Em alta nas últimas décadas, o tema sustentabilidade ocupa o centro de discussões que incentivam o mundo a olhar de forma crítica para a relação entre a sociedade e os recursos naturais do planeta. Nesse contexto, destacam-se várias ações que podem contribuir para a construção de um futuro saudável, e naturalmente, isso se estende ao Marketing: na hora de decidir qual marca devem usar ou comprar, 92% dos brasileiros valorizam práticas e produtos sustentáveis. Adicionalmente, a pesquisa Edelman Trust Barometer 2023 indica que uma em cada cinco pessoas deseja que as empresas desempenhem um papel maior, e não menor, nas mudanças climáticas. Atentos ao potencial deste público em ascensão, agentes do mercado buscam agregar valor ao portfólio por desenvolver práticas sustentáveis na fabricação dos produtos. No entanto, as medidas adotadas pelas empresas brasileiras ainda não convenceram o consumidor. A pesquisa VisualGPS, realizada pela iStock, indica que 82% dos brasileiros entrevistados acreditam que os produtos são projetados para parecer mais ecológicos do que realmente são. Para a Dra. Rebecca Swift, Diretora Global de Creative Insights da iStock, à medida que a crise climática acelera, os consumidores estão se tornando mais informados sobre o que é sustentável, como isso afeta o meio ambiente, quem são os responsáveis e se eles confiam nas alegações das empresas sobre serem ou não amigas do meio ambiente. No Brasil, a etiqueta “amigo do meio ambiente” sugere que o processo de fabricação de um produto envolveu medidas práticas de sustentabilidade, como a redução da utilização de recursos hídricos, reciclagem ativa de materiais e a predileção por matérias-primas biodegradáveis. Mesmo assim, muitos brasileiros veem o slogan como uma jogada de Marketing e acreditam que empresas afirmam cumprir com as normas ESG (sigla em inglês para as normas de governança ambiental, social e corporativa), mas não mostram evidências suficientes disso. Sabendo que três em cada quatro consumidores tomam decisões de compra com base em conteúdo visual, a escolha de mensagens visuais adequadas ao tema, por parte das empresas, pode ser uma alternativa para driblar o ceticismo do público. Nesse cerne, a concentração em visuais de grande escala, como ações no campo da infraestrutura, energia renovável, agricultura, conservação de água ou gestão de espaços verdes, contribuem para a veiculação de conteúdo visual e iniciativas que quebram as barreiras de práticas frequentemente vistas como greenwashing. Segundo a perspectiva de diretores de investimentos, gerentes e analistas no relatório anual da Global Investor Survey 2022, desenvolvido pela PwC Brasil, 91% dos investidores brasileiros acham que os relatórios das corporações podem ter greenwashing. Já na média mundial, esse valor reduz para 87%. Esse panorama traz preocupação, pois é fundamental ter progressos verídicos a respeito do ESG - Ambiental, Social e Governança em português, com o objetivo de conquistar negócios mais responsáveis e sustentáveis, no qual possuam cada vez mais impactos positivos na sociedade. Segundo Helen Brito, gerente Relações Institucionais da ABREE (Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos), é essencial haver um monitoramento com auditoria dos indicadores ESG nas empresas que possa atestar que suas práticas “sustentáveis” representam sua realidade e não foram ações isoladas buscando melhoria de imagem e reputação perante seu público e o mercado. “O relacionamento com entidades do setor de sustentabilidade pode colaborar com as companhias que desejam avançar ecologicamente nos negócios, devido à experiência e domínio das técnicas já desenvolvidas em suas atividades. Deste modo, tornar-se uma associada de uma instituição que tenha conexão com seu ramo de trabalho tem o potencial de auxiliar no crescimento sustentável da corporação, instruindo suas ações de forma correta e autêntica”, afirmou. Leia também: Mudanças de hábitos: como desenvolver a sustentabilidade por meio de um produto ou campanha
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