil;&otilde;es da Nike acontecendo em v&aacute;rios lugares. A&ccedil;&otilde;es inteligentes, legalizadas pela prefeitura, a&ccedil;&otilde;es que fazem o p&uacute;blico pensar que a Nike realmente &eacute; a patrocinadora da copa. Os patrocinadores oficiais, em minha opini&atilde;o, desembolsam uma grana preta (US$ 45 milh&otilde;es) e pensam: &ldquo;Pronto! J&aacute; estou patrocinando, tudo bem&rdquo; enquanto que a Nike faz essas a&ccedil;&otilde;es, aparece muito mais, est&aacute; mais pr&oacute;xima do cliente e as pessoas ficam com a percep&ccedil;&atilde;o de que ela &eacute; a patrocinadora. Isto se chama marketing de emboscada.</p><p><span class="texto_laranja_bold">O que voc&ecirc; n&atilde;o recomenda para estas empresas que pensam em fazer o marketing de guerrilha?</span><br />O maior erro &eacute; a pirataria. Utilizar uma marca sem autoriza&ccedil;&atilde;o legal, como o exemplo do PAN 2007. N&atilde;o acho necess&aacute;rio fazer isso. Normalmente acontece com pequenos com&eacute;rcios, porque a pirataria as grandes empresas n&atilde;o fazem. Hoje, o esp&iacute;rito das conversas em qualquer esquina j&aacute; est&aacute; em torno de esportes e se voc&ecirc; se associa a isso de alguma forma inteligente a sua marca vai ser lembrada. <br />&nbsp;<br /><span class="texto_laranja_bold">Qualquer empresa pode fazer marketing de guerrilha? Qual deve ser o foco para seguir este caminho?<br /></span>Quando se pensa em guerrilha, logo vem a imagem do Vietn&atilde; na cabe&ccedil;a das pessoas. Pensando em Vietn&atilde;, remete aos EUA. Da&iacute; vem &agrave; id&eacute;ia de que eles tiveram que potencializar os poucos recursos que tinham, comparados com os EUA, e tiveram que encarar eles de frente. Assim, o marketing de guerrilha &eacute; feito mais por pequenas empresas. &Eacute; feito pela lanchonete da esquina para brigar com a grande cadeia de fast-food, por motivos de sobreviv&ecirc;ncia. As empresas pequenas devem, sim, fazer o marketing de guerrilha por n&atilde;o ter muito dinheiro para gastar com a m&iacute;dia, fazer grandes eventos, eles devem pensar de forma criativa. Por outro lado deve ser feito tamb&eacute;m por grandes empresas. </p><p>Existem muitas marcas brigando por aten&ccedil;&atilde;o. As pessoas n&atilde;o est&atilde;o mais olhando para os outdoors como antes. Por isso que a Nike faz marketing de guerrilha e de emboscada em eventos esportivos. Uma das marcas mais guerrilheiras que tem &eacute; o Google. Ela &eacute; uma das mais admiradas e importantes marcas do mundo segundo pesquisas e isso, sem fazer um an&uacute;ncio. Eu nunca vi um an&uacute;ncio do Google no jornal. Esta marca cresceu atrav&eacute;s do boca-a-boca. Tanto a empresa pequena deve fazer marketing de guerrilha para sobreviver, quanto a grande deve fazer para se destacar e ter atitude. </p><p>Uma empresa que est&aacute; fazendo marketing de guerrilha inteligente, com atitude, &eacute; vista com mais import&acirc;ncia do que aquela que s&oacute; assinou um cheque e est&aacute; aparecendo na placa de publicidade do campo de futebol. As empresas patrocinadoras deveriam se preocupar em fazer antes um marketing de guerrilha na rua, na internet, para chamar a aten&ccedil;&atilde;o das pessoas.<br />&nbsp;<br /><span class="texto_laranja_bold">Quais s&atilde;o as caracter&iacute;sticas do marketing de emboscada?