O Instagram entra em 2026 consolidando uma virada estratégica que vai além de formatos ou atualizações pontuais de algoritmo. A plataforma passa a exigir das marcas uma atuação mais madura, baseada em narrativa, construção de relacionamento e presença contínua. Isso significa não mais trabalhar em publicações isoladas.
Em um cenário de saturação de conteúdos, crescimento da inteligência artificial e mudança nos sinais de engajamento, ganha relevância quem consegue gerar conversas reais, retenção e identificação emocional com a audiência.
Esse movimento acontece em um contexto em que o Instagram segue como uma das principais plataformas digitais do país. Segundo o DataReportal 2025, o Brasil ocupa a terceira posição no ranking global de usuários do Instagram, com mais de 134 milhões de contas ativas, enquanto dados da Meta indicam que mais de 90% dos usuários seguem pelo menos uma marca na plataforma.
O ambiente também se fortalece como canal de descoberta: de acordo com a companhia, mais de 50% das pessoas dizem usar o Instagram para pesquisar produtos e serviços, reforçando o papel estratégico da rede social ao longo de toda a jornada de consumo.
É nesse cenário que Rafael Terra, especialista em tendências digitais, Creator Parceiro da Meta no Brasil e autor best-seller de Instagram Marketing e Autoridade Digital (DVS Editora), mapeia 26 tendências de Marketing no Instagram para 2026. Os movimentos refletem mudanças práticas já observadas no dia a dia de marcas, criadores e negócios que estão antecipando o futuro da plataforma e usando essas transformações como vantagem competitiva.
Confira, a seguir, as tendências listadas pelo especialista:
1) O algoritmo continuará mudando, então foque no que não muda
E o que não muda são as necessidades básicas das pessoas: aprender algo novo, se entreter, sorrir, se emocionar. Ou seja, o seu conteúdo precisa fazer as pessoas sentirem algo. Do contrário, ele não engaja.
2) Stories que viram Reels, jamais o contrário
Repostar seus Reels nos Stories achando que isso gerará muito mais alcance é um erro. Agora, deixar seus melhores Stories morrerem em 24 horas é um erro ainda maior. O que funciona é transformar Stories que performaram bem em Reels no feed, onde eles terão muito mais views.
3) O fim da era das hashtags
A plataforma está atualizando para o uso de no máximo 3 a 5 hashtags. Elas não representam mais uma forma real de aumentar alcance, e sim de categorizar o conteúdo. Aposte em hashtags que reflitam seu nicho, o tema do post e alguma tendência do seu mercado.
4) A grande métrica é iniciar conversas por Direct
Inclusive, o Instagram já liberou o envio automático de mensagens para novos seguidores. A grande estratégia é criar Reels que façam as pessoas iniciarem conversas no Direct, seja com amigos ou com a própria marca. Um bom Reel gera conversa.
5) Reels pensados para a TV
Já iniciaram, nos EUA, os testes de Reels focados para TV, assim como acontece com os Shorts do YouTube. Ou seja, lembre-se: seu conteúdo pode estar na sala de estar das pessoas. Isso muda completamente o jogo. Agora o foco é pensar seus vídeos como um canal, e não como peças isoladas.
6) Uma plataforma de vídeos curtos, mas também de vídeos longos
O Instagram liberou vídeos de até 20 minutos. Isso exige duas estratégias claras: vídeos curtos para alcance e crescimento, e vídeos longos para aprofundamento, engajamento real e diferenciação frente aos concorrentes.
7) Expansão do Marketing de influência com IA e o Marketplace de Criadores
Já existe um espaço dedicado à busca de influenciadores por região, temas e até troca direta de mensagens entre marcas e creators. O principal avanço será a facilitação do Marketing de afiliados e novas formas de remuneração. Sem contar os anúncios de parceria, que seguem em alta.
8) Carrossel + Reels é onde mora o ouro do crescimento
O carrossel continua sendo o formato mais forte para gerar salvamentos, aprofundar narrativas e construir storytelling. Já o Reel é o melhor formato para conversa, alcance e novos olhares para a marca. Investir nessa dupla de forma consistente é a melhor estratégia de crescimento em 2026.
9) Mais valor ao feed
São os conteúdos de feed que aparecem no Explorar e é ali que estão os novos olhares para sua marca. Quem quer crescer precisa ter uma estratégia clara de feed. O erro mais comum é ter Stories cheios e feed vazio.
