Conhecer o perfil do cliente e tomar decisões com base em dados deixou de ser um diferencial e passou a ser uma exigência no varejo. Atualmente, 73% dos gestores de empresas e estabelecimentos comerciais já utilizam dados para impulsionar seus negócios.
Ainda assim, 57% deles não adotam ferramentas mais estratégicas, como pesquisas de mercado ou análises da concorrência, conforme apontam dados de uma pesquisa realizada pela Cielo em parceria com a consultoria Expertise.
Na avaliação de Estanislau Bassols, CEO da Cielo, os dados são instrumentos indispensáveis para os varejistas e empreendedores que desejam aumentar seu faturamento e cultivar uma relação melhor com seus clientes.
O fato de quase um terço das pessoas ouvidas ainda não usar dados e mais da metade não analisar a concorrência mostra que existe uma oportunidade para essa realidade ser alterada: é preciso incluir esses comerciantes no universo de analytics.
Números do levantamento mostram que o uso de dados no comércio está presente em diferentes frentes. A definição de ações promocionais foi citada por 37% dos entrevistados, seguida por iniciativas de relacionamento com o cliente, como programas de fidelidade e descontos (36%), precificação de produtos (36%), escolha de portfólio (27%) e estratégias para melhorar o atendimento (24%).
Também aparecem entre os usos mais comuns a personalização da experiência do cliente (23%), escolha de canais de venda e divulgação (22%) e identificação de novos públicos (21%).
As áreas que mais utilizam dados no cotidiano são Vendas (89%), Marketing (85%), Experiência do Cliente (82%) e Finanças (71%). Apesar disso, menos da metade dos estabelecimentos (47%) afirma ter uma pessoa ou equipe dedicada à análise de dados.
Entre os dados mais valorizados pelos empresários e varejistas estão as informações específicas sobre o próprio negócio (38%), o histórico de compras dos clientes (35%) e os dados de mercado e do segmento em que atuam (18%).
Bassols comenta que, enquanto as grandes redes varejistas já contam com equipes especializadas e estrutura voltada à análise de dados, a realidade é diferente no médio varejo e entre empreendedores, que muitas vezes enfrentam dificuldades para gerir o próprio negócio. Mesmo assim, até mesmo aqueles que já têm alguma familiaridade com os dados podem potencializar seu uso e obter melhores resultados comerciais.
Redes sociais como fonte de informação
A Cielo também investigou onde os gestores buscam informações para orientar seus negócios. As redes sociais foram mencionadas por 22% como principal fonte, à frente de sites de notícias (15%), entidades de apoio empresarial (12%) e veículos de rádio e TV (10%).
Bassols alerta para os riscos de confiar exclusivamente em conteúdo de redes sociais. Apesar de contarem com conteúdos de qualidade voltados a pequenos negócios, explica, as informações divulgadas por determinados canais podem ser muitas vezes descontextualizadas ou distorcidas.
Mais da metade dos entrevistados (52%) acredita que os dados se tornarão indispensáveis para a tomada de decisões no comércio nos próximos cinco anos. E entre as tecnologias com maior potencial de impacto, a inteligência artificial generativa foi citada por 49% dos gestores.
A evolução tecnológica, no entanto, traz seus próprios desafios. A conscientização das equipes sobre boas práticas no uso de dados é apontada como prioridade por 55% das empresas. A preocupação com segurança cibernética aparece para 19% e com a regulação, para 11%.
Diagnosticando o presente e traçando um panorama para o futuro, Bassols explica que a pesquisa aponta para um futuro cada vez mais dependente de dados, o que reforça a necessidade de inclusão dos gestores que ainda não os utilizam no dia a dia.
Ele também destaca o papel da IA generativa como aliada do pequeno varejista, pontuando que, com essa tecnologia, os comerciantes poderão contar cada vez mais com informações customizadas e propícias para os seus negócios.
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