<p><strong>Marketing Direto vive a reboque da tecnologia</strong></p><p>Por Bruno Mello<br /><a href="mailto:bruno@mundodomarketing.com.br">bruno@mundodomarketing.com.br</a></p><p><img class="foto_laranja_materias" src="images/materias/entrevista/eduardo_souza_aranha.jpg" border="0" alt=" " title="Eduardo Souza Aranha" hspace="6" vspace="2" width="200" height="300" align="left" />As constantes inova&ccedil;&otilde;es e revolu&ccedil;&atilde;o tecnol&oacute;gicas est&atilde;o sempre sendo inseridas nas formas de se fazer marketing. No Marketing Direto, esta rela&ccedil;&atilde;o est&aacute; tomando propor&ccedil;&otilde;es cada vez maiores, ao ponto&nbsp;que o segmento virou ref&eacute;m das novas formas de se comunicar. Em termos estrat&eacute;gicos, o que aconteceu foi a consolida&ccedil;&atilde;o de um modelo formado por Stan Rapp h&aacute; mais de 20 anos, por&eacute;m, ainda muito contempor&acirc;neo. Segundo Eduardo Souza Aranha, o segmento vai bem, mas precisa evoluir em passos largos.</p><p>O empreendedor que criou a primeira ag&ecirc;ncia de marketing direto do Brasil em 1977, que&nbsp;depois foi incorporada pela OgilvyOne, ag&ecirc;ncia na qual Aranha foi presidente por dois anos, tra&ccedil;a um panorama do segmento que movimentou R$ 15,1 bilh&otilde;es em 2006 e apresentou crescimento de 18%. Ocupante da cadeira de n&uacute;mero seis na Academia Brasileira de Marketing, Souza Aranha fala sobre tecnologia, que mudou extremamente a forma como se faz marketing direto, Cannes, Pr&ecirc;mio Abemd&nbsp;- Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Marketing Direto -, regulamenta&ccedil;&atilde;o, uni&atilde;o entre as ag&ecirc;ncias e inova&ccedil;&atilde;o.</p><p>Presidente da Souza Aranha Comunica&ccedil;&atilde;o Direta, Eduardo come&ccedil;ou sua carreira em 1972 no Citibank. Formado em Administra&ccedil;&atilde;o pela FGV e&nbsp;em Economia e Ci&ecirc;ncias Sociais na Harvard University, o executivo &eacute;&nbsp;membro do Board da International Direct Marketing Network, professor da Direct Marketing Education Foundation e presidente do Pr&ecirc;mio Abemd. </p><p><br /><span class="texto_laranja_bold">O que mudou no Marketing Direto Brasileiro durante os seus 35 anos de experi&ecirc;ncia?</span><br />A aplica&ccedil;&atilde;o n&atilde;o mudou muito. Se voc&ecirc; olhar para a venda direta feita atrav&eacute;s de cat&aacute;logo e via mala direta, hoje se faz muito mais pela internet. A internet incorporou um monte de atributos que t&iacute;nhamos antes em outros canais porque tem velocidade, interatividade e baixo custo. O que mudou mesmo foi a parte de relacionamento. Hoje temos conceitos mais avan&ccedil;ados e, sobretudo, uma tecnologia muito mais avan&ccedil;ada. S&oacute; para se ter uma id&eacute;ia, na primeira campanha que fizemos em 1972 us&aacute;vamos uma chapinha que era feita para simular um cheque. Hoje existem alternativas mil para fazer uma personaliza&ccedil;&atilde;o de campanha. A tecnologia mudou extremamente a forma como se faz marketing direto. Essa tecnologia possibilitou que pud&eacute;ssemos avan&ccedil;ar em termos de estrat&eacute;gias mais consistentes e ousadas tamb&eacute;m. </p><p>Mesmo assim, as pessoas acham que as coisas come&ccedil;aram muito recentemente. Toda a obra que gerou essa vis&atilde;o estrat&eacute;gica foi o livro editado 1986 pelo Stan Rapp, o MaxiMarketing. Ele deu todo o embasamento para o que se chama de New Direct Marketing, mas que na verdade j&aacute; incorpora uma s&eacute;rie de coisas sobre relacionamento e fideliza&ccedil;&atilde;o. Ent&atilde;o, na verdade, o grande fator de altera&ccedil;&atilde;o come&ccedil;ou a surgir em 86. Isso, aliado a grande explos&atilde;o do mercado de PCs.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Como est&aacute; essa quest&atilde;o de relacionamento hoje com as marcas e o fato do Marketing Direto estar sendo pautado sobre uma cartilha de 21 anos atr&aacute;s?