O desperdício alimentar é um problema grave que precisa ser visto com mais atenção. Dados da ONU (Organização das Nações Unidas) e da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) mostram que cerca de 30% da produção global de alimentos é desperdiçada ou perdida anualmente, o que equivale a cerca de 1,3 bilhão de toneladas. Esses números são ainda mais alarmantes quando consideramos as milhares de pessoas que sofrem de fome ou insegurança alimentar. No Brasil, por exemplo, são 33 milhões de pessoas vivendo nessas condições.
O país está entre os dez que mais desperdiçam alimentos no mundo. Números mostram que mais de R$ 1,3 bilhão em frutas, legumes e verduras vão para o lixo anualmente nos supermercados brasileiros, e cada brasileiro descarta em média, por ano, 60 quilos de alimentos bons para consumo.
Apesar de a população achar que é a maior responsável no combate ao desperdício, apenas 10% dos descartes ocorrem de fato dentro de casa. O estudo inédito “O Alimento que Jogamos Fora - Causas, consequências e soluções para uma prática insustentável”, realizado pela MindMiners em parceria com a Nestlé, mostrou que apenas 4% das empresas do ramo alimentício entrevistadas na pesquisa nunca descartam alimentos, reaproveitando-os de maneira correta. Entre os 96% que afirmaram descartar comida, mais da metade (54%) diz realizar os descartes sempre ou frequentemente.
Mesmo com o percentual alto de empresas que desperdiçam alimentos, 66% das empresas ou colaboradores do ramo alimentício e 75% das pessoas em geral acreditam que a responsabilidade em relação à redução do descarte de alimentos deveria ser da população.
“É uma conta que não fecha, e esse debate precisa ocupar cada vez mais espaço. É claro que a população também deve ser conscientizada, afinal uma parte do desperdício também ocorre nas casas. No entanto, o volume diário de comida preparada e processada em uma única empresa do ramo alimentício é muito maior do que em uma casa com três ou quatro pessoas. Há muito o que ser feito pelas empresas nesse sentido”, pontua a Coordenadora de Insights da MindMiners, Juliana Tranjan.
A pesquisa faz uma análise aprofundada sobre como as empresas podem reverter esse quadro de desperdício, auxiliando inclusive na conscientização da população sobre o tema. Alguns dos números levantados pela pesquisa da MindMiners e Nestlé mostram que para 63% dos entrevistados, a fome no mundo e no Brasil é um tema preocupante, e o público feminino e a geração acima de 60 anos se mostraram mais sensíveis ao tema.
Além disso, a maioria das pessoas (85%) acha que combater o desperdício de alimentos no país é importante.
Como as empresas podem contribuir e se responsabilizar?
O estudo mostrou que houve uma queda de 80% nas doações de alimentos no Brasil em 2022 em relação ao ano de 2020, e somente 13% dos respondentes afirmam que realizam regularmente a doação de alimentos. “A doação de alimentos, além de minimizar o desperdício, contribui para a redução da fome e da insegurança alimentar enfrentadas por indivíduos em condições de vulnerabilidade. ONGs dizem que pessoas e empresas deixaram de doar após o pico da pandemia, mas a fome e a insegurança alimentar ainda persistem”, ressalta Juliana.
Além disso, as empresas têm um grande potencial educativo, podendo compartilhar informações com os colaboradores e com a população. Entre as medidas já adotadas pelas empresas, 47% afirmam que fazem um rigoroso controle de estoque.
64% dos entrevistados não conseguiram, de maneira espontânea, associar marcas ao combate do desperdício de alimentos. No entanto, entre as pessoas que conseguiram associar marcas a iniciativas de combate ao desperdício, a Nestlé figura como a primeira empresa mais associada a esse tipo de ação.
Ações da Nestlé - Para o combate ao desperdício alimentar, a Nestlé mantém uma parceria com a maior rede nacional de Bancos de Alimentos que atua contra a fome e o desperdício – Mesa Brasil. Por meio desse parceiro, 35 toneladas de alimentos são direcionadas por mês para instituições que atendem pessoas em situação de insegurança alimentar ao redor do país.
Além disso, a companhia possui uma parceria com a ONG Banco de Alimentos --associação civil atuante no estado de São Paulo-- que recolhe alimentos que já perderam valor de prateleira no comércio e indústria, mas ainda estão aptos para consumo, os distribuindo onde são mais necessários. Em paralelo, faz parte do movimento Todos à Mesa, coalizão de empresas e organizações que tem o objetivo de reduzir o desperdício de alimentos e os impactos da fome no Brasil.
Já por meio do Panela Nestlé, plataforma de inovação aberta para cocriar o sistema alimentar regenerativo do futuro, a companhia possui duas iniciativas. Uma delas é uma parceria com a foodtech Food To Save, uma startup que recupera alimentos que seriam descartados, como os excedentes de produção e produtos próximos à data de validade, por meio da comercialização de sacolas surpresa com desconto no valor dos produtos –com foco no consumidor final.
A outra, foca no B2B, e é um projeto com a Restin, uma ESG foodtech, que conecta a companhia com o food service, como restaurantes e cozinhas industriais, para vender produtos próximos da validade para que usem como matéria-prima em sua produção.
Em paralelo, o portal Receitas Nestlé, que oferece conteúdos com dicas para armazenar corretamente os alimentos, assim como recomendação de porcionamento para evitar desperdícios, além de diversas receitas utilizando os alimentos na integridade, como cascas e talos – um projeto realizado em parceria com a Gastronomia Periférica (um movimento gastronômico e social que busca valorizar a culinária das regiões periféricas). A plataforma Receitas Nestlé também conta com uma ferramenta chamada: “O que tem em casa?” que indica a melhor receita utilizando até três ingredientes.
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