Egoísmo e egocentrismo são duas das características mais prejudiciais ao bem-estar de profissionais e empresas. Ambos os termos se originam da palavra ego - uma palavra cujo significado popular, aparentemente, impacta significativamente o universo do Marketing.
Para entender a maneira como os profissionais de Marketing enxergam o tema, o Mundo do Marketing foi ao LinkedIn e convidou os seguidores a responderem a uma enquete que fazia a seguinte pergunta: ainda há ego no Marketing? Para 87% dos 1.029 respondentes, ainda há, e muito.
Essa percepção se torna ainda mais relevante na era digital. Embora características como feeling e intuição possam contribuir para a tomada de decisões na área do Marketing, aspectos modernos que impactam o setor, como a cultura Data Driven, por exemplo, devem se sobrepor às vontades e percepções pessoais de líderes e CMOs.
Os 13% se dividem em opiniões distantes entre si. Neste grupo, a maioria (10%) afirma que o ego no Marketing é relativo, enquanto 2% dizem que há pouco e 1% concordam que não há nenhum. Nos comentários, participantes da pesquisa classificaram o ego como a “eterna batalha do ser humano” e, mais especificamente no contexto do Marketing, o “elefante branco na sala de reunião”.
Afinal, o que é Ego?
Tanto na psicologia quanto na psicanálise, o significado do termo ego sugere a ideia de um agente mediador. De forma simplificada, este agente, que corresponde ao “eu”, é o responsável por sintonizar o íntimo - pensamentos, intuições e desejos - com os estímulos do mundo externo.
Para Freud, o ego faz parte de um conjunto de três elementos responsáveis pela formação da personalidade humana. Nessa trinca, o ego se posiciona exatamente entre os outros dois elementos. O primeiro deles é o ID, que corresponde às vontades e aos desejos mais primitivos de cada ser humano, como fome e sede.
O terceiro é o superego, estrutura que configura um panorama inverso ao ID. Este aspecto da personalidade é o responsável por identificar e apontar a cada persona os desejos, práticas e ações moralmente e socialmente aceitos.
Logo, ao contrário do que reza a crença popular, a posição do ego no centro dessa linha tem o papel de balancear desejos e impulsos primitivos. De forma simplificada, o ego é o agente responsável por fazer com que humanos evitem tomar decisões precipitadas, evitando situações constrangedoras, não compatíveis com as convenções sociais.
No entanto, ao longo dos anos, a linguística popular se encarregou de dar ao termo um significado quase pejorativo. Assim, em muitos contextos, as abordagens sobre o ego de terceiros quase sempre se relacionam à quadros de egoísmo e egocentrismo - sintomas que, naturalmente, são prejudiciais para as relações interpessoais.
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