Falta de oportunidade de crescimento, liderança tóxica, salário baixo e clima organizacional ruim. Estes são os principais motivos que levam 53,6% dos respondentes a uma pesquisa realizada pelo Pandapé a sentir que suas empresas não se preocupam com o seu bem-estar profissional.
Insatisfeitos, bons profissionais tendem a buscar novos rumos para atuar em locais nos quais possam se sentir satisfeitos e valorizados. Neste cenário, a retenção de talentos se torna um desafio significativo para as empresas, considerando que 90% dos colaboradores mudariam de emprego caso encontrassem oportunidades mais atrativas.
Para evitar a migração, engajar os colaboradores e promover políticas e diretrizes voltadas para a valorização do profissional são passos cruciais. Como fazer isso? Cinco players do mercado compartilharam as próprias experiências e estratégias para reter talentos:
Kiko Campos - Diretor Sênior de RH do Carrefour
Kiko conta que a empresa investe em iniciativas de saúde e bem-estar, crescimento de carreira, mobilidade interna e desenvolvimento. Olhando para os colaboradores, o setor equilibra e monitora os programas - medidas resultam na redução de turnover e absenteísmo e no aumento da agilidade e eficiência.
O diretor ressalta, também, a importância da Governança e exalta a criação de um ambiente de trabalho que se assemelha a uma família. Neste espaço, histórias são apresentadas e conexões são criadas, o que faz com que os colaboradores confiem na liderança desde o primeiro dia e desfrutem de um ecossistema mais seguro e acolhedor.
Ana Paula Prado, CEO do Infojobs
Prado aborda outra face do desafio ao citar o problema da escassez de talentso. Para a executiva, há a necessidade de formar pessoas para que elas estejam aculturadas e tenham as habilidades técnicas fundamentais para a empresa. Ela ressalta que o desenvolvimento deve continuar mesmo após a contratação, e este é o principal foco da Infojobs, que aplica no dia a dia o que obtém de insights nas pesquisas que conduz.
No entanto, o treinamento, por si só, não é o suficiente para fazer com que os colaboradores engajem e continuem na empresa. Salários condizentes com mercado, modelo de trabalho, flexibilidade e reconhecimento das competências e uma cultura forte, capaz de fazer com que o colaborador acredite no propósito da empresa, são elementos igualmente cruciais na visão da CEO.
Maria Carolina Bastos - Gerente Executiva de Atração e Talentos da RaiaDrogasil SA
Bastos afirma estar constantemente trabalhando pontos de engajamento que vêm apresentado bons resultados em associação aos programas de desenvolvimento, trilhas de carreira e fortalecimento da cultura e a valorização interna do funcionário.
Um dos exemplos, segundo a Gerente, é que as novas lojas são sempre abertas sob a gerência de um profissional que tenha histórico com a RD, garantindo que as missões e valores sejam repassados a todo momento.
Danilo Porcel - Head of Talent Acquisition da Americanas
Com o plano de recuperação judicial e todo o trabalho desenvolvido desde então, a Americanas criou uma conexão entre as estruturas de RH e diferentes tecnologias, como os ATS (Sistemas de Recursos Humanos de Recrutamento), fazendo com que os gestores fiquem mais próximos da operação em si. Isso ajuda a convergir sempre no caminho ideal, que é concluir esse momento da melhor maneira possível, conta Danilo.
A empresa tem trabalhado na análise e tratativa de dados através do Power BI, visando entender um pouco melhor certos comportamentos e padrões e como melhorar no dia a dia. Isso permitiu, por exemplo, a identificação de que a saúde do colaborador era a maior dificuldade pós-pandemia, desafio acompanhado pela criação de uma área de Gestão da Saúde Mental, encabeçada por uma psicóloga clínica especializada em burnout, ansiedade e assédio.
Leandro Baptista - Head of Talent Growth LatAm da BairesDev
O BairesDev aposta em uma abordagem de equilíbrio saudável entre a vida pessoal e profissional (work-life balance) através de horários de trabalho flexíveis e uma cultura empresarial que apoia o trabalho remoto de qualquer lugar. Segundo Batista, a ideia é aliar a perspetiva de uma carreira internacional às particularidades dos locais onde os profissionais residem.
Segundo Leandro, os grupos de afinidade e as dinâmicas de integração garantem uma sensação de pertencimento, aumentando a retenção de talentos. Ele ressalta que os líderes, como um todo, criam o ambiente para os profissionais. Se a liderança é boa, a experiência do profissional também é.
Leia também: A importância da felicidade corporativa: promovendo um ambiente de trabalho produtivo e saudável
COMPARTILHAR ESSE POST