</span>&nbsp; <br />Embora os fundamentos tenham sido defendidos h&aacute; mais de 20 anos, o que houve &eacute; que, quando o Stan Rapp escreveu o livro, n&atilde;o se imaginava a internet.&nbsp;O que aconteceu &eacute; que a internet viabilizou, aumentou a velocidade e deu for&ccedil;a &agrave;queles fundamentos. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Estamos pr&oacute;ximos da premia&ccedil;&atilde;o do marketing direto em Cannes e o Pr&ecirc;mio Abemd foi nesta semana. Como fica a rela&ccedil;&atilde;o entre a criatividade e o resultado privilegiado nessas duas premia&ccedil;&otilde;es?</span><br />O pr&ecirc;mio Abemd coloca em primeiro lugar o resultado mensurado&nbsp;a partir de uma estrat&eacute;gia criativa. A cria&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m tem peso na nota final do pr&ecirc;mio. O pr&ecirc;mio Abemd tem um foco maior em resultado, mas a cria&ccedil;&atilde;o tem peso grande. Em termos de peso, estrat&eacute;gia tem peso um, resultado tem peso dois e meio e cria&ccedil;&atilde;o tem peso um e meio. No primeiro ano do Lions Direct (2002), em Cannes, onde fui jurado, foi muito legal porque tivemos muitas conversas sobre os crit&eacute;rios que dever&iacute;amos adotar na an&aacute;lise dos cases. </p><p>E o que foi colocado &eacute; que est&aacute;vamos comparando pa&iacute;ses, culturas e est&aacute;gios de desenvolvimento do marketing direto totalmente diferentes e, por isso, Cannes n&atilde;o pode colocar resultado em primeiro lugar. Neste aspecto, seria dif&iacute;cil comparar os Estados Unidos com o Haiti. J&aacute; a cria&ccedil;&atilde;o se pode comparar, j&aacute; que a qualidade criativa &eacute; universal. Mas tamb&eacute;m se n&atilde;o der resultado n&atilde;o ganha pr&ecirc;mio. </p><p><span class="texto_laranja_bold">O mercado de incentivo est&aacute; vivendo um momento em que est&aacute; se pensando a sua regulamenta&ccedil;&atilde;o e auto-regulamenta&ccedil;&atilde;o. Neste aspecto, como est&aacute; o Marketing Direto na sua vis&atilde;o?</span><br />Temos que evoluir muito ainda. Acredito que estamos na dire&ccedil;&atilde;o certa. O que temos &eacute; que aumentar o passo e ter uma for&ccedil;a maior. Precisamos ter uma uni&atilde;o maior das ag&ecirc;ncias de marketing direto no sentido de ter crit&eacute;rios mais bem definidos de precifica&ccedil;&atilde;o para os clientes, pois as ag&ecirc;ncias de publicidade tem uma rentabilidade muito maior que as nossas. Na propaganda h&aacute; crit&eacute;rios definidos, mesmo que eles sejam discut&iacute;veis. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Como se deve trabalhar neste sentido e o que a Abemd tem que fazer para ajudar?</span><br />Tem que haver um trabalho muito forte no sentido de unir as ag&ecirc;ncias e criar um documento que regule a rela&ccedil;&atilde;o entre ag&ecirc;ncias e anunciantes.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Mas esse documento j&aacute; existe. S&atilde;o as Diretrizes Setoriais da ABEMD. </span><br />Ningu&eacute;m sabe que tem. N&atilde;o adianta ter esse guia se isso &eacute; uma coisa herm&eacute;tica, que s&oacute; um grupo de pessoas conhece. Voc&ecirc; ficou sabendo porque entrevistou o Efraim (Kapulski, Presidente da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira Marketing).</p><p><span class="texto_laranja_bold">No af&atilde; dos clientes pagarem menos e das ag&ecirc;ncias venderem seus servi&ccedil;os esse documento tamb&eacute;m fica esquecido. </span><br />Exatamente, mas h&aacute; uma experi&ecirc;ncia muito bem sucedida das ag&ecirc;ncias de propaganda que trabalharam fortemente o mercado com a forma&ccedil;&atilde;o do CENP (Conselho Executivo das Normas-Padr&atilde;o). Vejo que a Promo&ccedil;&atilde;o est&aacute; se mexendo e precisamos ter esta postura para estabelecer bases e relacionamento profissionais com o mercado. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Mesmo assim o Marketing Direto continua crescendo. Quais desafios vir&atilde;o pela frente?</span><br />O Marketing Direto hoje est&aacute; a reboque da tecnologia. A &aacute;rea de tecnologia &eacute; que est&aacute; determinado o que se vai fazer no marketing direto. Basta olhar para o fen&ocirc;meno da web 2.0 que alterou a forma como se desenvolvem a&ccedil;&otilde;es e campanhas de marketing direto. O mercado est&aacute; passando por uma revolu&ccedil;&atilde;o muito forte em fun&ccedil;&atilde;o das novas tecnologias que est&atilde;o vindo e se incorporando &agrave; atividade. O ponto que temos que refletir &eacute; que o controle de todas essas mudan&ccedil;as est&aacute; na m&atilde;o da &aacute;rea de tecnologia, n&atilde;o&nbsp;dos especialistas em marketing direto. N&atilde;o est&aacute; na m&atilde;o dos gestores de marketing direto, mas sim nas dos tecn&oacute;logos. </p><p><span class="texto_laranja_bold">N&atilde;o &eacute; a hist&oacute;ria do CRM se repetindo? O que fazer para inverter esta situa&ccedil;&atilde;o?</span><br />Essa pergunta &eacute; extremamente pertinente porque as ag&ecirc;ncias est&atilde;o sendo passageiras neste processo, n&atilde;o o piloto. Como &eacute; uma coisa que est&aacute; em muta&ccedil;&atilde;o, precisamos enxergar mais na frente. A grande dificuldade &eacute; saber onde investir. Uma hora &eacute; ir para link patrocinado do Google, outra hora &eacute; ir para o Second Life, colocar no YouTube. O problema n&atilde;o &eacute; o modismo, mas sim saber o que veio para ficar e o que vai ficar na saudade. A &uacute;nica realidade que posso falar &eacute; que estamos a reboque do desenvolvimento tecnol&oacute;gico e que isto est&aacute; fora do nosso controle. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Mas voc&ecirc; &eacute; um imortal do marketing e est&aacute; sempre na vanguarda. </span><br />Sempre surgiram solu&ccedil;&otilde;es novas desde que comecei. Nada mudou tanto quanto o Marketing Direto. &Eacute; um absurdo o que mudou em 30 anos. E aumentou a velocidade da mudan&ccedil;a. No in&iacute;cio da d&eacute;cada de 1980 teve a revolu&ccedil;&atilde;o do telemarketing. Depois, na d&eacute;cada de 1990 veio todo o conceito de Database Marketing e CRM, depois veio a internet e agora um novo ciclo que se abre com a proposta da web 2.0. Os ciclos est&atilde;o cada vez mais constantes e com uma velocidade grande de mudan&ccedil;a.&nbsp;Por isso, estar na ponta da inova&ccedil;&atilde;o &eacute; quest&atilde;o de sobreviv&ecirc;ncia. </p><p><span class="texto_laranja_bold">E o que voc&ecirc; est&aacute; fazendo na Souza Aranha para acompanhar tudo isso?</span><br />Em temos de CRM,&nbsp;temos uma ferramenta muito poderosa que &eacute; o Sales Force. Buscamos utilizar ferramentas que est&atilde;o tendo sucesso, mas cujo conceito seja mais est&aacute;vel, que venha para resolver problemas e com abordagens sofisticadas. Pode ser que a palavra CRM esteja desgastada, mas achamos que &eacute; a grande plataforma para o Marketing Direto. Ela faz a diferen&ccedil;a entre o sucesso e o fracasso de qualquer a&ccedil;&atilde;o. Tudo isso tem um grande e &uacute;nico desembocador: que &eacute; ter campanhas cada vez mais criativas, eficazes e eficientes para os nossos clientes. Tendo essa vis&atilde;o, &eacute; mais f&aacute;cil tomar decis&otilde;es consistentes com rela&ccedil;&atilde;o &agrave; inova&ccedil;&atilde;o, porque n&atilde;o &eacute; a tecnologia pela tecnologia. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Acesse</span><br /><a href="http://www.souza-aranha.com.br" target="_blank">www.souza-aranha.com.br</a> <br /><a href="http://www.abemd.com.br" target="_blank">www.abemd.com.br</a></p>
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