“No Brasil, o ano começa depois do Carnaval”. Essa frase é dita pelo menos uma vez por dia em empresas de todo o país, ao longo do interminável mês de janeiro, que concilia o retorno à rotina de trabalho após o período festivo de Natal e Ano Novo, as férias escolares, o início do prazo para pagamento dos principais impostos nacionais e a preparação para a maior festa do calendário brasileiro.
Depois do período festivo, que dura em média uma semana e divide opiniões, as escolas retomam suas atividades, muitos negócios reabrem, as pessoas voltam à rotina e os planos de ação são colocados em prática, dando a sensação de que o ano começou pra valer.
Como estamos prestes a atravessar a “segunda virada de ano”, é preciso que as empresas estejam cientes de que 2024 chega com tendências novas, e algumas resgatadas, as quais devem impactar o mercado de trabalho e influenciar a produtividade dos colaboradores.
Para se adaptar às alterações na dinâmica e garantir uma vantagem competitiva frente aos seus concorrentes — quanto para atrair e reter os melhores talentos — entenda quais são as cinco principais tendências mundiais para implementar na sua empresa hoje mesmo:
1. Modo avião
Associada geralmente a dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets e laptops, a expressão “modo avião” significa que todas as suas conexões de rede sem fio estão desativadas. No contexto empresarial, permitir que os colaboradores adotem o “modo avião” envolve a possibilidade de que eles se desconectem temporariamente para focar totalmente em uma determinada tarefa, evitando assim distrações e otimizando as suas entregas.
Priorizando esse “foco total”, mantém-se o trabalho híbrido, cujos dias de home office permitem um mergulho profundo em determinadas tarefas a serem executadas de forma individual, enquanto os dias no escritório envolvem mais o trabalho em equipe.
A privacidade necessária para focar em uma determinada tarefa exige ainda repensar a arquitetura das organizações, com espaços individuais para o trabalho ou até mesmo bibliotecas nos escritórios, enquanto as mesas sem divisórias, a grande tendência das últimas décadas, promovem a integração e beneficiam tarefas que envolvem mais de um integrante da equipe.
2. Períodos de descanso mais longos
Adotada em países como Bélgica, Nova Zelândia, Reino Unido e Japão, a semana de trabalho de quatro dias – em inglês, 4 Day Work Week – é uma tendência que chega também ao Brasil. Modelo de semana de trabalho em que os funcionários trabalham por quatro dias consecutivos, em vez dos tradicionais cinco dias, a ideia por trás dessa abordagem é oferecer aos trabalhadores mais flexibilidade no equilíbrio entre vida profissional e pessoal, bem como potencialmente reduzir o estresse e aumentar a satisfação no trabalho.
O modelo pode ser implementado de diversas maneiras, como estender as horas de trabalho nos dias em que se trabalha para compensar as horas perdidas no dia livre, ou simplesmente reduzir a carga horária semanal total.
Embora por vezes signifique menos horas trabalhadas, a redução da jornada de trabalho para quatro dias tem mostrado aumento no índice de produtividade e no nível de satisfação dos funcionários.
3. Atenção ao bem-estar da equipe
O pacote de benefícios flexível tem sido cada vez mais valorizado e ganha destaque enquanto um elemento motivador para atrair e reter talentos, já que possui itens que se adequam às necessidades e preferências de cada colaborador. Assim, um pacote flexível permite que a empresa atenda a uma força de trabalho diversificada, levando em consideração as diferentes idades, estilos de vida, níveis familiares e preferências.
Entram em cena itens tradicionais como cartões de desconto e vales refeição e alimentação, além de benefícios que promovam o bem-estar físico e emocional, a exemplo de flexibilidade na jornada de trabalho, day off no aniversário, incentivo à atividade física e suporte para a saúde mental. Outros benefícios são licença parental estendida, participação nos lucros, previdência privada e auxílios para pets.
Oferecer opções de benefícios contribui para uma gestão mais eficiente dos recursos ao mesmo tempo em que permite que os funcionários se sintam mais valorizados e reconhecidos, contribuindo para um maior engajamento e motivação no trabalho, pois os colaboradores percebem que a empresa está investindo em seu bem-estar. Dessa forma, a satisfação no trabalho tende a aumentar, criando um ambiente mais positivo e produtivo, o que contribui para um clima organizacional saudável.
4. Uso da inteligência artificial generativa
O uso da inteligência artificial generativa no ambiente de trabalho tem crescido significativamente e está impactando várias áreas. Seja na geração de conteúdos, como redação de e-mails e correção de erros gramaticais, na automação de processos ou no recrutamento e seleção de funcionários, a IA generativa tem sido aplicada no ambiente de trabalho.
A inteligência artificial generativa pode ser aplicada para automatizar processos repetitivos e rotineiros. Isso pode incluir a automação de tarefas administrativas, o que possibilita uma economia de tempo para os funcionários, permitindo que se concentrem em atividades mais complexas e estratégicas.
Em relação aos processos de recrutamento, a IA generativa pode ser aplicada para analisar currículos, identificar candidatos qualificados e até mesmo conduzir entrevistas iniciais, como é o caso do Refuturiza 360º. Isso economiza tempo dos profissionais de RH e ajuda a identificar talentos de maneira mais eficiente.
Ao implementar tecnologias de IA generativa, as empresas devem considerar questões éticas, como privacidade, transparência e equidade, para garantir que essas ferramentas sejam utilizadas de maneira responsável e inclusiva.
5. Apoio no desenvolvimento de carreira dos funcionários
O apoio ao desenvolvimento de carreira dos funcionários é fundamental para a satisfação e retenção de talentos, além de contribuir para um ambiente de trabalho mais motivador. Assim, um caminho é oferecer programas de treinamento contínuo para desenvolver habilidades técnicas e competências comportamentais, sobretudo de forma online, permitindo o acesso em qualquer tempo e espaço. Ecossistemas como a Refuturiza, por exemplo, que desenvolvem continuamente seus colaboradores por meio do Plano de Desenvolvimento Individual atrelado à sua Universidade Corporativa.
Também é importante reconhecer e recompensar os funcionários que buscam continuamente aprimorar suas habilidades e conhecimentos, por isso ofereça suporte financeiro ou outros benefícios para incentivar a participação em programas de educação continuada.
Ao adotar essas práticas, as empresas podem criar um ambiente que apoia ativamente o desenvolvimento de carreira dos funcionários, promovendo o crescimento profissional e contribuindo para a construção de uma equipe motivada e engajada.
*Cecília Barçante é Head de Empregabilidade da Refuturiza.
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