A relação entre animais de estimação e as pessoas evoluiu muito ao longo das últimas décadas. Os cães e gatos saíram do quintal, foram para dentro de casa e hoje estão dormindo na mesma cama que tutoras e tutores, como parte fundamental da família. Isso faz com que todo o mercado se movimente para atender a novas necessidades e desejos, tanto dos pets, quanto das pessoas. E a alimentação está no centro dessas novas demandas.

Nesse contexto, a ciência, e o investimento nela, é um importante catalisador para alcançar o patamar de uma alimentação de alta qualidade, com consumidores cada vez mais exigentes e buscando informações sobre o tema. O Brasil é destaque em desenvolvimento científico nesse setor, figurando entre os melhores do mundo. Para se ter uma ideia, no 28° Congresso Anual da Sociedade Europeia de Nutrição Veterinária Comparada (ESVCN), realizado em setembro de 2024 em Belfast, na Irlanda do Norte - um dos mais relevantes do mundo da medicina veterinária -, dos 86 estudos sobre temas de nutrição e nutrologia, 17 foram sobre nutrição e nutrologia. Desses, trabalhos brasileiros foram premiados, o que evidencia a importância do país nesse tema.

Segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), esse crescimento é robusto. São 160,9 milhões de animais de estimação no Brasil. O país é o terceiro maior mercado pet do mundo, somente atrás dos Estados Unidos e da China. Segundo pesquisa da Koin, o investimento médio mensal das famílias brasileiras com pets é de R$ 200, a maior parte dele com alimentação. E quando se analisa os gastos dos tutores de cães, o valor dispendido sobe para R$ 431.

O comportamento de consumo no mercado pet se assemelha muito ao de alimentação para crianças, com diversos “influenciadores” do processo de compra e escolha do alimento. Nesse caso, veterinários, outros “pais de pet”, criadores ou ONGs (dependendo da origem do animal de estimação), balconistas, entre outros interlocutores importantes. São públicos estratégicos e a comunicação e o marketing precisam trazer conhecimento – e confiança -, para esses atores.

Mesmo que o comprador não seja quem exatamente consome o produto, os cães e gatos também são decisores, uma vez que a aceitação do alimento é crucial para a segurança e tranquilidade dos tutores. Porém, assim como na alimentação humana, mais do que aceitação, é fundamental que o alimento escolhido ofereça todo o aporte nutricional necessário para que o pet se desenvolva em cada fase de sua vida, garantindo qualidade de vida e longevidade. Os conceitos de nutrição e nutrologia para animais de estimação avançaram na mesma velocidade que a relação entre pets e tutores se consolidou “dentro de casa”.

O papel do marketing e da comunicação é fundamental nesse contexto, já que os tutores ainda carecem de informações de qualidade para uma melhor escolha. Principalmente porque há uma grande variedade de alimentos no mercado, que estão divididos em diversos tipos de categoria, da mais básica (Econômica), à mais sofisticada (Super Premium), por exemplo. O desafio da comunicação é justamente mostrar o valor e a importância dos alimentos que oferecem nutrição de alta qualidade, e por que escolher um deles. 

Esse olhar requer uma visão aprofundada. Alimentos exigem uma cadeia produtiva de ponta. Dos ingredientes aos lares, precisam ser de boa origem, certificados, com qualidade comprovada, além de processos sustentáveis. É especial, e delicado ao mesmo tempo, entrar em milhares de lares brasileiros. Por isso, a experiência, a tecnologia, o saber, entre tantas características, têm de estar nas embalagens, nos produtos e em todo o processo. É uma comunicação, que quando conquistada, vira relação duradoura. 

A nutrição é o grande catalisador da relação entre pet e tutor.  Afinal, é isso o que toda mãe e pai querem para os seus filhos: qualidade de vida, segurança e bem-estar.