Nos últimos anos, o conceito de creator economy vem ganhando uma relevância impressionante. Eu tenho acompanhado de perto essa transformação e, é fascinante ver como influenciadores digitais estão se tornando empreendedores. O caminho que esses criadores percorrem vai além das redes sociais: muitos estão transformando suas marcas pessoais em negócios robustos. É só olhar para os exemplos de criadores que lançaram suas próprias linhas de produtos e fecharam parcerias com grandes marcas.
O que caracteriza os creators é ser autêntico. A capacidade de se conectar diretamente com seu público, de maneira transparente, é o que os torna tão eficazes como empreendedores e parceiros de negócios. Essa veracidade gera confiança e, com o tempo, transforma seguidores em clientes leais e advogados da marca que eles se tornam. Isso constrói uma base sólida para que eles expandam suas atividades, como vimos acontecer com as influenciadoras Flávia Pavanelli e Mariana Sampaio, que investiram no ramo da moda, ou com Bianca Andrade e Mari Maria, que lançaram suas próprias marcas de maquiagem.
O ponto-chave aqui é o conhecimento profundo que esses criadores têm de seu público. Esse entendimento permite que eles criem produtos altamente segmentados e de apelo imediato. Esse movimento está gerando uma revolução no empreendedorismo, mostrando que os criadores não apenas influenciam comportamentos de compra, mas também lideram a inovação em diversos setores.
Por outro lado, a ascensão de nano e micro-influenciadores também está mudando a dinâmica do mercado. Vemos marcas investindo cada vez mais em campanhas e parcerias bem selecionadas. Esses influenciadores menores, mas fortemente conectados com suas comunidades, muitas vezes proporcionam resultados mais engajados, especialmente quando o objetivo é construir uma comunicação a longo prazo com o público.
Nas estratégias, estes criadores de conteúdo servem para mais do que simplesmente falar sobre o produto, eles são, realmente, defensores da marca, são embaixadores. A tendência é clara: à medida que o relacionamento com seus seguidores se desenvolve, eles começam a assumir papéis de destaque no cenário empresarial, impulsionando o empreendedorismo de influenciadores para novos patamares.
No Wake Summit 2024, um evento da Wake com temas relacionados à tecnologia, performance, inteligência artificial, marketing de influência e tendências para toda jornada de consumo, o tema foi discutido em um painel que retratou todas as perspectivas deste setor com a Manuela Villela, Head de Creator Ecosystem no Google, representando a plataforma, Flávia Pavanelli o influenciador, e Igor Figueiredo, Head de Marketing e Digital da Shell Select, que deu voz às marcas. O bate papo destacou como as redes têm evoluído para apoiar os criadores de conteúdo, permitindo que integrem ferramentas como e-commerce diretamente em seus canais, facilitando a conversão de seguidores em clientes.
Manuela Villela enfatizou algo fundamental: a necessidade das marcas em entenderem a linguagem dos criadores. A mensagem da empresa precisa se conectar com o público do influenciador, mas sem perder a essência do criador. Flávia Pavanelli também destacou a importância de manter a autenticidade em suas parcerias, explicando como o sucesso de suas colaborações está ligado à construção de relacionamentos de longo prazo com as empresas, criando uma conexão orgânica com seus seguidores.
Já Igor Figueiredo trouxe a visão bem prática, lembrando que as marcas necessitam de uma estratégia bem definida e selecionar influenciadores que não apenas alcancem grandes audiências, mas que realmente gerem engajamento e resultados consistentes.
O painel trouxe reflexões sobre como o equilíbrio entre autenticidade, tecnologia e estratégia é fundamental para que as marcas e criadores de conteúdo possam crescer juntos, aproveitando ao máximo o potencial da Creator Economy.
No final das contas, o segredo está na co-criação. Não adianta a marca impor um roteiro que não combine com a personalidade do creator e sua audiência. Além de estar atento ao timing e às tendências, é crucial ouvir quem vive o dia a dia das redes para garantir a relevância da campanha, tendo a co-criação como uma aliada nesse momento, para que a escolha dos influenciadores reflita o tom de voz da marca.
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