O apetite de consumo entre os brasileiros das classes D e E está em alta. 59% dos consumidores com renda de até dois salários mínimos pretendem aumentar seus gastos ainda em 2025, proporção superior à registrada em todas as demais classes sociais analisadas na pesquisa “Brasil Invisível: Insights sobre o consumidor de baixa renda”, conduzida pela Data-Makers com apoio da ONG Gerando Falcões e da ESPM.
Os dados mostram que a intenção de ampliar o consumo entre as classes D e E supera a média nacional (57%), enquanto apenas 6% desse público pretende reduzir os gastos, sinal de forte tendência de consumo. O celular aparece como o canal de compras preferido por 49% dessas pessoas, percentual acima da média geral (46%).

Para Fabrício Fudissaku, CEO da Data-Makers, esses números derrubam dois estereótipos importantes: o de que os mais pobres estão retraindo o consumo e o de que dependem exclusivamente de canais físicos – o consumidor de baixa renda demonstra não apenas disposição para comprar, mas também plena autonomia digital.
Marcas que entenderem essa dinâmica terão a chance de construir relações sólidas e atuais com esse público, que deseja ser reconhecido e valorizado como consumidor digital. Sérgio Rocha, CMO da Gerando Falcões, acrescenta que as marcas que quiserem conquistá-lo precisam investir em representatividade, comunicação inclusiva e estratégias digitais bem estruturadas, rompendo com os estereótipos e construindo pontes culturais reais.
Engajamento com causas sociais, ambientais e éticas
Outro dado relevante do estudo é o comprometimento social das classes D e E. Questões como direitos dos idosos (88%), inclusão de pessoas com deficiência (87%) e sustentabilidade (79%) são altamente valorizadas, frequentemente com índices superiores aos das classes mais altas.

A busca por uma vida mais saudável também se destaca: 73% dos consumidores das classes D e E valorizam produtos zero açúcar, a maior taxa nacional, indicando forte adesão a hábitos alimentares mais conscientes.
O levantamento aponta, ainda, que o consumo de mídia entre as classes D e E é amplamente digital. Diariamente, 91% dessas pessoas acessam a internet. As redes sociais são presença constante: Instagram (77%), Facebook (71%) e TikTok (50%), com forte engajamento também no YouTube (70%). Apesar do perfil digital, a TV aberta segue relevante, com 65% de consumo diário.
Além disso, o uso simultâneo de telas, tradicionais e digitais, reforça a importância de uma comunicação integrada, que combine entretenimento, informação e identificação cultural.
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