A NASA levou uma das discussões mais aguardadas sobre o futuro da aviação comercial ao palco do SXSW 2025. No painel "Pushing the Limits: The Future of Commercial Flight Speed", realizado nesta terça-feira (11), engenheiros e especialistas da agência espacial compartilharam os mais recentes avanços que podem transformar drasticamente a forma como viajamos.
O X-59 QueSST (Quiet Supersonic Transport), um avião experimental desenvolvido em parceria com a Lockheed Martin, foi a estrela da conversa. O projeto busca resolver um dos maiores desafios da aviação supersônica comercial: o estrondo sônico. Tradicionalmente, aviões que quebram a barreira do som produzem um ruído intenso, o que impede sua operação sobre áreas habitadas.

O X-59 está sendo projetado para reduzir esse impacto sonoro a um nível semelhante ao de uma batida de porta distante. Se bem-sucedido, o projeto pode permitir a criação de novas regulamentações para viagens supersônicas comerciais sobre terra, reduzindo significativamente o tempo de voo entre continentes.
Durante o painel, especialistas discutiram o desenvolvimento de aeronaves capazes de atingir velocidades superiores a Mach 5, o que equivale a mais de 6.000 km/h. Com essa tecnologia, um voo de Nova York a Sydney, que atualmente dura cerca de 20 horas, poderia ser realizado em apenas duas horas.

Para viabilizar o conceito, a NASA está investindo em motores scramjet, que utilizam o oxigênio do próprio ar para a combustão, e em materiais ultra resistentes ao calor extremo gerado por essas velocidades. Além disso, empresas privadas e governos ao redor do mundo estão colaborando para acelerar a revolução, que pode transformar completamente indústrias como viagens, turismo e logística.
Visando garantir avanços sustentáveis, foram apresentados estudos sobre o uso de hidrogênio como combustível alternativo e pesquisas em combustíveis sustentáveis que podem reduzir a dependência de combustíveis fósseis. A proposta é garantir que o futuro da aviação não seja apenas mais rápido, mas também ambientalmente responsável, alinhando-se às metas globais de redução das emissões de carbono.
Outro ponto debatido foi a crescente importância da inteligência artificial na aviação. A NASA demonstrou como a IA pode melhorar a gestão do tráfego aéreo, reduzindo atrasos e otimizando rotas. Além disso, sistemas autônomos prometem tornar as aeronaves mais seguras e menos dependentes da intervenção humana, enquanto algoritmos de manutenção preditiva ajudarão a prevenir falhas antes que elas aconteçam.
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