O TikTok Shop desembarca oficialmente no Brasil em maio com um objetivo ambicioso: transformar a forma como os brasileiros compram online. A expectativa é movimentar R$39 bilhões até 2028, o equivalente a 5% a 9% de todo o e-commerce nacional, segundo estimativas do Santander. O número já colocaria a plataforma entre os cinco maiores players do setor no país.
Mas a chegada da ferramenta de compras integrada ao TikTok vai muito além de cifras bilionárias. “O TikTok não está apenas entrando no e-commerce. Está reescrevendo as regras ao unir descoberta, entretenimento e transação em um só lugar. A questão é: quem vai dominar essa nova lógica primeiro?”, provoca Rafael Kiso, fundador e CMO da mLabs.
Com base em dados de Santander e Itaú BBA, Kiso aponta que a integração entre conteúdo e compra está encurtando drasticamente o tempo de decisão do consumidor. “É a combinação perfeita entre impulso e conveniência: o usuário vê um vídeo ou uma live, se interessa pelo produto e compra ali mesmo, sem sair do app. Tudo isso em menos de sete minutos”, afirma.

Oportunidades para marcas, agências e influenciadores
O modelo, já consolidado na China, representa uma quebra de paradigma para o e-commerce brasileiro, que tradicionalmente separa o conteúdo da conversão. Agora, tudo acontece no mesmo ambiente, e isso muda as regras do jogo.
A nova ferramenta abre um leque de oportunidades para todos os envolvidos no ecossistema de marketing e vendas:
Marcas: “É uma corrida para ocupar esse novo território. Quem se posicionar primeiro tem mais chances de se tornar referência na plataforma”, destaca Kiso.
Agências: “Ganharão protagonismo ao ajudar marcas a criarem conteúdo adaptado ao TikTok e a recrutarem vendedores carismáticos para as lives. Na China, já existem agências especializadas só nisso.”
Influenciadores: “Terão uma nova forma de monetização com comissões por vendas em tempo real. Não é mais só sobre engajamento, mas sobre vendas diretas.”
Social commerce: a fusão que concorrência ainda não conseguiu entregar
Enquanto plataformas como Mercado Livre e Shopee tentam investir no live shopping, elas ainda não oferecem uma experiência de compra integrada com mídia social como o TikTok.
“O Instagram, por exemplo, ainda insiste em redirecionar o usuário para fora do app, perdendo eficiência em um momento em que a rejeição a anúncios cresce”, compara o executivo da mLabs.
A proposta do TikTok Shop é clara: tornar a jornada de compra parte natural do entretenimento. E, ao que tudo indica, o mercado está pronto — ou pelo menos atento — para essa transformação.
Entenda como a Sadia obteve bons resultados na primeira campanha no TikTok. Executiva de Marketing & Comunicação na BRF, Luciana Bulau explicou que a ação tinha como foco principal atingir a Geração Z, predominantemente ativa no TikTok. Ela ressaltou que a Sadia quer se aproximar do público mais jovem, e o portfólio de congelados é ideal para a rotina desse grupo, que busca conveniência e indulgência.
TikTok apresenta novas soluções de publicidade na Advertising Week
COMPARTILHAR ESSE POST