A Avenida Paulista ganhou um novo polo de varejo, cultura e experiência com a inauguração da Galeria Magalu, uma megaloja que consolida o ecossistema do grupo ao reunir Magazine Luiza, Netshoes, Época Cosméticos, KaBuM! e Estante Virtual em um único espaço. Com mais de quatro mil metros quadrados, o projeto materializa a estratégia omnicanal da companhia e reforça o papel do varejo físico como ponto de encontro, convivência e produção de conteúdo.
A Galeria nasce como vitrine para ativações de marcas e plataforma de retail media, integrando presença física, digital e live commerce em um fluxo contínuo. O projeto recebeu investimento equivalente ao de cerca de 10 lojas tradicionais e já conta com 150 marcas realizando ativações de retail media. A empresa estima atrair de 90 a 100 mil visitantes por mês e prevê que a unidade se torne a maior operação física do grupo em faturamento. A loja inclui uma extensão da Pinacoteca, o Teatro YouTube – Sala Eva Herz, uma cafeteria We Coffee com produtos exclusivos e a primeira unidade física da Estante Virtual.

No palco de inauguração, Luiza Helena Trajano destacou o caráter emocional e cultural por trás da Galeria Magalu. Ela conta que as pessoas buscam cada vez mais lugares de convivência e a família segue como um dos principais valores apontados nas pesquisas. “O espaço reforça que o Magazine Luiza é muito mais do que uma loja de venda de eletroeletrônicos. É sobre levar arte, cultura e experiência ao varejo”, analisou Luiza.
Marcas na Galeria e diferencial competitivo
A Galeria reúne as cinco marcas estratégicas do grupo — Magazine Luiza, Netshoes, Época Cosméticos, KaBuM! e Estante Virtual — em um modelo multimarcas inédito no país. Cada área foi pensada para reforçar pilares de experiência e omnicanalidade: a Casa da Lu funciona como brand place para ativações, já a KaBuM! opera uma arena gamer para experimentação.

A Netshoes oferece personalização e lançamentos, enquanto a Época Cosméticos traz marcas internacionais raras no varejo físico. “Algumas marcas precisam oferecer a experiência física para poder vender no online, como é o caso da Chanel. Então temos esse tipo de possibilidade de conseguir mais acesso a uma linha mais ampla de produtos ao ter a presença on e off. A Galeria ajudará bastante o online também, nesse caso”, frisou a executiva.
Por fim, a Estante Virtual inaugura seu primeiro espaço físico com livros novos, usados e raros. A presença integrada amplia o fluxo, fortalece a identidade do ecossistema e maximiza as oportunidades de retail media.
A curadoria de títulos raros e painel interativo para recomendações. O projeto foi desenhado para preservar a missão de conexão com livreiros e sebos, mesmo com desafios fiscais de operação física. “A Livraria será um ponto de encontro como antigamente, com eventos de leitura, lançamentos de livros e atividades para as crianças”, afirmou Luiza.

O ponto também devolve vida ao endereço histórico que já abrigou a Livraria Cultura – referência para leitores e visitantes – mantendo elementos originais e reforçando a vocação cultural. A simbologia do espaço, somada à força de fluxo da Avenida Paulista, foi decisiva para a escolha do local.
A proposta é revitalizar a energia cultural já existente no local, agora com uma galeria gratuita e aberta ao grande público. Luiza lembrou que, mesmo durante a obra, o restaurante Casa de Antônia permaneceu lotado, demonstrando o poder de atração do endereço.
Ela ressaltou ainda que a Galeria foi desenhada para funcionar como um polo permanente de conteúdo – com creators e influenciadores produzindo ao vivo em diferentes áreas da loja, além de um teatro 24/7, único no país, já com agenda cheia de lives, debates, lançamentos de livros e eventos temáticos. “A retomada desse espaço não representa apenas a abertura de uma loja, mas uma espécie de renascimento, capaz de atrair curiosos, estimular circulação e recolocar a cultura no centro da experiência do varejo”, afirmou.