</span><br />O marketing de emboscada se aproveita de grandes concentra&ccedil;&otilde;es de pessoas, eventos e feiras. Uma determinada empresa queria participar de uma feira, mas n&atilde;o possu&iacute;a verba necess&aacute;ria para estar em um dos stands. N&oacute;s negociamos com as pessoas no ponto de t&aacute;xi, que ficava fora do pavilh&atilde;o da feira e, assim, patrocinamos todos os carros, colocando o material da empresa dentro dos taxis, como capa de banco e uma leitura para os passageiros, direcionando para um site. Isto &eacute; um marketing de emboscada. &Eacute; pensar em solu&ccedil;&otilde;es com mais criatividade, relev&acirc;ncia e atingir o p&uacute;blico-alvo. Chamar a aten&ccedil;&atilde;o para sua marca de forma diferente.</p><p><span class="texto_laranja_bold">A guerrilha &eacute; a melhor forma de gerar o boca a boca? Quais outros meios podem ser utilizados?</span><br />Uma forma boa de gerar o boca-a-boca &eacute; pegar modelos famosas, caras, de prefer&ecirc;ncia uma das Top&rsquo;s e colocar ela nua num outdoor ou numa capa de jornal, todo mundo vai ver, vai falar. Neste caso a empresa est&aacute; pagando m&iacute;dia e o cach&ecirc; da modelo. E a&iacute; entra a quest&atilde;o, o quanto isso &eacute; relevante para sua marca realmente? Lembro que antigamente os comerciais da Hollywood, que passava no domingo, no intervalo do Fant&aacute;stico, eram comentados por todos na escola na segunda-feira. Lembro porque mostrava esportes novos, desconhecidos do p&uacute;blico. Isto acontece cada vez menos hoje em dia porque existe muita informa&ccedil;&atilde;o e as pessoas n&atilde;o comentam. Ent&atilde;o, o que as marcas querem? Elas querem que as pessoas comentem e que falem dela. </p><p>Al&eacute;m da propaganda, que funciona, temos que fazer as pessoas falarem. Tem que estar em blogs e redes sociais. Isto &eacute; o marketing de guerrilha. O ideal &eacute; j&aacute; estar na estrat&eacute;gia antes de lan&ccedil;ar o produto, o que nem sempre &eacute; poss&iacute;vel. Sem isto a marca far&aacute; outra campanha e estar&aacute; jogando dinheiro fora. Tem que pensar em campanhas que far&atilde;o as pessoas falarem. As marcas querem estender o seu nome al&eacute;m dos 30 segundos do comercial. A maioria delas j&aacute; est&aacute; pensando nisso. O foco &eacute; gerar interesse da m&iacute;dia. Isto &eacute; estrat&eacute;gia de guerrilha, criatividade de guerrilha. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Como voc&ecirc; v&ecirc; o futuro neste seguimento? Quais as novidades?</span><br />As pessoas falam que &ldquo;o marketing viral j&aacute; encheu o saco&rdquo;. Mas essas pessoas gravam v&iacute;deos toscos, fingindo ser caseiro, colocam no youtube e acham que &eacute; sucesso e que s&atilde;o modernos. A ferramenta de marketing viral est&aacute; embaixo do marketing de guerrilha, porque o futuro &eacute; pensar cada vez mais em como gerar o boca-a-boca, gerar m&iacute;dia espont&acirc;nea. O nosso neg&oacute;cio &eacute; esse. Marketing viral e de emboscada s&atilde;o ferramentas da guerrilha. Temos que estar um passo &agrave; frente sobre as coisas que s&atilde;o novidades. Saber o que as pessoas est&atilde;o procurando, o que est&atilde;o conversando e o que as far&atilde;o falar. &Eacute; isso o que a gente tem que pensar. Se o Second Life n&atilde;o tem mais gra&ccedil;a, o que fazer? O que procurar? Quais as novidades? Como ter uma presen&ccedil;a diferente no Youtube?