A Deezer tem investido fortemente em parcerias estratégicas para crescer no Brasil — e, segundo Yuri Valdevite, líder de Marketing da marca na América Latina, os aprendizados com essas colaborações têm sido fundamentais para entender os diferentes perfis de usuários e como se comunicar com cada um deles. Com uma estratégia baseada em constância, experiências e colaborações, a marca tem aprofundado sua conexão com o público brasileiro. O plano é ambicioso: sair do papel de plataforma de streaming e se tornar uma marca de experiências — especialmente para os superfãs de música.
“Nossa ideia é mostrar que a Deezer é mais do que um player de música. É uma plataforma de experiências para quem ama música de verdade”, resume Yuri.
A marca vem ganhando protagonismo com ativações relevantes. Em 2023, patrocinou o show histórico de Madonna no Rio de Janeiro e, em 2024, repete a dose com Lady Gaga. “Já sabíamos a dimensão que um evento como esse traz em termos de repercussão e reconhecimento de marca. Com a Madonna, nosso awareness deu um salto enorme nas pesquisas. Este ano foi mais fácil decidir. Inclusive, somos o único patrocinador que esteve presente nas duas edições”, destaca Valdevite.

Parcerias com marcas
Trabalhar com mercados tão distintos, como telefonia, bancos e e-commerce, ensinou à empresa que o comportamento muda muito dependendo do parceiro e do tipo de cliente. Com a TIM, por exemplo, foram testadas diferentes ofertas para públicos diversos. “Às vezes, uma mensagem funciona perfeitamente para o cliente pós-pago, mas não engaja o usuário controle”, explica Yuri.
Por isso, a empresa aposta em testes A/B/C/D/E para entender qual abordagem tem mais aderência com cada perfil. “Existem casos em que o cliente escolhe se quer ativar a Deezer ou outro aplicativo, então a comunicação precisa ser diferente de quando o acesso já está incluso”, completa.
Outro exemplo é o Mercado Livre, com quem a Deezer tem uma parceria em diversos países da América Latina. “Começamos a entender melhor os comportamentos de consumo entre os países. A sensibilidade ao preço muda, assim como a cultura de pagar por música. Isso nos tirou de uma bolha e ampliou nosso olhar sobre o mercado”, afirma.
Retenção como consequência da experiência
Quando o assunto é retenção, a estratégia da Deezer prioriza a qualidade do produto em vez de promoções agressivas. “A retenção está profundamente conectada à qualidade da plataforma. Sabemos que o custo de saída é alto — as pessoas já têm suas playlists, estão acostumadas com a usabilidade. Se o produto funciona bem, a barreira para trocar é grande”, afirma.
A empresa também aposta em ofertas personalizadas para reter usuários. “Quando o plano vai vencer, oferecemos a possibilidade de pagar o ano todo com desconto. Existe um cuidado para que as promoções de aquisição não deixem a base atual de lado”, comenta. Ainda assim, ele reconhece que a Deezer não é a mais agressiva do mercado. “Outros players oferecem gratuidade ou descontos mais intensos. Acreditamos que, com nossas parcerias, conseguimos chegar bem ao público, com um desembolso menor para o usuário.”
Pop e propósito: a força dos grandes eventos
Com o patrocínio ao show da Lady Gaga, a marca ganhou ainda mais visibilidade. A escolha foi natural. “Já tínhamos patrocinado o show da Madonna, então sabíamos o potencial de impacto. Este ano, ampliamos nossa presença e vamos levar 15 pessoas com acompanhantes, com voo e hotel pagos. É um concurso aberto, qualquer um pode participar até 10 de abril”, conta Yuri.
Além disso, a Deezer levará fãs do Rio para o evento, reforçando o vínculo com os superfãs. “É uma oportunidade de fazer história, mas também de reforçar nosso papel em proporcionar experiências conectadas à música e aos fãs.”
Segundo Yuri, a ideia é transformar a semana do show em um momento icônico. “Entendemos que o show não acontece só no sábado à noite. Estamos planejando ações desde a quinta-feira, como festas temáticas e parcerias com outros patrocinadores. Queremos pintar o Rio de Deezer e Lady Gaga naquela semana.”

Engajamento sustentado por constância
Mais do que grandes eventos, a estratégia de construção de marca da Deezer aposta na constância. “Lançamos eventos menores, exclusivos para usuários da plataforma. Quando publicamos os bastidores desses shows, a resposta é imediata. Vemos usuários migrando de outras plataformas por entenderem que aqui há algo contínuo”, diz Yuri.
Segundo ele, essa recorrência é o que transforma usuários em fãs. “As pessoas entendem que, mesmo perdendo um show, outras oportunidades virão. Estamos criando a imagem da Deezer como a plataforma que recompensa quem é fã de verdade.”
Para medir o impacto, a empresa recorre a pesquisas de brand tracker, social listening, métricas de share of voice e monitoramento de conversas com influenciadores. “Essas ações impactam principalmente o topo do funil. Depois, entramos com campanhas de consideração e aquisição para transformar essa audiência em base real”, explica.

Mais do que ouvir
A Deezer também quer se consolidar como um app que oferece experiências além da música. “Mesmo com o crescimento do vídeo, o áudio continua relevante. Há momentos em que ele é insubstituível — no trânsito, na academia, ao caminhar”, diz Yuri.
A aposta é em features exclusivas, como quizzes musicais entre amigos, o SoundCatcher — que identifica a música do ambiente — e o Shaker, para criar playlists personalizadas com base na afinidade musical entre usuários. “O foco é mostrar que a Deezer é uma plataforma de experiências. Quando lançamos conteúdos exclusivos, a entrada de novos usuários é visível. Não é um pico isolado — eles sabem que vem mais por aí.”
Comunicação jovem e segmentada
Esse posicionamento moderno também se reflete na comunicação da marca. “Trabalhamos fortemente com o público de 18 a 34 anos. Claro que o target comercial pode ser mais amplo, especialmente com os parceiros. Mas desde o rebranding de 2023, adotamos uma postura mais jovem — no tom de voz, nas cores, na expressão da marca”, explica.
A meta é estar conectada ao que é tendência. “Queremos ser referência não só em música, mas também em cultura e comportamento. Esse público jovem é aspiracional — mesmo quem está fora dessa faixa quer pertencer.”
A Deezer também conta com uma área dedicada a Brand Partners, que atua tanto na venda de mídia quanto na distribuição de códigos promocionais. “Muitas marcas querem se aproximar do nosso público. Como conseguimos segmentar por artista, gênero ou causas — como o Pride —, entregamos uma mídia muito mais cirúrgica.”
Com a chegada de junho, por exemplo, a busca por campanhas associadas à comunidade LGBTQIA+ já está em alta. “Tudo se retroalimenta. Crescemos a base, fazemos ofertas, trabalhamos aquisição e awareness... é um ciclo que se equilibra”, conclui Yuri.
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