Metade dos creators entrevistados na sexta edição da pesquisa Creators & Negócios, já vive exclusivamente da influência, indicando que a chamada Creator Economy deixou de ser apenas uma tendência e se consolidou como carreira profissional.
Os criadores de conteúdo brasileiros começam a gerar receita desde os primeiros passos, mas os ganhos e modelos de negócio se tornam mais consistentes com o tempo. Houve, neste sentido, uma aceleração na profissionalização dos creators.
A pesquisa também mediu o tempo geral dedicado à atividade. Metade dos influencers que estão há mais de três anos no mercado ganha acima de R$ 10 mil por mês. A maioria que vive integralmente da criação tem entre três e sete anos de carreira.
Entre os novos criadores, conteúdos gerados por usuários (UGC) e programas de afiliados aparecem como principais fontes de renda, mostrando que é possível monetizar antes mesmo de consolidar uma base grande de seguidores.

Mercado polarizado: elite e base vulnerável
A pirâmide de renda da pesquisa evidencia polarização: cresceram tanto a base de criadores que ganham menos quanto o grupo que fatura alto, enquanto o segmento intermediário, com rendimentos entre R$ 2 mil e R$ 10 mil, perdeu espaço. A nova elite da influência é formada por criadores que se mantiveram no mercado, diversificaram receitas e profissionalizaram sua gestão.
Cerca de 12% dos creators faturam acima de R$ 10 mil por mês, com média de mais de cinco anos de experiência e múltiplas fontes de renda, como publicidade, UGC, produtos próprios e licenciamento.
A faixa de R$ 2 mil a R$ 10 mil agora representa cerca de 35% da amostra, enquanto mais de 40% ganham até R$ 2 mil mensais, reflexo da entrada constante de novos perfis e da competição por atenção e parcerias. Ainda assim, 53% dos criadores dependem de outro trabalho para manter a estabilidade financeira.
A publicidade continua sendo a principal fonte de receita, mas perdeu espaço em relação à pesquisa anterior. Outros formatos, como UGC, afiliados, infoprodutos e licenciamento, têm crescido, mostrando um ecossistema mais maduro e menos dependente de publis.
Entre os criadores com menos de um ano de atuação, o UGC é a forma predominante de monetização. A publicidade passa a ser mais rentável a partir do segundo ano, atingindo pico entre três e seis anos de carreira. Mesmo assim, 30% dos creators ainda não monetizaram, especialmente os iniciantes.

Diversidade em expansão, mas desigualdade persiste
Pela primeira vez, a maioria dos respondentes se autodeclarou negra (49,8%), superando o percentual de brancos e aproximando a representatividade da realidade da população brasileira.
Apesar disso, creators negros ganham, em média, menos que os brancos, evidenciando a necessidade de ampliar oportunidades de monetização e visibilidade. As mulheres seguem predominando: 74,9% da amostra é feminina.
Saúde mental: burnout em queda, hate em alta
O número de criadores que afirmam ter sofrido burnout diminuiu, mas o impacto emocional continua relevante. Cerca de 75% relataram receber algum tipo de discurso de ódio, prejudicando a conexão com o público e a regularidade na produção de conteúdo. A vulnerabilidade é maior entre os creators de baixa renda, especialmente os que ganham até R$2 mil mensais.
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