O Big Brother Brasil alcançou a impressionante marca de 25 temporadas, consolidado como o maior reality show do país e um dos programas mais rentáveis da TV aberta. A cada edição, o formato evolui, tornando-se um showroom de marcas, um espaço onde experiências imersivas, ativações inovadoras e storytelling interativo se encontram para redefinir a relação entre entretenimento, publicidade e comportamento do consumidor.

Se antes os patrocinadores se limitavam a provas pontuais, hoje eles integram uma estratégia sofisticada de Brand Experience, influenciando a narrativa do jogo e gerando engajamento massivo nas redes sociais. Mas o que podemos aprender com essa evolução para o universo do Live Marketing?

BBB 2025: dados e estratégias que moldam o futuro do Live Marketing

O BBB 25 estreou quebrando recordes comerciais. Segundo dados da TV Globo, o programa começou com 23 marcas patrocinadoras e uma previsão de faturamento superior a R$ 750 milhões, ultrapassando a marca da edição anterior (R$ 650 milhões). Entre os novos players, empresas de tecnologia, startups de delivery e marcas de entretenimento digital entraram com força, refletindo as mudanças no comportamento do consumidor.

Outro dado relevante vem das redes sociais: uma pesquisa da STILINGUE by Blip mostrou que, em 2024, o reality gerou 199 milhões de interações nos canais digitais. Este ano, com novas dinâmicas interativas e o uso de inteligência artificial para análise de engajamento, esse número já ultrapassou os 210 milhões na metade da temporada.

Mas como o BBB 25 está inovando na experiência do consumidor e o que o Live Marketing pode absorver dessas tendências?

1. O reality como plataforma de ativações ao vivo

O conceito de ativação ao vivo atingiu um novo patamar dentro do programa, levando para além das telas ativações patrocinadas de marcas que tangibilizam o conceito omnichannel, por meio de desafios gamificados no programa, como prova do anjo, interligados a um aplicativo externo e/ou mídias sociais, permitindo que os espectadores interagissem em tempo real e concorressem a prêmios exclusivos. 

Isso reforça o insight de que experiências interativas e gamificadas ampliam o impacto de ativações presenciais e digitais, criando um senso de pertencimento e fidelização do público.

2. Storytelling imersivo: quando a marca vira narrativa

As marcas começaram aparecendo nas edições de modo tímido, principalmente em provas vez ou outra. Como não se lembrar de algumas emblemáticas provas de resistência, que estão na mente do público até hoje e que sempre tinham uma marca por trás?! Pouco a pouco novas dinâmicas foram acrescentadas junto às grandes empresas, como almoços patrocinados, aberturas e prêmios no quarto (ou apartamento) do líder, presentes no meio do dia, aumento do prêmio final, festas temáticas, entre tantas outras, que alteraram todo o formato do programa.

Cada ativação representa uma vivência completa com storytelling bem-feito e planejado por meses, como estamos acostumados no Live Marketing. Pense nas grandes provas com cenários personalizados e que traduzem os valores desejados em alguns minutos, por meio de itens representados ou palavras na tela. Não só os participantes são impactados, como todo o Brasil, que assiste com muita emoção, torcendo e vibrando (ou reclamando) pelos seus participantes favoritos. É uma conexão genuína de longa data.

Por meses os telespectadores acompanham mais de 20 participantes e suas rotinas no jogo, criando um laço afetivo com eles. E, quem é pano de fundo para essa experiência também fica guardado na mente, no coração - e nos vídeos que circulam por aí. Pelo bem ou pelo mal, o jogo é comentado o dia inteiro nas mídias sociais e não tem como fugir de algum conteúdo sobre o programa mesmo sem assistir, não é?

As marcas não estão mais apenas “colocando seus produtos” no BBB já há alguns anos. Elas estão se tornando parte do enredo. E essa força é comprovada através de pesquisas da emissora que mostram que 78% dos espectadores demonstram interesse em consumir produtos durante ou após as ações de marca no programa.

Com isso, o insight que fica é que o futuro das ativações não está no posicionamento passivo da marca, mas sim na cocriação de experiências que agregam valor e engajamento genuíno ao público.

3. A cultura do fandom e a era da hiperpersonalização

O BBB é um fenômeno movido por comunidades digitais e fandoms apaixonados. Em 2025, o programa elevou esse conceito ao permitir que os espectadores escolhessem elementos das festas temáticas via votação em tempo real, aumentando a hiperpersonalização da experiência.

Essa lógica já está sendo aplicada em eventos corporativos e festivais, onde o público pode personalizar brindes, escolher line-ups e definir experiências via aplicativos de marca, reforçando também o insight de que os eventos precisam ser centrados no consumidor, permitindo que ele tenha voz ativa na construção da experiência.

Conclusão: o BBB como laboratório de tendências para o Live Marketing

O Big Brother Brasil não é apenas um reality show – é um termômetro do comportamento do consumidor e um laboratório de tendências para brand experience e live marketing. Marcas que entendem o poder da cocriação, do storytelling imersivo e da hiperpersonalização saem na frente.

Sim, tem muitas vantagens, só que ao mesmo tempo em que a visibilidade pode ser uma dádiva, ela também pode ser um Calcanhar de Aquiles se a ação for mal executada. Portanto, qualquer mínimo detalhe deve ser planejado com antecedência, com testes e histórico prévio na manga para não prejudicar a imagem da empresa. Como qualquer ação do Live Marketing, estamos falando sobre aquilo que acontece no aqui e agora e a imprevisibilidade é a melhor e a pior amiga desses momentos. E a análise de dados para essa criação é um fator fundamental, além, é claro, do bom e velho ditado: Todo cuidado é pouco!

Gostando ou não, é inegável o impacto que a atração exerce sobre a cultura brasileira e o imaginário popular. Arriscar pode ser a estratégia dos competidores, mas do nosso lado, o ideal é pisar em terreno firme. O foco deve estar em proporcionar uma experiência envolvente, rica em conteúdo e capaz de entreter tanto quem acompanha o reality de perto quanto quem interage com ele de outras formas.

E o impacto do BBB vai muito além da TV. Ele está nas redes sociais, nas estratégias de engajamento digital e na forma como marcas se posicionam no mercado. O aprendizado para o universo de eventos e ativações ao vivo é claro: a experiência precisa ser autêntica, relevante e interativa.

E aí, sua marca está pronta para jogar esse jogo?