O Natal dos brasileiros está passando por uma transformação silenciosa, mas profunda e ela começa dentro de casa. Uma pesquisa conduzida pelo C.Lab, laboratório de insights da Nestlé ligado à área de Consumer & Marketing Insights (CMI), mostra que a redução do tamanho dos lares, a diversidade dos arranjos familiares e a valorização de vínculos por afinidade estão mudando a forma como o país celebra uma das datas mais simbólicas do calendário.
Realizado com 1 mil brasileiros de todas as regiões do país na primeira quinzena de dezembro de 2025, o estudo combinou etapa quantitativa com uma imersão qualitativa conduzida pela plataforma Vento. O objetivo foi investigar hábitos, rituais e significados do Natal no Brasil contemporâneo e os resultados mostram um movimento claro de ressignificação da data.
Apenas 29% dos entrevistados se identificam hoje com uma família tradicional. Ganham espaço as famílias pequenas e híbridas, que já representam cerca de 30%, além de núcleos familiares geograficamente espalhados (10%). Outro dado relevante é o crescimento de amigos ocupando o “papel de família”: 23% afirmam incluir pessoas de fora do parentesco formal nas celebrações natalinas.
Célia Nishio, diretora de Consumer and Market Insights na Nestlé Brasil, explica que os lares brasileiros mudaram e o jeito de celebrar mudará junto. As pessoas continuam buscando união, mas agora isso acontece em formatos mais diversos, menos formais e mais alinhados às novas formas de convivência. Ela aponta que o Natal está se tornando menos sobre grandes eventos e mais sobre presença, acolhimento e simplicidade.

Famílias menores, rituais mais simples
As mudanças observadas pelo C.Lab dialogam diretamente com transformações estruturais do país. De acordo com o Censo Demográfico 2022, a média de moradores por domicílio caiu de 3,3 para 2,79, enquanto crescem arranjos monoparentais, lares estendidos e famílias formadas por afinidade.
Esse novo cenário impacta diretamente o formato das celebrações de fim de ano. Entre os entrevistados, 29% afirmam que os grupos de Natal diminuíram, 27% dizem que as comemorações ficaram mais simples e apenas 22% mantêm o mesmo formato de anos anteriores. Mudanças de cidade, separações, novos relacionamentos e perdas pessoais também pesam: 26% relatam transformações recentes na forma de celebrar o Natal.

Apesar das mudanças, o Natal continua sendo, majoritariamente, uma celebração doméstica. Seis em cada dez brasileiros comemoram a data na própria casa, enquanto 59% passam o Natal na casa de familiares. Os rituais tradicionais seguem presentes, ainda que adaptados: 51% cozinham juntos, 39% trocam presentes e 37% mantêm práticas religiosas.
A comida permanece como o principal símbolo afetivo da data, associada à união (55%), à tradição (49%) e à alegria (46%). Nesse contexto, a Nestlé aparece entre as marcas mais lembradas à mesa das celebrações, conectada a atributos como qualidade, tradição e momentos de alegria.
A mesa continua sendo o coração afetivo do Natal. Mesmo com grupos menores e formatos variados, o ato de compartilhar permanece central.
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