<p><strong>Marketing tem que se reinventar diante do poder do varejo</strong></p><p>Por Bruno Mello<br /><a href="mailto:bruno@mundodomarketing.com.br">bruno@mundodomarketing.com.br</a></p><p><img class="foto_laranja_materias" src="images/materias/entrevista/marcos_gouvea_souza.jpg" border="0" alt=" " title="Marcos Gouv&ecirc;a de Souza" hspace="6" vspace="2" width="250" height="324" align="left" />Os especialistas em branding dizem que a marca vai diferenciar um produto do outro cada vez mais, influenciando o consumidor na hora da compra. J&aacute; os especialistas em relacionamento afirmam que conhecer, satisfazer e fidelizar o cliente &eacute; que faz a diferen&ccedil;a. H&aacute; ainda diversos outros especialistas que defendem as suas metodologias como fator principal na decis&atilde;o de aquisi&ccedil;&atilde;o que se d&aacute; no... varejo. Ainda que o com&eacute;rcio eletr&ocirc;nico cres&ccedil;a e que a venda direta ganhe espa&ccedil;o, &eacute; no varejo que se d&aacute; a grande maioria das compras. Por isso, outros especialistas, os de varejo, tamb&eacute;m fazem coro sobre a import&acirc;ncia de suas cren&ccedil;as para vender.</p><p>Mas aqui n&atilde;o se trata de qualquer conhecedor do assunto ou de uma a&ccedil;&atilde;o isolada que fa&ccedil;a vender. Trata-se de um dos maiores especialistas em varejo do Brasil. Em entrevista ao Mundo do Marketing, Marcos Gouv&ecirc;a de Souza, Diretor-Geral da Gouv&ecirc;a de Souza &amp; MD, explicou as mudan&ccedil;as pelas quais passam o varejo no pa&iacute;s e no mundo e como a desacelera&ccedil;&atilde;o do consumo nos Estados Unidos e a multiplica&ccedil;&atilde;o de canais de venda est&atilde;o influenciando as a&ccedil;&otilde;es de Marketing. </p><p>Estes e outros fatores imp&otilde;em grandes desafios aos profissionais de Marketing, que devem sim cuidar da marca, do relacionamento e uma infinidade de outros atributos, mas nunca esquecer o varejo. De acordo com Gouv&ecirc;a de Souza, as mudan&ccedil;as de h&aacute;bitos de consumo, a competi&ccedil;&atilde;o em alta, o aumento de renda, de cr&eacute;dito e as mudan&ccedil;as na economia mundial formam um cen&aacute;rio em que as marcas devem buscar novas formas de vender e o varejo de atrair o cliente.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Cresce a cada dia a import&acirc;ncia do varejo dentro de uma estrat&eacute;gia em que o consumidor realmente vai comprar e se relacionar com a marca. O que os profissionais de Marketing que trabalham nesta &aacute;rea devem fazer?</span><br />O Brasil est&aacute; tendo um crescimento de demanda por parte do consumidor enquanto h&aacute; uma retra&ccedil;&atilde;o nos mercados dos Estados Unidos, Canad&aacute; e Europa. O crescente poder do varejo &eacute; um grande desafio para o Marketing porque ele tem o relacionamento final com o consumidor e uma marca que significa alguma coisa. A concentra&ccedil;&atilde;o de distribui&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m &eacute; um desafio. Por isso, em muitos casos, a industria est&aacute; criando canais pr&oacute;prios para chegar no consumidor final. Todos os fabricantes de t&ecirc;nis esportivos (Nike, Adidas, Puma, entre outros) criaram suas redes de lojas, seja com opera&ccedil;&atilde;o pr&oacute;pria, terceirizada ou franqueada. </p><p>Pegando o segmento massificado, que &eacute; o grande mercado, temos tamb&eacute;m a Levi&rsquo;s provando que quem tem a marca e a produ&ccedil;&atilde;o deve pensar seriamente como encontrar uma alternativa para chegar no consumidor. H&aacute; outros casos, inovadores, como o Nespresso e a Todeschini e esses movimentos devem chamar aten&ccedil;&atilde;o do homem de Marketing porque&nbsp;o distanciamento da ind&Uacute;stria com o varejo &eacute; extremamente perigoso. </p><p>Outro aspecto &eacute; o crescimento da comunica&ccedil;&atilde;o no ponto-de-venda, n&atilde;o s&oacute; de comunica&ccedil;&atilde;o promocional, mas a comunica&ccedil;&atilde;o digital que est&aacute; dando um poder adicional para as lojas. A transforma&ccedil;&atilde;o dos canais de vendas tamb&eacute;m merece aten&ccedil;&atilde;o. O consumidor est&aacute; indo cada vez mais &agrave;s lojas, mas cada vez mais ele faz isso com uma pr&eacute;-pesquisa pela Internet, ou com uma informa&ccedil;&atilde;o via celular nos pa&iacute;ses desenvolvidos. O celular ser&aacute; um canal poderoso de relacionamento, informa&ccedil;&atilde;o, promo&ccedil;&atilde;o, venda e de pagamento.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Um estudo mostrou que 75% das compras nos EUA tiveram algum tipo de promo&ccedil;&atilde;o nos &uacute;ltimos anos.