Estou participando do CMO Summit 2025, um dos principais encontros de líderes de marketing do Brasil, e uma das palestras mais disputadas do evento foi a do João Branco — ex-CMO do McDonald's Brasil e um dos profissionais mais admirados do mercado.
João compartilhou suas frustrações com o marketing atual, especialmente com o fato de que muitas empresas ainda não colocam o cliente no centro das decisões. Ele foi direto:
"O cliente precisa estar no coração da empresa."
Essa frase pode parecer óbvia, mas na prática, quantas vezes vemos estratégias sendo desenhadas sem considerar a verdadeira dor do consumidor? Quantos serviços e produtos estão mais voltados aos interesses da empresa do que às reais necessidades de quem consome?
Isso me faz lembrar de uma frase que já ouvi em reuniões e que me causa desconforto sempre que escuto:
"O cliente precisa se adaptar ao nosso processo."
Dói só de pensar que esse mesmo cliente, em outra empresa, pode estar sendo bem atendido exatamente da forma que precisa. Mas essa reflexão vai além do ego corporativo — ela toca o posicionamento.
Cada cliente encontra seu fornecedor. Assim como cada panela tem a sua tampa.
O problema é que muitas empresas estão perdendo espaço no mercado por falta de adaptabilidade, num mundo que exige transformação constante.
Outro momento chave abordado na palestra do João:
Vivemos a era dos vídeos virais, dancinhas, trends e campanhas “divertidas” — e muitas vezes vazias. João foi enfático ao dizer que não precisamos chamar a atenção a qualquer custo para sermos relevantes.
É sedutor ter um vídeo viral, mas as marcas não precisam disso para se tornarem amadas.
O jogo mudou. A construção de marca vai muito além da visibilidade. Trata-se de conexão genuína, relevância contínua e coerência com aquilo que o cliente realmente valoriza.
Como profissional de marketing, essa fala reforça algo que levo comigo todos os dias:
Não podemos cair na tentação de sermos apenas “cool”. Precisamos ser úteis.
E, no contexto B2B, isso vai além — precisamos ser consultivos, entregar insights, facilitar decisões e gerar valor real.
Está na hora de deixarmos o ego corporativo de lado e nos perguntarmos:
Estamos oferecendo conteúdo relevante? Estamos resolvendo problemas reais? Estamos demonstrando respeito e gratidão por quem nos escolhe, confiando em nós em meio a tantas outras opções?
Esse é o marketing que me inspira.
E é nele que acredito.
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