Posicionamento de marcas durante as eleições: o que fazer nesse momento? Bruno Mello 12 de maio de 2022

Posicionamento de marcas durante as eleições: o que fazer nesse momento?

         

Especialista analisa postura e ações relacionadas ao Marketing de Influência

Posicionamento de marcas durante as eleições: o que fazer nesse momento?
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Com a proximidade das eleições no Brasil, a troca de ideias, a defesa dos candidatos e partidos devem seguir o ânimo acalorado de 2018. As redes sociais, os artistas e influenciadores digitais são vozes potentes durante este período, já que influenciam diretamente na opinião do público que os acompanha. Um questionamento sobre o posicionamento das marcas, neste cenário, também se faz necessário. Afinal, as eleições de 2018 deram voz à diversos executivos que passaram por cima do nome da empresa para levantar sua bandeira partidária. 

A especialista em Marketing de influência Mari Cavalcante explica que é preciso pensar primeiro no que faz uma marca ser admirada pelo seu público. “Atualmente, as pessoas consideram atributos específicos ao fazerem suas compras. Essas vão além das características do produto ou serviço, é preciso estabelecer uma relação cada vez mais próxima. Isso acontece apenas quando as empresas compartilham valores e demonstram através do posicionamento com o público que desejam atingir. É somente de acordo com o perfil com que a sua marca se relaciona que é possível saber se assertivo ou não compartilhar uma opinião e posicionamento, a forma de expor essa opinião também deve ser feita com cuidado”, enfatiza.

Essa cautela pode evitar muitos problemas de exposição indesejada nas redes sociais e também na mídia. É preciso relacionar a imagem da empresa e marca apenas com os valores que quer ser vinculada. “A esfera política deste ano tende a ser polarizada como na eleição anterior, e o posicionamento é válido para moldar a forma com que a marca quer ser vista e como irá conduzir através de ações, campanhas, sua identidade e também como é vista pelas pessoas”, avalia.

As marcas costumam não se posicionar politicamente, mas seus líderes sim. E hoje, muitos deles se tornaram influenciadores como Helena Trajano, João Branco e Luciano Hang. Para Mari Cavalcanti, a melhor postura para o Marketing é alinhar o seu discurso ao do CEO, head ou outro líder da empresa para que não haja ruídos na comunicação e que a imagem pública da marca esteja alinhada ao discurso de seu líder. “Porém, nem sempre isso acontece, infelizmente”, afirma a especialista.

Isso porque nas eleições passadas surgiram muitos casos de afastamento de cargo por posições políticas.Foi o que aconteceu com um dos herdeiros do fundados do Giraffas. “O afastamento refletiu na discordância dos outros sócios e equipe da empresa, certamente houve uma análise interna para essa tomada de decisão e o afastamento para eles pareceu a decisão mais acertada”, analisa Mari Cavalcanti.

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Relação marca x influenciador digital

Uma temática que já surgiu em 2022 foi de que algumas marcas estão proibindo influenciadores de se posicionarem politicamente durante a vigência do contrato publicitário. Para a especialista, cada empresa possui em seu contrato especificidades para o trabalho com o influenciador. E, assim como existem marcas que claramente se posicionam politicamente, outras preferem a isenção e elas estão em seus direitos.

A sociedade, no entanto, está cobrando mais de influenciadores que se posicionem. “É importante entender que artistas e influenciadores não são obrigados a terem um posicionamento político, social, sobre qualquer assunto. Há muitos que não se pronunciam para evitar polêmicas, discussões e ruídos de comunicação. Entretanto há ainda os que claramente abraçam partidos e políticos. Todos esses posicionamentos devem ser pensados com a equipe responsável pela carreira, comunicação e estratégia de cada influenciador, por exemplo”, avalia.

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