Empresas fazendo rebranding não é algo novo. Em 2022 e 2023 já havíamos notado o crescente volume de marcas mudando seu posicionamento, comunicação e/ou logos. Neste ano de 2024, porém, resolvi guardar todos os releases que recebi aqui no Mundo do Marketing para contabilizar este fenômeno e chegamos ao número exato de 136 comunicados de rebranding.
Mas como disse no título que foram mais de 300 rebradings? Na verdade, este número é ainda maior que 300, pois 136 foram os comunicados ao mercado que chegaram à minha caixa postal. Certamente, pelo que você vê todos os dias, podemos cravar pelo menos 365 marcas mudando.
Sim. Todo dia tem pelo menos um face lift, nome dado quando a empresa faz pequenas mudanças em sua identidade para se manter jovem e moderna. Há também mudanças mais profundas, mas o que me chamou atenção, para além dos números, foram algumas conversas sobre o assunto com agências que trabalham fazendo branding para as empresas.
Perguntados do por quê estar havendo tantas mudanças, a resposta foi: algumas marcas realmente não tem nada de novo (quando eles olham na profundidade), mas precisam chamar atenção. Elas criam um rebranding para ser um fato novo e voltarem ao imaginário dos seus clientes e prospects. Ou seja, para essas empresas, o rebranding parece ser uma estratégia de promoção ou de comunicação.
E como isso é perigoso. Não vou cair na tentação de indicar nenhuma marca que fez isso. Você pode fazer a avaliação do que tem visto no mercado. Mas, olha que interessante: nós mesmo aqui no Mundo do Marketing passamos por um rebranding neste ano e a primeira discussão foi ser contra ao “precisamos modernizar por modernizar”.
Deve ser muito mais profundo que isso. Somente quando ficou claro tudo que deveríamos mexer para dar o próximo passo é que fiquei confortável como o rebranding, o segundo em 18 anos. Essa também é uma questão. Cada vez mais vemos marcas fazendo o rebranding do rebranding em um intervalo de tempo muito pequeno, com menos de um ou dois anos.
Um desses, que prefiro não citar o nome, eu questionei os envolvidos e até entendi em parte que mudanças do mercado provocaram uma nova alteração. Mas, na verdade, quando olhamos mais profundamente, vemos que o mercado não entendeu bem o trabalho feito. Houve ainda o fato da empresa ter mudando a liderança, o que é outro fator que faz engordar essa trágica estatística de rebranding aleatórios.
Não sou contra a mudança. Pelo contrário. O que está acontecendo, no entanto, é uma banalização às custas de muito dinheiro para fazer transformações que em alguns casos ao invés de valorizar as marcas, as colocam em uma posição pior do que estavam. O caminho é fazer um trabalho profundo, bem planejado e de longo prazo.
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