10) Tráfego direto na plataforma: o famoso “turbinar”
Com o avanço da IA nas segmentações dos anúncios da Meta, campanhas focadas apenas no Instagram vêm apresentando ótimas conversões. Se bem feito, turbinar posts pode funcionar muito bem. A chave está em pensar em comportamentos, interesses e marcas que realmente representem seu comprador.
11) Menos funis, mais fluxo direto dentro do Instagram
O consumidor quer encontrar, confiar e comprar sem sair da plataforma. Em 2026, a lógica é criar fluxos de venda com começo, meio e fim diretamente no Instagram.
12) Ampliação do alcance internacional do conteúdo
Com o lançamento das dublagens automáticas nos Reels, o Instagram mostra que quer falar a língua do mundo. Creators que habilitarem o recurso tendem a ganhar mais alcance global.
13) Edits como uma das principais apostas da plataforma
Adam Mosseri, CEO do Instagram, já deixou claro que vídeos editados dentro da própria ferramenta de edição nativa, o Edits, serão privilegiados em alcance. Se você ainda depende apenas de apps externos, é hora de se aprofundar na edição dentro da plataforma.
14) Roteirização é a lei nos Reels
Reels improvisados tendem a morrer rápido. Em 2026, vence quem pensa em começo, meio e fim antes de gravar. O roteiro guia a atenção, sustenta retenção e entrega uma mensagem clara. Reels sem roteiro viram ruído. Reels com roteiro viram conversa.
15) Repostar Reels nos Stories não importa tanto quanto parece
O repost automático gera pouco impacto. O que funciona é criar Stories complementares ao Reel, contextualizando, aprofundando ou provocando a audiência a assistir. Stories deixam de ser espelho do feed e passam a ser extensão estratégica.
16) A pirâmide do conteúdo em 2026
No topo, conteúdos de autoridade. No meio, relacionamento e bastidores. Na base, alcance e descoberta. Cada nicho precisa entender qual parte da pirâmide sustenta crescimento e qual gera conversão. Crescer sem pirâmide é crescer sem direção.
17) Plataforma de testes contínuos, especialmente de ganchos
O Instagram se consolida como um ambiente de testes. O mesmo conteúdo pode ser publicado com ganchos diferentes. Não vence quem tem a melhor ideia, mas quem testa mais rápido.
18) Narrativa única e sequencial nos Stories
Stories soltos perdem força. A tendência é pensar os Stories como episódios conectados de uma mesma narrativa diária. Menos fotos jogadas, mais sequência lógica e estratégica, inclusive, agora, com agendamento direto.
19) Menos comentários, mais compartilhamentos privados
O valor do engajamento muda. Comentários diminuem, mas os compartilhamentos por Direct e em grupos ganham peso. O algoritmo entende isso como forte sinal de relevância.
20) Especialização vence trends
Perfis generalistas perdem força. O algoritmo passa a valorizar quem domina um território claro de conteúdo. Seguir todas as trends enfraquece o posicionamento.
21) Músicas em alta já não são decisivas
A música deixa de ser protagonista. Mensagem, legenda, narrativa e retenção pesam muito mais. Em muitos casos, vídeos sem música performam melhor.
22) Conteúdo educacional volta a ser muito relevante
Mas no formato prático, direto e aplicável. Conteúdos que fazem a pessoa pensar: “vou usar isso agora”. Ensinar bem vira uma das maiores formas de gerar autoridade.
23) POV continua sendo um dos formatos mais fortes
Conteúdos em primeira pessoa, com ponto de vista claro e humano, seguem performando muito bem. POV não é modinha, é linguagem.
24) Tutoriais em série ganham força
Tutoriais isolados perdem espaço para séries conectadas. Seis Reels em sequência, interligados, aumentam retenção, visitas ao perfil e tempo de permanência.
25) SEO em casamento com o Google: ser encontrado importa mais que viralizar
O Instagram se consolida como mecanismo de busca. Legendas bem escritas, palavras-chave e perfis otimizados geram tráfego constante. Viralizar é sorte. Ser encontrado é estratégia.
26) Está tudo bem usar IA, se houver direção humana
A saturação de conteúdos gerados por IA aumenta a demanda por histórias reais, imperfeitas e emocionais. A chamada “unshittification” marca o retorno à autenticidade. IA acelera processos, mas é a humanidade que constrói comunidade, autoridade e relevância no orgânico.
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