Neste ano, 19 dos 20 times que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro são patrocinados por casas de apostas esportivas. E algumas destas agremiações podem estar prestes a passar por um grande perrengue: na segunda-feira (30), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que cerca de 600 empresas do gênero deverão ser banidas do país até o dia 10 de outubro.
Na última terça-feira (01), o Ministério da Fazenda divulgou uma lista com 89 casas de apostas regularizadas no país. Na relação, não constam os nomes de empresas relevantes para o setor, como a Esportes da Sorte, patrocinadora master do Athlético Paranaense, Bahia e Corinthians e parceira do Grêmio, e a Stake, parceira do Juventude.
Somados os contratos com as quatro equipes parceiras, a Esportes da Sorte se comprometeu a injetar pouco mais de meio milhão de reais no futebol brasileiro até o final de 2026. Mais da metade deste montante é destinada ao Corinthians: o acordo firmado com o time paulista é estimado em R$ 309 milhões.
A empresa afirma ter cumprido todas as exigências estabelecidas na portaria SPA/MF1.475/2024, que “dispõe sobre as condições e os prazos de adequação para as pessoas jurídicas que explorem a modalidade lotérica de apostas” no Brasil, e comunicou que continuaria operando normalmente a partir do primeiro dia de outubro.
Por outro lado, o rol de empresas regularizadas inclui casas como a Betano, patrocinadora do Atlético Mineiro e detentora dos naming rights do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil, Superbet (São Paulo e Fluminense), Betfair (Cruzeiro e Vasco), PixBet (Flamengo) Parimatch (Botafogo), Blaze (Atlético Goianiense), EstrelaBet (Criciúma e Internacional).
Os próximos passos
Haddad afirmou que caberá à Anatel realizar o bloqueio das casas de apostas não regulamentadas no espaço brasileiro. O ministro recomendou que os apostadores que possuem quantias investidas nas operações condenadas solicitem a restituição do dinheiro antes da suspensão das plataformas.
O anúncio marca o intensificação do movimento de regulamentação do setor de apostas esportivas ensaiado pelo Governo há alguns anos. Além dos banimentos, as empresas do setor serão submetidas a fiscalizações mais criteriosas e deverão obedecer a novas regras, como o acompanhamento das apostas por CPF, a limitação das formas de pagamento e a regulamentação da publicidade.
Leia também: Publicidade das Bets no mercado regulado: o que esperar a partir de agora?
COMPARTILHAR ESSE POST