Geração de empregos e localização — incluindo a Livraria Leitura
Luiza Helena Trajano também destacou o papel das ativações sazonais dentro da Galeria.
Ela citou a área onde está instalada a decoração da Disney, que passa a se chamar Praça Central e será usada a cada três meses para lançamentos de produtos de diferentes marcas, criando uma nova fonte de receita para o espaço. Segundo ela, a operação atual da Disney permanecerá por um período determinado e outras empresas ocuparão o local ao longo do ano.
A executiva mencionou ainda a Casa da Lu, influenciadora virtual do Magalu, que já nasce totalmente ativada como ambiente de showcase para marcas. “A Casa da Lu é outro lugar onde podemos desenvolver produtos e experiências. Se amanhã quiserem lançar algo que nem vendemos ainda, a Lu poderá apresentar”, afirmou, reforçando o papel da personagem como uma das principais investidoras de visibilidade do ecossistema.
A megaloja emprega diretamente 160 pessoas e passou por quatro meses de treinamento intensivo, considerando o convívio entre equipes de marcas diferentes e um atendimento padronizado para a “cidade” interna que a Galeria abriga.

Estratégia de Marketing
A Galeria nasce como um hub de conteúdo, experiência e retail media, reunindo mais de 150 marcas realizando ativações físicas e digitais. O espaço integra vitrines, painéis de LED, eventos ao vivo, experiências imersivas e compra de mídia diretamente pelo Magalu Ads, permitindo que marcas planejem ações multicanais dentro e fora da loja. A Casa da Lu funciona como epicentro dessas ativações, com cenários instagramáveis, holografia e painéis interativos que ampliam a presença de marca.
Para Frederico Trajano, o modelo de retail media do Magalu ultrapassa a possibilidade de ser um espaço publicitário e se diferencia por integrar ações de branding e CRM em um único fluxo. “As marcas terão um monte de ativações para fazer aqui nesse espaço. Às vezes, eu nem sei se estamos fazendo uma ação de CRM ou de retail media. É tudo muito integrado”, afirmou Frederico.

O ecossistema permite comprar tanto mídia digital, como post patrocinado ou busca, quanto presença física na Galeria, “de maneira totalmente multicanal”. Fabrício Garcia, vice-presidente comercial e de operações, complementou que a presença física potencializa todas as frentes de comunicação e venda.
As marcas que atuam no online ganham na Galeria a chance de conversar presencialmente com seus públicos, ampliando resultados e fortalecendo relacionamento. “A estratégia torna o varejo físico um palco relevante para ativações e impulsiona tanto o fluxo quanto o engajamento. Essa loja aqui alavanca muito a nossa operação online”, destacou o Fabrício Garcia.
A quantidade de telas, vitrines digitais, áreas moduláveis e ambientes instagramáveis permite que marcas ativem campanhas tanto presenciais quanto online, integradas ao Magalu Ads. “A unidade é a materialização do ecossistema, construída para transformar experiência em receita recorrente. A arrecadação de mídia – somando ativações físicas, digitais e live commerce – deve ser suficiente para pagar o investimento da loja em um ano e meio”, afirmou Felipe Cohen, CMO do Magalu, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Visão de negócio e expectativas para 2026
A Galeria marca o encerramento do ciclo estratégico de integração das empresas do ecossistema e inicia uma fase de expansão do conceito. O grupo avalia replicar o modelo em até 50 lojas de grande porte e testar formatos intermediários em cidades menores.
A empresa prevê que o retail media permitirá recuperar o investimento da unidade em cerca de um ano e meio. Para 2026, o Magalu aposta em maior integração físico-digital, expansão de marcas no ecossistema, fortalecimento de conteúdo com creators e aumento da participação de produtos premium e serviços nas vendas.
A Galeria Magalu também reforça a estratégia do grupo para produtos de maior qualidade e valor agregado. Segundo Frederico Trajano, esse posicionamento não significa vender apenas itens caros, mas operar com uma curadoria rigorosa que prioriza marcas confiáveis e evita categorias de ticket muito baixo que, com fretes mais caros e custos de capital elevados, acabam gerando margem negativa. “A nossa decisão não foi vender produto premium, foi não entrar na competição irracional de tickets baixos”, explicou o executivo.

O modelo combina marcas como Dior e Chanel, disponíveis na Época Cosméticos, com itens mais acessíveis, mantendo variedade sem abrir mão de qualidade. Para ele, a Galeria se torna o local ideal para marcas que buscam segurança, visibilidade e integração entre físico e digital.
Essa combinação torna a unidade especialmente forte para categorias premium, lifestyle e cosméticos, sem perder amplitude de portfólio para atender diferentes perfis de consumo.
“O Magalu é hoje o melhor lugar para marcas que têm produtos de mais qualidade venderem seus produtos on e off”, concluiu, ressaltando que o espaço atrai tanto fornecedores quanto sellers que valorizam exposição qualificada, experiência e oportunidades de retail media.
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