Tudo que se expande, dificilmente voltará ao seu estado original. Essa lei está sendo comprovada no mercado de casa e decoração no pós-pandemia. Impulsionado por um novo olhar do brasileiro, que passou a valorizar mais a casa, e de uma tendência da Geração Y de buscar em suas casas o seu refúgio, este mercado registrou uma taxa de crescimento anual de 6,1% no período de 2019 a 2022.
Em 2022, o setor movimentou R$ 109 bilhões em novos negócios de acordo com uma pesquisa inédita da Associação Brasileira de Artigos para Casa, Decoração, Presentes, Utilidades Domésticas, Festas, Flores e Têxtil (ABCasa), desenvolvida em parceria com o IEMI (Instituto de Estudos e Marketing Industrial) - Inteligência de Mercado.
Também por conta da pandemia, a maior expansão registrada foi nas vendas pela internet. A taxa de crescimento anual do e-commerce foi de 51,7% no período de 2019 a 2022, segundo a pesquisa da ABCasa. No relatório da Webshoppers NIQ Ebit do primeiro semestre de 2023, a categoria de Casa e Decoração ocupa a segunda posição por número de pedidos no comércio eletrônico.
E-commerce em crescimento
Isso não quer dizer que as lojas físicas perderam importância. O varejo presencial foi responsável por movimentar R$ 93,5 bilhões, representando 85,6% do mercado, enquanto o e-commerce registrou R$15,8 bilhões, o que corresponde a 14,4% de penetração. “O e-commerce é complementar ao físico e o físico é complementar ao e-commerce”, aponta Eduardo Cincinato, Presidente da ABCasa, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Estruturado em torno da ABCasa desde 2017, o mercado vem reconhecendo sua importância, relevância e os desafios. De acordo com a pesquisa que traz um panorama completo do setor, existem nada menos do que 230 mil pontos de venda, totalizando 456 mil empregos diretos em 2022. “O mercado deu um boom e estamos conseguindo manter apesar de um ano mais desafiador em 2023 de juros altos e entrada de um novo governo” completa Cincinato.
Apesar de ter a maior parte da produção destinada ao mercado local, os Estados Unidos e a Argentina são os maiores compradores da indústria brasileira. “É um mercado que vem crescendo a mais de 6% ano após ano depois da pandemia porque todo mundo passou a olhar mais para a casa”, completa Anderson Passos, Diretor Executivo da ABCasa, em entrevista ao Mundo do Marketing.
A pesquisa foi divulgada em primeira mão durante a ABCasa Fair, a principal feira de negócios da América Latina que movimenta mais de R$ 2 bilhões em negócios. O evento reúne expositores, lojistas, fabricantes, importadores e profissionais do ramo para apresentar as novidades e tendências do setor.
*O Mundo do Marketing foi ao evento a convite da ABCasa. Leia também: Naturais, crus e terrosos: tendências em casa e decoração já movimentam ABCasa
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