</span> <br />N&atilde;o s&oacute; promo&ccedil;&atilde;o, mas com pre&ccedil;o n&atilde;o cheio, podendo ser um desconto, uma oferta, uma liquida&ccedil;&atilde;o ou alguma modalidade de forma&ccedil;&atilde;o de pre&ccedil;o que n&atilde;o &eacute; o pre&ccedil;o cheio. O que &eacute; pior &eacute; que isso &eacute; crescente. O consumidor est&aacute; deseducado a comprar em pre&ccedil;o cheio. Por isso, a experi&ecirc;ncia, a conveni&ecirc;ncia, entre outros elementos, devem incorporar a tentativa de melhora da rentabilidade. O varejo, no mundo, n&atilde;o tem marca. Os consumidores compram atrav&eacute;s de informa&ccedil;&atilde;o boca-a-boca e passando em frente da loja. Por isso, quem det&eacute;m a distribui&ccedil;&atilde;o vai caminhar para oferecer mais servi&ccedil;os para permitir uma integra&ccedil;&atilde;o na oferta. Os servi&ccedil;os financeiros s&atilde;o um &oacute;timo exemplo, como o Ibi, que nasceu dentro da C&amp;A e se transformou em mais de 200 ag&ecirc;ncias independentes.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Como a retra&ccedil;&atilde;o do consumo nos Estados Unidos pode afetar o Brasil na medida em que temos multinacionais que podem ser afetadas?</span><br />Pode afetar positiva e negativamente. Uma retra&ccedil;&atilde;o mundial pode reduzir as exporta&ccedil;&otilde;es brasileiras, que pode reduzir o emprego e a renda. Estamos com uma tend&ecirc;ncia de crescimento de renda e emprego, que pode reduzir a sua velocidade de expans&atilde;o. Mas podemos ter um reflexo positivo porque economias est&aacute;veis, politicamente equilibradas, com popula&ccedil;&atilde;o jovem e com &iacute;ndice de urbaniza&ccedil;&atilde;o elevado representam um cen&aacute;rio buscado pelas grandes marcas. Nos &uacute;ltimos 20 anos, o Brasil nunca foi percebido de uma maneira t&atilde;o positiva como ele &eacute; hoje e isso vai se refletir em investimentos diretos, que vem para gerar aumento de emprego e de renda. </p><p>A desacelera&ccedil;&atilde;o do setor de shoppings centers nos EUA, por exemplo, trouxe para o Brasil grandes investidores, mostrando uma completa transforma&ccedil;&atilde;o neste setor hoje, com profissionaliza&ccedil;&atilde;o e expans&atilde;o.</p><p><span class="texto_laranja_bold">O que a fam&iacute;lia brasileira vai demandar de consumo daqui para frente?</span><br />Existem in&uacute;meras fam&iacute;lias segmentadas e a grande virtude &eacute; que hoje temos clusters com capacidade econ&ocirc;mica para justificar a cria&ccedil;&atilde;o de produtos focados no atendimento de suas necessidades. A massa est&aacute; se expandido e permitindo uma segmenta&ccedil;&atilde;o que se justifica economicamente. O crescimento da classe C est&aacute; permitindo que as empresas direcionem produtos para este segmento. No passado todo mundo sabia que existia esta parcela da popula&ccedil;&atilde;o, mas a massa n&atilde;o justificava os investimentos.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Como a quest&atilde;o do pre&ccedil;o vai continuar fazendo diferen&ccedil;a?</span><br />Acontece no Brasil um caso interessante. H&aacute; um crescimento exponencial do varejo, mas uma infla&ccedil;&atilde;o sobre controle porque a guerra de pre&ccedil;o acaba pressionando o pre&ccedil;o final do produto e reduzindo espa&ccedil;o para a infla&ccedil;&atilde;o. A infla&ccedil;&atilde;o como um todo est&aacute; sob controle e as empresas est&atilde;o lutando para aumentar a sua participa&ccedil;&atilde;o de mercado.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Como o profissional de Marketing deve aproveitar a confian&ccedil;a do consumidor em alta para vender mais?</span><br />Deve criar alternativas para antecipar a demanda, que existe. O consumidor s&oacute; n&atilde;o exercita a demanda quando ele n&atilde;o tem renda ou cr&eacute;dito. &Agrave;s vezes as pessoas t&ecirc;m cr&eacute;dito, mas n&atilde;o tem confian&ccedil;a. Com o &iacute;ndice de confian&ccedil;a em alta, ele tem coragem para tomar cr&eacute;dito se n&atilde;o tiver. Este c&iacute;rculo virtuoso &eacute; marcante porque melhorou o emprego, a renda, o cr&eacute;dito, a confian&ccedil;a e o consumidor converte isso em compras. </p><p><span class="texto_laranja_bold">A multiplica&ccedil;&atilde;o de canais n&atilde;o vai parar?</span><br />Estamos vivendo um tempo de multiplica&ccedil;&atilde;o porque ela decorre da busca pela conveni&ecirc;ncia, pois o consumidor est&aacute; com cada vez menos tempo. Ent&atilde;o, os profissionais de Marketing devem avaliar que, na hora que o consumidor considerar em comprar o seu produto, ele deve encontrar onde, como e quando quiser. A concorr&ecirc;ncia est&aacute; muito mais acirrada e n&atilde;o se consegue criar diferencia&ccedil;&atilde;o apenas pela marca. &Eacute; a marca e a disponibilidade do produto na hora que o consumidor quiser, na internet, na televis&atilde;o, no cat&aacute;logo, na venda domiciliar, na loja ou no celular. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Neste cen&aacute;rio, as marcas pr&oacute;prias tamb&eacute;m crescem e influenciam?</span><br />Ela &eacute; parte de um conjunto de elementos que transfere cada vez mais poder a quem tem relacionamento direto com o consumidor, quem entende e atende as necessidades deles. A marca pr&oacute;pria &eacute; um vetor de toda uma equa&ccedil;&atilde;o que envolve a distribui&ccedil;&atilde;o, a marca e o conhecimento do consumidor.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Acesse</span><br /><a href="http://www.gsmd.com.br" target="_blank">www.gsmd.com.br</a></p>
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