A atenção do consumidor nos dias atuais está mais volátil e fragmentada. De forma individual já somos capazes de sentir isso, e conversando com diversas pessoas compreendi que todos sentem que estão com menos paciência para conteúdos longos e não conseguem passar períodos mais extensos longe de seus aparelhos eletrônicos. De acordo com uma pesquisa realizada pela psicóloga americana Gloria Janet Mark, a “Attention Span”, o limiar de atenção reduziu drasticamente nas últimas décadas. O tempo que as pessoas permanecem em uma tela antes de alternar para outra diminuiu de 2,5 minutos para 47 segundos entre 2004 e 2023. 

O avanço tecnológico, a conectividade e a abundância de informações estão impactando no foco e tornando a atenção da mente limitada. Com isso, as experiências culturais ou de marca pensadas para o consumidor se transformam em multifacetadas, em consonância com essa mudança do cérebro. Portanto, as vivências devem ser dinâmicas, imersivas e posicionar a pessoa no centro, oferecendo possibilidades e formas de interação.

Um bom exemplo recente disso são os bares e espaços de entretenimento que, além de oferecerem alimentos e bebidas, como clássicos restaurantes, incluem opções como karaokês, jogos e palcos. Da mesma forma, arenas multiuso, como o Allianz Parque, em São Paulo, oferecem lojas, camarotes e gastronomia de alta qualidade, priorizando uma experiência completa, onde o evento esportivo é apenas uma parte do todo. Outro exemplo é um bar nos Estados Unidos, que construiu uma experiência com 26 metros de LED e 8k de resolução para levar ao público a sensação de estar na arquibancada durante a Premier League, sendo mais uma forma de reter a atenção.

No mundo do entretenimento isso não é diferente. Diversos exemplos estão buscando subterfúgios para atrair a atenção do público. Nesse cenário, quem se destaca são os streamers, como o Mr. Beast, maior Youtuber do mundo, que usa diversas ferramentas e formatos para chegar até a sua audiência, como a própria IA para criar os thumbs de seus vídeos, ações que integram on e off, experiências que se conectam com os seguidores, entre outros formatos, o que o possibilitou quebrar a barreira do YouTube, conquistando o atual Beast Games, do Prime Video, o maior reality do entretenimento global, quebrando recordes com prêmios, ações e outros conteúdos.

As empresas que desejam se conectar com esse consumidor precisam ser criativas e ágeis, como estes exemplos, para chamar a atenção e fazer brilhar os olhos. O Live Marketing é perfeito para traduzir essa necessidade de transformar conteúdo em experiência cativante, alinhada ao cenário atual.

Então, como atrair a atenção e conquistar o consumidor?

A volatilidade do foco exige que as empresas se adaptem e é essencial considerar cinco fatores cruciais capazes de despertar, atrair e reter essa atenção:

• Personalização: hoje muito se fala em hiperpersonalização. Mas, aqui estamos falando em oferecer experiências personalizadas que atendam às preferências de pequenos grupos, conforme seus interesses. Muito além de uma simples personalização clássica com o nome, estamos falando em ir no âmago e em responder ao interesse específico de pequenos grupos, como o interesse e a necessidade em um tipo de alimentação específica;
  
  

• Interatividade: criar oportunidades para que os consumidores interajam com a marca de maneira significativa e com propósito. Aqui, mais do que nunca, as marcas precisam entender a importância de ser autêntico, de ser verdadeiro, ao proporcionar interações que conversem com o interesse do público, mas que sejam de verdade e não apenas algo para as redes sociais;
  
  

• Conteúdo relevante e dinâmico: produzir conteúdo que seja relevante, interessante e atualizado, utilizando diferentes formatos como vídeos, infográficos, games e podcasts, e sem falar da importância de trabalhar a omnicanalidade de uma maneira intensa e plural para estar onde o público está;
  
  

• Experiências multissensoriais: incorporar elementos que envolvam múltiplos sentidos (visão, audição, tato) para criar uma experiência mais imersiva. Isso já parece até notícia velha, mas ainda é um campeão de audiência. O marketing olfativo, por exemplo, é algo que permite criar uma sintonia única com seu público antes mesmo de ter o contato efetivo com a marca. Quem aqui não se lembra daquela loja preferida só pelo aroma que ela deixa nos corredores do shopping?
  
  

• Tecnologia e inovação: utilizar tecnologias emergentes como as já antigas realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) e, hoje, a tão falada e usada inteligência artificial (IA) é primordial para criar experiências únicas e envolventes. Vale uma ressalva, a tecnologia é sempre o meio e não o fim. Ou seja, a tecnologia é o meio utilizado para atrair a atenção do público, mas não o objetivo em si.

Qual é o papel do Live Marketing na retenção da atenção do público?

O Live Marketing, como o próprio nome já diz, é o “aqui e agora”, o ao vivo, o olho no olho. E nada melhor para atrair e reter a atenção do que estar face a face com o cliente, no contato, até mesmo, físico. Assim podemos ter uma mensuração real time para avaliar o quanto é ou não efetiva a ação.

Para isso, vale um cuidado de análise e planejamento crucial. Para criar experiências capazes de amplificar o alcance, é preciso o famoso deep dive no target, entender o que buscam, como vivem e de qual forma querem se relacionar para, então, criar algo capaz de atrair a atenção de forma autêntica e relevante no aqui e agora.

O que é necessário para realizar constantemente projetos atuais alinhados ao consumidor atual?

O deep dive é o pontapé inicial e final de qualquer profissional de comunicação. E você me pergunta: “por que inicial e final?”. Nos dias atuais, a volatilidade de perfis também é muito grande, ainda mais quando levamos em consideração que já estamos falando com, no mínimo, 5 gerações de consumidores diferentes: Boomer, X, Millennial, Z e Alpha. Ou seja, são muitas e novas gerações, que ainda nem conhecemos e/ou sabemos ao certo como atingir. É imprescindível uma postura dinâmica e flexível, levando em consideração:

• Pesquisa contínua: manter-se atualizado sobre as tendências de consumo e comportamento do público por meio de pesquisas de mercado e análise de dados;
  
  

• Colaboração e parcerias: estabelecer parcerias com outras empresas e profissionais para trazer novas perspectivas e habilidades aos projetos;
  
  

• Feedback e melhoria contínua: coletar feedback dos consumidores e utilizar essas informações para melhorar continuamente as estratégias e experiências oferecidas.

O consumidor atual exige experiência, para além dos produtos e serviços, que considerem seus sentidos, interesses e emoções. As marcas e os profissionais de marketing devem estar atentos aos movimentos e se adaptar rapidamente para inovar com constância.