A saúde visual vive uma transformação silenciosa, mas profunda. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 2,2 bilhões de pessoas no mundo têm algum tipo de deficiência visual ou cegueira, e pelo menos 1 bilhão desses casos poderiam ser evitados ou tratados. No Brasil, os números também chamam atenção: estima-se que cerca de 35 milhões de brasileiros utilizem óculos de grau regularmente, em um mercado que movimenta mais de R$ 25 bilhões por ano, segundo dados da Abióptica (Associação Brasileira da Indústria Óptica).
Os desafios se acentuam com dois movimentos extremos. De um lado, crianças e adolescentes passam cada vez mais tempo diante das telas, o que acelera o avanço da miopia precoce.
De outro, a chamada economia prateada se expande: o país terá mais de 70 milhões de pessoas acima dos 60 anos até 2050, de acordo com o IBGE, formando um público que demanda lentes progressivas de alta performance para garantir qualidade de vida e independência visual. É nesse contexto que atua a HOYA, dedicada à produção e comercialização de lentes oftálmicas no Brasil.
“Estamos diante de uma geração que desenvolve miopia muito cedo, enquanto a população mais madura cresce em longevidade e demanda lentes progressivas de alto desempenho. Nossa missão é oferecer soluções para esses diferentes públicos e, ao mesmo tempo, educar o consumidor sobre a importância de cuidar da visão”, afirma Deborah Mechi, gerente de Marketing da HOYA Vision Care Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Educação como resposta estratégica
A companhia aposta fortemente em capacitação e conscientização como pilares de crescimento. Programas de treinamento para vendedores e balconistas de óticas transformam a linguagem técnica em termos acessíveis, evitando que benefícios de produtos como o MiYOSMART ou o MySelf se percam no ponto de venda.
“O balconista é peça-chave, porque ele traduz a recomendação do médico em uma explicação prática para o consumidor. Por isso investimos em treinamentos presenciais, online e até glossários que simplificam os termos técnicos”, explica Ana Carolina Herrera, Gerente de Comunicação e ESG da HOYA.
Como o portfólio da HOYA vai de lentes de entrada a soluções de alto valor agregado, o relacionamento com o varejo é determinante. No relacionamento com oftalmologistas, a HOYA promove atualização científica constante, reforçando a eficácia das soluções por meio de estudos clínicos. O objetivo é garantir que toda a cadeia, do médico ao varejo, esteja preparada para orientar corretamente o paciente.

Entre os destaques da marca e que precisam ser bem trabalhados estão o MiYOSMART, voltado para o combate à progressão da miopia infantil, e o MySelf, lente progressiva totalmente personalizada, que utiliza inteligência artificial para ajuste por meio da ferramenta Roidentifier.
“Existem estudos que comprovam que determinado colírio combinado ao uso da lente MySmart impede o avanço da miopia em estágio inicial. Nosso trabalho de comunicação precisa ser reforçado em cima disso – tanto para os pais e responsáveis, quanto médicos e vendedores”, explica Deborah.

Marketing com propósito educativo
Projetos como o Minuto HOYA, que traduzem temas técnicos em vídeos curtos para redes sociais, têm como objetivo reforçar que a escolha da lente é uma decisão de saúde. A companhia também investe em eventos proprietários, como o Hoya Experience, e em presenças estratégicas no Festival do Japão e no Congresso Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
“Muitas pessoas escolhem a armação e esquecem das lentes. Nosso trabalho, em cada evento desse, é reposicionar esse olhar: é a lente que realmente cuida da saúde visual. É nela que concentramos nossos esforços em inovação”, diz Ana Carolina Herrera.
Para falar de saúde visual com os consumidores, a HOYA aposta em tráfego pago, sites de produto e influenciadores autênticos. A escolha recai sobre vozes com experiência real no tema, como a influenciadora Li Martins, que compartilha sua rotina com a miopia. “Não buscamos celebridades, mas pessoas que tragam histórias genuínas e credibilidade. Isso gera identificação e confiança no público”, ressalta Ana.

Compromisso social e sustentável
No campo socioambiental, a empresa segue o compromisso global da HOYA de alcançar carbono zero até 2040 e já avança no Brasil com iniciativas locais. Em parceria com a prefeitura de Itapevi, promove mutirões de acuidade visual e programas de educação em escolas da região.
“Não queremos falar de saúde visual apenas para quem já compra nossas lentes. Nosso papel é ampliar o acesso e gerar impacto positivo na sociedade”, pontua Deborah.
Mais do que expandir seus negócios, a empresa busca valorizar o mercado ótico como um todo. A empresa se posiciona como parte da cadeia de saúde, em uma lógica similar à farmacêutica: o médico prescreve, a ótica funciona como farmácia e a lente representa o tratamento.
“Nosso papel é mostrar ao consumidor que escolher a lente é cuidar da saúde ocular. Essa é a essência da marca”, resume a executiva.
Com essa combinação de tradição japonesa, educação, inovação e responsabilidade social, a HOYA consolida sua presença no país e projeta um futuro em que a visão é tratada como parte central do bem-estar das pessoas.
“Nosso maior desafio é criar uma linguagem única de mensuração e métricas que seja reconhecida por todo o mercado. Sem isso, não conseguimos dar escala, transparência nem atrair mais investimentos para o OOH”, afirma Deborah.

Qualidade japonesa com sotaque brasileiro
Desde 2008, quando adquiriu um parceiro local, a HOYA imprime no Brasil seu DNA japonês de qualidade e inovação. A produção está concentrada em dois laboratórios, em São Paulo e no Rio de Janeiro, ambos seguindo padrões globais rigorosos.
“Usamos no Brasil a mesma esponja de teste importada do Japão que é aplicada em todas as fábricas do mundo. Essa padronização traduz o cuidado da Hoya com cada lente que chega ao consumidor”, reforça Deborah Mechi.
Ao mesmo tempo, a marca se preocupa em adaptar a comunicação à realidade brasileira. “Nosso desafio é tropicalizar a linguagem sem perder a essência de inovação e saúde. O consumidor precisa entender que a lente não é um acessório, mas uma solução de bem-estar. Além disso, o OOH precisa ser percebido como um meio estratégico e não apenas complementar. Temos um potencial gigantesco de entrega que ainda não é plenamente reconhecido, mas com nossas estratégias de Marketing estamos conseguindo ampliar o olhar para a saúde ocular”, concluiu Deborah.
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