O primeiro semestre do ano se mostrou desafiador para o varejo de eletroeletrônicos. Os altos juros jogaram para baixo os resultados do segmento nos três primeiros meses do ano, com uma retração de -2,6% em faturamento e -1,9% em unidades vendidas, segundo dados da GfK. Mas aí vai uma boa notícia: o setor deve começar a se recuperar a partir do segundo semestre de 2023.
Sobre o atual cenário, o diretor de gfkconsult e Varejo da GfK para América Latina, Fernando Baialuna, comenta que o setor tem as condições macroeconômicas estabelecidas para um movimento de recuperação gradativa do fôlego a partir do segundo semestre e, embora não seja possível cravar o retorno à normalidade, o cenário econômico aponta para um movimento iminente de recuperação.
Além disso, as pedras no caminho estão apontando novas veredas. Em meio aos desafios do setor, oportunidades de novos hubs de negócio se apresentam como boas opções para os próximos anos. Este panorama é impulsionado pelo atual período pós-pandemia, movido por consumidores bem adaptados a uma dinâmica híbrida dos canais de vendas, o que estende a jornada de compra para mais de um canal.
Marketplaces como oportunidades de crescimento
Adaptando-se aos novos comportamentos apresentados pelo consumidor pós-pandemia, os marketplaces e os investimentos das marcas em ações direcionadas no online geram novos canais de comunicação direta. Estes canais permitem ações diferenciais, como a customização em escala, por exemplo, e consequentemente, maiores oportunidades de conversão de vendas, assim como a regionalização, que é fortemente ancorada nas lojas físicas.
Sobre o aspecto regional, Balaiuna destaca que o faturamento do varejo regional no online é 8x menor que o registrado pelo varejo nacional e o aumento da participação destes comércios em marketplaces surge como uma boa oportunidade, uma vez que que as vendas dos markeplaces crescem ano a ano.
Adicionalmente, com a consolidação da dinâmica híbrida de canais, o "Clique & Retire" ganha relevância. Em 2022 a modalidade de compra representou 7% do volume total, sendo a categoria de notebooks a que mais se destacou no segmento, com 11% dos consumidores comprando pela internet e retirando o produto na loja física mais próxima de sua localização. Tablets, cafeteiras e televisores registraram 8% na modalidade.
Refletindo sobre as demandas dos novos tempos e as benesses das novas possibilidades, Baialuna ressalta que o futuro do varejo está no entendimento que indústria e comércio têm de um consumidor que, no curto prazo, não está seguro e tem seu poder de compra diminuído, mas que com a melhora de alguns indicadores, como a estabilização do preço das commodities de eletrônicos, trazem a partir do segundo semestre uma janela de oportunidade para a retomada gradativa do consumo de bens duráveis.
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