Fazendo uma busca rápida sobre “soft skills” encontramos a seguinte definição: Soft skills é um termo usado para definir habilidades comportamentais. A palavra “comportamento” permeia o marketing com um olhar bastante direcionado para o consumidor. Como profissionais da área vemos o comportamento do consumidor como algo tangível, buscamos incessantemente compreendê-lo e entender os pontos de influência na tomada de decisão.
Mas quando tiramos o foco do consumidor e ficamos só com a palavra comportamento, ele passa a ser algo menos presente, difícil de ser regulado e muito pouco acessível. Como se nós não tivéssemos que lidar com o fato de agirmos de forma automática e muitas vezes por impulso.
Aprendemos que devemos investir em habilidades que nos tornarão melhores profissionais e geralmente apostamos nas habilidades técnicas. Porém, apesar de cada vez mais entendermos a importância das soft skills para o mercado, ainda não priorizamos nossos investimentos nisso.
Na verdade, sequer temos clareza de que é possível esse investimento. Te convido a refletir, quanto você já investiu em alguma habilidade comportamental para se desenvolver profissionalmente?
Então seria possível aprender e se desenvolver do ponto de vista do comportamento e das emoções? A boa notícia é que a resposta é sim! O entendimento que o nosso comportamento está correlacionado com a atividade cerebral surge no século XIX, porém as evidências sobre a capacidade do cérebro de criar conexões, mudar e se adaptar (o que chamamos de neuroplasticidade) começaram a surgir apenas no século XX.
O que significa que, dentro da história da humanidade, é bastante recente o entendimento de que é possível treinar o comportamento e criar novas formas de agir. A partir disso, entendemos que somos seres flexíveis, em constante aprendizado e mudança, e que somos aquilo que praticamos com maior frequência. Você sabia que durante uma conversa, o cérebro de quem ouve pode sincronizar sua atividade com o de quem fala e que isso é fundamental para uma comunicação mais empática e eficiente? Ou que o processo criativo depende de pausa e descanso porque permite nosso cérebro trabalhar de forma mais otimizada para gerar novas ideias?
Ainda, que uma emoção dura apenas alguns segundos e é a sua atenção que vai te ajudar a ter mais inteligência emocional nas suas decisões?
Empatia, criatividade, senso crítico, inteligência emocional, capacidade produtiva, autorregulação, entre outras são habilidades intrínsecas, ou seja, já fazem parte da natureza dos seres humanos e, portanto, estão ao nosso alcance para serem cultivadas e aprimoradas! E talvez o que seja ainda mais interessante nisso tudo é que o nosso bem-estar está diretamente relacionado às nossas habilidades comportamentais.
Mas isso fica para uma próxima conversa.
*Nathalia Daflon Yunes é PhD e Especialista em Neurociência e Comportamento.
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