Em 2024, o consumo de moda no Brasil foi pautado não apenas por estilo, mas também por dinâmicas de consumo profundamente conectadas à experiência do consumidor. Avaliando um mercado que ocupa o nono lugar mundial em roupas e acessórios, a pesquisa “Consumo de Moda no Brasil 2024”, conduzida pelo Opinion Box, mapeou hábitos e preferências dos consumidores inseridos neste cenário.
Nos últimos três meses, calçados lideraram as compras na categoria, sendo adquiridos por 55% dos consumidores. A lista de destaques inclui blusas (38%), calças (36%), roupas íntimas (33%), roupas esportivas (29%) e acessórios (28%). Produtos como pijamas e casacos ficaram na parte inferior da lista, com 14% e 13%, respectivamente, indicando menor frequência de aquisição.
Entre as marcas mais conhecidas do setor, C&A (81%), Renner (77%) e Riachuelo (77%) se destacam no segmento de roupas, enquanto Havaianas (85%), Ipanema (75%) e Melissa (74%) lideram o mercado de calçados. Quanto à preferência por canais de compras, 66% dos entrevistados adquirem peças em canais digitais, enquanto 52% vão às lojas físicas de departamento, como as citadas no ranking de marcas mais conhecidas.
No entanto, a preferência dos brasileiros por diferentes canais se mostra um tanto maleável e a exclusividade não é regra na maioria dos casos. 33% dos consumidores realizam compras em ambientes físicos e online, enquanto 31% preferem o meio físico e utilizam os canais digitais de forma eventual. Apenas 13% fazem compras em lojas físicas de modo exclusivo, e apenas 2% recorrem unicamente aos canais digitais.
Por outro lado, os ambientes virtuais funcionam como poderosos impulsionadores de interesse. 42% dos entrevistados afirmam seguir as tendências de moda apresentadas pelas grandes marcas do segmento. Neste contexto, as redes sociais (63%) e os influenciadores (46%) surgem como as principais fontes de inspiração, destacando a influência do ambiente digital no comportamento do consumidor.
Escopo de gastos: taxas de importação e sustentabilidade influenciam
A maior parte dos consumidores concentra suas despesas com vestuário em faixas intermediárias de preços: 25% gastam entre R$101 e R$200, enquanto outros 25% ficam entre R$201 e R$300. Apenas 10% declararam gastos acima de R$500, enquanto 6% gastam até R$50 mensalmente.
A consciência ambiental também tem impactado as decisões de consumo. Para 74% dos entrevistados, a sustentabilidade é importante ou muito importante, e 36% estão dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis, enquanto 39% considerariam essa possibilidade. Além disso, 44% afirmaram dar preferência a marcas que desenvolvem ações sustentáveis.
No caso de compras internacionais, os principais problemas relatados foram taxação alfandegária (45%) e problemas com a numeração das peças (44%), que costumam seguir medições diferentes em outros países. Outros fatores que desestimulam compras internacionais incluem o medo de ser taxado (35%) e a dificuldade de troca (24%).
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