Como CEO de uma agência que atua na linha de frente do marketing há mais de 16 anos, tenho observado de perto as mudanças no comportamento dos consumidores e como as marcas precisam se adaptar para continuarem relevantes.
Uma das tendências mais interessantes que se solidificaram no setor em 2024 é a ascensão das colaborações de marca — as chamadas collabs. Elas não são apenas modismos, são estratégias profundamente enraizadas em novos paradigmas de consumo, inovação e engajamento.
Mas por que as collabs estão dominando o mercado? E mais importante: quais são os benefícios que elas trazem para as marcas que escolhem unir forças?
Aumento de engajamento e visibilidade
Existe uma certa magia quando duas marcas decidem unir forças. Não se trata apenas de somar públicos, mas de criar algo exponencialmente maior que a simples soma das partes. Pegue, por exemplo, a aliança entre Coca-Cola e Marvel. Essa não foi apenas uma campanha direcionada aos fiéis consumidores de Coca-Cola—foi um convite para adentrar um universo totalmente novo, atraindo fãs de super-heróis para a experiência.
Essa parceria desencadeou uma onda de engajamento nas redes sociais. As pessoas não estavam apenas consumindo um produto; estavam compartilhando entusiasmo, exibindo suas coleções de latas e garrafas temáticas. Tornou-se um fenômeno, ilustrando como uma colaboração bem elaborada pode amplificar a visibilidade e despertar o interesse público como nunca antes.
Inovação e diferenciação no mercado
As collabs trazem uma oportunidade única de inovar, ao combinar universos diferentes e criar algo verdadeiramente novo. Um exemplo icônico foi a collab entre Carmed e Fini, que trouxe um produto inusitado: hidratantes labiais com sabores e aromas das balas Fini.
Essa fusão de duas marcas de segmentos tão distintos capturou a curiosidade do público e se diferenciou de tudo o que estava sendo oferecido no mercado e fez com que o Carmed ficasse muito mais conhecido, após essa colaboração.
Atração de novos públicos
A grande mágica das collabs é a capacidade de atingir públicos novos e diversificados. Em colaborações direcionadas ao consumidor final, um exemplo marcante é a parceria entre Adidas e LEGO. Essa colaboração foi estrategicamente pensada para atingir tanto o público esportivo e fashionista tradicional da Adidas quanto os fãs da LEGO, incluindo colecionadores e entusiastas dos famosos blocos de montar.
O resultado foi um produto que atraiu diferentes gerações: desde crianças que se divertem com LEGO até adultos que cresceram com a marca e se identificam com o elemento nostálgico.
Criação de produtos exclusivos
A exclusividade, muitas vezes, vem associada ao caráter limitado das edições que as collabs proporcionam, o que incentiva o senso de urgência nas compras. Um caso famoso que exemplifica bem isso é a collab entre duas marcas que priorizam a exclusividade, Supreme e Louis Vuitton, que em 2017 protagonizaram um dos lançamentos mais aguardados no mundo da moda.
Além do tamanho das marcas, uma disputa jurídica nos anos 2000 trouxe mais frisson para o lançamento da coleção, marcando as pazes entre elas.
Um futuro de colaborações criativas?
A resposta é sim! A cada nova collab, as marcas estão aprendendo mais sobre o poder dessa estratégia. O futuro certamente trará ainda mais colaborações criativas, unindo marcas de diferentes segmentos para oferecer produtos e experiências únicas. Seja no Brasil, com exemplos como Coca-Cola FEMSA e Marvel, ou no cenário global, as collabs continuarão a redefinir o marketing, gerando inovação, exclusividade e engajamento de formas que poucas estratégias conseguem.
Como CEO da Agência MAK, vejo que a união de forças entre marcas não só amplia horizontes, mas cria laços emocionais que transformam o simples consumo em experiências memoráveis e impactantes. É por isso que as collabs estão, e continuarão, dominando o mercado.
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