83% dos influenciadores brasileiros têm até 100 mil seguidores, enquanto apenas 1% ultrapassa a marca de 1 milhão. O dado, captado em um estudo conduzido pela Wake Creators, confirma uma mudança estrutural no Marketing de Influência: em vez de grandes celebridades, a comunicação das marcas passa a se apoiar em vozes menores, mas com comunidades mais engajadas e conversões mais efetivas.
Na palestra “Para além do engajamento: como micro influenciadores podem escalar a conexão com a sua marca”, Júlia Affonseca, executiva da Wake Creators, destacou que este grupo gera [micro, nanos e mesos], em média, 22 vezes mais conversão.
“No fim do dia, quem se conecta de verdade com o público não é o influenciador com 50 milhões de seguidores, mas aquele que fala com propriedade sobre um tema específico. É aí que está a força da influência”, afirmou.

Números do mercado de influência no Brasil
O estudo traçou um retrato completo do influenciador brasileiro. A idade média é de 30 anos e a maioria é composta por mulheres (87%). “Não estamos falando apenas de jovens produzindo conteúdo em busca de fama, mas de pessoas com real interesse em estabelecer conexão e propósito em seus canais”, destacou Júlia.
Apesar da força desse mercado, a pesquisa mostrou que apenas 9% dos criadores têm a influência como única fonte de renda. Quase metade não recebe nenhuma remuneração mensal por suas atividades, e 67% ainda dependem de permutas em vez de contratos formais.
Esse é um obstáculo para a profissionalização da creator economy. “As marcas precisam entender que influência não é uma brincadeira, mas parte do planejamento estratégico. Sem um orçamento dedicado, perpetuamos um ciclo que desvaloriza o trabalho do criador”, acrescentou a Diretora.

Importância da liberdade criativa e cenários ideais
A liberdade criativa aparece como um importante pilar para o sucesso do Marketing de Influência. 41% dos influenciadores afirmam receber roteiros fechados, sem possibilidade de adaptação. Isto representa um risco de desperdício do principal ativo dos microinfluenciadores: a autenticidade.
“Queremos nos aproximar das comunidades desses criadores, mas muitas vezes não permitimos que eles usem sua própria linguagem. Dar mais autonomia é fundamental para gerar impacto”, observou.
No cenário atual, Instagram ainda é a plataforma favorita, embora o TikTok cresça, especialmente no formato de vídeos de até três minutos. A pesquisa também mapeou as marcas mais desejadas para parcerias: L’Oréal lidera no setor de beleza, Coca-Cola em bebidas e Amazon entre os marketplaces.

“O futuro do Marketing de influência é trabalhar em nichos. Não se trata de gerar barulho, mas relevância. As marcas precisam olhar para esse exército de micro, nano e meso influenciadores como parceiros estratégicos”, concluiu Júlia.
Leia também: Estudo mostra falhas graves em segmentações digitais tradicionais
COMPARTILHAR ESSE POST