</p><p><span class="texto_laranja_bold">Como a Espalhe fez para atingir tantas pessoas em diferentes estados do Brasil? Como foi a estrat&eacute;gia?</span><br />Isto &eacute; puro marketing de guerrilha. &Eacute; utilizar uma comunidade no Orkut e criar um blog. As empresas est&atilde;o acreditando muito nestas ferramentas. Hoje as pessoas nos procuram porque querem ter uma rede social, querem ter um blog, coisa que antes ningu&eacute;m sabia o que era. &Eacute; mais f&aacute;cil quando se tem empresa pequena. A Espalha, por exemplo, que foi escolhida como uma das dez melhores ag&ecirc;ncias para se trabalhar em vota&ccedil;&atilde;o do Brasil inteiro. Entre os estudantes, ficamos entre as cinco melhores para se trabalhar. Pessoas do Brasil inteiro nos conhecem.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Quais campanhas tiveram grande repercuss&atilde;o na m&iacute;dia e mais te marcaram?</span><br />O guerrilheiro por natureza &eacute; o dono da empresa. Aqui na espalhe todo mundo participa do Blog, todos participam da rede social. Existe um exemplo cl&aacute;ssico de marketing de guerrilha em eventos esportivos que foi a marca Dijon &ndash; que lan&ccedil;ou a Luiza Brunet. O dono da marca estava em uma Copa do Mundo com uma bandeira da Dijon fazendo o marketing de emboscada. Ele fez porque era o dono. Ele fez um bandeir&atilde;o com o nome da marca. Como se tratava de um evento televisionado para o mundo inteiro, a marca seria vista no Brasil e logo iria gerar o boca-a-boca. </p><p>Aqui a gente tenta fazer este servi&ccedil;o para empresas que cresceram e que n&atilde;o tem a figura do dono, que quer ir a uma Copa do Mundo, por exemplo, s&oacute; para divulgar a sua marca. Quando come&ccedil;amos uma a&ccedil;&atilde;o, primeiro pensamos em conte&uacute;do. Depois, vem o quanto ele vai poder ir pra frente. Depois colocamos esse conte&uacute;do na rua. Um bom exemplo &eacute; a C&ocirc;nsul Aquarela, uma geladeira que foi desenvolvida para que pudesse ser desenhada, rabiscada, colorida, mas com possibilidade real de ser limpa sem deixar marcas. </p><p>Colocamos esse produto em v&aacute;rios lugares com concentra&ccedil;&atilde;o de pessoas junto com o m&aacute;gico Tommy. Ele perguntava aos consumidores do que eles mais gostavam. As pessoas falavam os produtos e suas marcas preferidas. O m&aacute;gico pedia para que ent&atilde;o, desenhassem esses produtos na porta da geladeira e a&iacute; ele abria a porta e estava l&aacute; o produto. Esta campanha atingiu no m&aacute;ximo 30 mil pessoas. N&oacute;s pegamos este material, levamos pros blogs, redes sociais e potencializamos ainda mais. Isso fez com que esse n&uacute;mero chegasse a 300 mil pessoas. </p><p>Como somos uma empresa e n&atilde;o o dono da Dijon, n&oacute;s falamos com a assessoria do m&aacute;gico e o levamos para v&aacute;rios programas de audit&oacute;rio (Ronie Von, Ana Hickman, Eliana, Octavio Mesquita, nos ve&iacute;culos) e na Veja S&atilde;o Paulo e Estado de S&atilde;o Paulo. O nosso trabalho &eacute; pegar a id&eacute;ia do dono da Dijon e potencializar ao m&aacute;ximo. Se n&oacute;s tiv&eacute;ssemos que fazer aquele marketing de emboscada, por exemplo, ter&iacute;amos fotografado o bandeir&atilde;o, criado uma comunidade nas redes sociais para que todos pudessem ter acesso, colocar&iacute;amos nos blogs... </p><p><span class="texto_laranja_bold">Acesse</span><br /><a href="http://www.espalhe.com.br" target="_blank">www.espalhe.com.br</a></p>
COMPARTILHAR ESSE POST