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Como a Globo reinventou o Gshow com influenciadores digitais

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Tempo de Leitura 5 min

DATA

21 de mai. de 2025

CATEGORIA

Reportagens

Gshow Novelas

Mais do que falar sobre o mundo do entretenimento, o Gshow quer se tornar parte ativa dele e o caminho escolhido foi o dos criadores de conteúdo. A estratégia do portal da Globo começou a ser redesenhada ainda em 2023, quando a equipe entendeu que era hora de atualizar a linguagem e o formato dos seus produtos, acompanhando as transformações do consumo de mídia na internet.

“Nos últimos anos, posicionamos o Gshow para sair de um lugar que apenas noticia entretenimento e se tornar o que chamamos de ‘entretenimento da notícia’”, afirma Rodolfo Bastos, Diretor de Produtos de Publishing da Globo. A mudança se acelerou com ações como a cobertura do Prêmio Multishow com Samanta Alves e agora ganha corpo com a estreia de um novo projeto de resumos de novelas feitos por influenciadores.

A iniciativa envolve três criadores de perfis distintos, escolhidos a dedo para refletir a diversidade de estilos e públicos: Rafa Chalub, com o humor sarcástico e cortante, comenta Vale Tudo; Ricardo Cubba, com uma pegada teatral, apresenta os resumos de Dona de Mim; e Camilla Trianda, que transita entre o lifestyle e o universo jovem, traduz os acontecimentos de Garota do Momento. “A ideia não é uniformizar. Pelo contrário. É deixar com a cara de cada um deles”, afirmou o executivo.

Criadores, novelas e formatos: a fórmula do novo Gshow

A presença dos influenciadores no Gshow vai além do rosto diante da câmera. Eles participam ativamente da construção dos roteiros, imprimem seu estilo e assumem a narrativa de forma autoral. Os vídeos têm, no máximo, três minutos — tempo ideal para engajar nas plataformas digitais — e são gravados no formato vertical, otimizado para consumo mobile e redes sociais.

“Não é simplesmente colocar um rosto famoso no ar. É dar espaço para que essas pessoas se expressem como fazem em seus próprios canais, com a linguagem que o público já reconhece”, explica o gestor.

A lógica também acompanha o entendimento da Globo de que o formato não concorre com os modelos tradicionais, mas complementa: “Não é que o consumidor parou de assistir novela na TV, mas ele quer consumir também esse conteúdo de forma nova. E, como maior contadora de histórias da América Latina, precisamos estar onde o consumidor está”, pontuou Rodolfo.

O Gshow também está testando e ampliando essa estratégia para além das novelas da TV aberta. A próxima investida será sobre a novela original do Globoplay Guerreiros do Sol, cuja cobertura será feita com a mesma lógica de linguagem nativa digital e influenciadores. “Estamos mapeando talentos que conversem com o estilo da novela. A ideia é seguir expandindo esse modelo”, adianta o gestor.

Transformação digital e conteúdo multiplataforma

A iniciativa do Gshow não é isolada. Ela se encaixa em um movimento mais amplo dentro da Globo, que tem buscado adaptar suas produções para o comportamento do consumidor atual. O exemplo mais claro é a adoção de vídeos verticais também no jornalismo: o aplicativo do G1, por exemplo, passou recentemente a contar com uma aba exclusiva para vídeos curtos em formato vertical. “Entendemos que isso é uma nova forma de consumir conteúdo, mas também de contar histórias. É complementar, não excludente”, reforça o executivo. 

A Globo já trabalha com essa lógica nas redes sociais de seus jornais locais e também aposta em formatos visuais mais rápidos e dinâmicos para ampliar a conexão com diferentes públicos.

Para o Gshow, o uso de vídeos curtos com linguagem de internet não apenas moderniza o formato, como amplia o alcance das tramas da emissora. “A novela continua sendo um conteúdo extremamente relevante para o brasileiro. Mas para que ela continue viva entre as novas gerações, precisa estar no tempo e no tom de quem consome hoje”, conclui.

O futuro, segundo Rodolfo, está em criar pontes: entre os criadores e os estúdios, entre os formatos e os públicos, entre as novelas e as redes sociais. E, claro, entre o que acontece na tela e o que reverbera fora dela.

Os desafios de transformar um portal tradicional em criador de conteúdo digital

A principal virada de chave para o Gshow foi deixar de ser apenas um canal que noticia os bastidores do entretenimento e passar a produzir conteúdo com linguagem nativa das redes sociais. Essa mudança exigiu não só uma adaptação do formato, mas também uma nova mentalidade dentro da equipe. 

“O Gshow sempre foi uma vitrine para o que a Globo produz, mas hoje ele também é uma vitrine para criadores que contam essas histórias do seu jeito”, explicou o executivo, destacando que o desafio é deixar de ser apenas um repositório de notícias para assumir uma posição ativa na conversa cultural.

Além disso, há a complexidade de dialogar com diferentes públicos e formatos, respeitando o estilo de cada criador e, ao mesmo tempo, mantendo a identidade da marca. Encontrar influenciadores que tenham voz própria, mas que consigam traduzir o universo das novelas e programas com originalidade, é uma busca constante. 

“Queremos que o Gshow pareça com os perfis, não que os perfis se moldem ao Gshow. Cada programa a ser trabalhado terá um influenciador específico que dialogue melhorcom o produto. Em Eta Mundo Melhor não poderemos ter alguém urbano, do Rio de Janeiro, porque fala de interior.”, resumiu.

Dicas para criar conteúdo digital com linguagem de entretenimento

Uma das principais apostas da equipe é produzir vídeos curtos, verticais, com roteiros leves e muita liberdade criativa para os creators imprimirem sua personalidade. A orientação é clara: quanto mais autoral, melhor. “É preciso dar liberdade de criação. O conteúdo precisa parecer natural e conversar com a proposta oferecida, que no nosso caso é a história da novela”, afirmou Rodolfo.

Outra dica importante é entender que o conteúdo precisa estar onde o público está – e no formato que ele deseja consumir. Isso significa abraçar tendências, experimentar novas linguagens e não ter medo de sair do tradicional. “Não posso não estar nesse lugar, nesse formato que o consumidor quer ouvir as nossas histórias”, reforçou. 

Para o  Diretor de Produtos de Publishing da Globo, o conteúdo digital oscila entre informar e entreter. “Esse é o segredo para conquistar a atenção das novas audiências”, concluiu.

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Priscilla Oliveira

Editora

Jornalista especializada em Marketing e comunicação corporativa. Traduz temas complexos em conteúdos acessíveis e relevantes para profissionais da área.​

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